Lurdes 08/04/2023
Elena Greco, chamada de Lenuccia, ou simplesmente Lenu, e Raffaella Cerullo, conhecida como Lila.
Duas amigas que tiveram sua infância e adolescência retratadas em A Amiga Genial.
Agora, neste segundo volume da Tetralogia Napolitana vamos acompanhar a entrada delas na vida adulta, aproximadamente dos 15 aos 23 anos, do final dos anos 1950 até meados dos anos 1960.
A narradora é, novamente, Lenu, que segue refazendo seus passos e os da amiga Lila, que no início da saga havia desaparecido tentando apagar toda sua existência e memórias.
Existência esta que Lenu, teimosamente, resolveu reconstruir a partir do seu ponto de vista.
Talvez nunca tenha lido um livro em que a máxima de que os narradores não são confiáveis se aplicasse tão corretamente.
Constantemente nos vemos amando e odiando, ora uma, ora outra das amigas.
A Amiga Genial já havia sido uma leitura muito envolvente e eu temia que os volumes seguintes fossem perder um pouco da força mas, ao contrário, este período de amadurecimento, de descoberta do prazer sexual, de enfrentamento ao machismo, de busca de auto conhecimento e de tomada de decisões que vão afetar irremediavelmente suas vidas superou todas as minhas expectativas.
O mundo acadêmico, em contraponto à vila napolitana onde cresceram, modernidade x costumes arraigados, o papel da mulher em uma sociedade ainda muito repressora, violência doméstica, adultério, grandes e pequenas traições e, sempre, esta relação de amor, inveja, confiança/desconfiança entre estas amigas que vão cada vez mais se afastando, por conta de escolhas e oportunidades.
Seus caminhos podem ser completamente diferentes, mas a força que as atrai uma à outra ainda perdura, para o bem e para o mal.
Sentimos a narrativa crescer e amadurecer, assim como nossas protagonistas.
Bom demais!
Já ansiosa para continuar a saga.