Nanda Gois 21/09/2016
Brasiliana a menina em Riace
"Do dia que nascemos e vivemos para o mundo nos falta uma costela que encontramos num segundo...""...e lá muito distante, despontar o amor sentiu..." Vicente Celestino.
Tirando por máxima as palavras do poeta, como posso esconder da sociedade a história de uma jovem brasileira levada para a Itália por sua mãe ainda muito pequena, e criada como uma verdadeira italianinha? De tão italiana a menina não se lembrava de sua origem latina, assim ela cresceu longe de tudo e todos. A família fazia questão de isolá-la das outras pessoas da cidade. Seu mundo era a sua família, os únicos modelos de mulher que ela tinha eram a mãe e as vizinhas, meia dúzia de velhas senhoras viúvas, desprovidas de qualquer vaidade; as vizinhas às vezes se assustavam quando a mãe lhe falava alguma coisa em português, a língua lhe parecia estranha e quase incompreensiva... Nunca ninguém imaginaria que aquela mulher tão italiana, no seu modo de agir com o marido, na verdade era brasileira, muitas vezes discriminada pelas más línguas da vizinhança, que falavam por trás: "Como pode o velho Victorio ir para o Brasil e voltar com uma mulher que mais parece sua neta e duas crianças de colo e ainda diz que os piccolos são seus filhos". Isso sempre deixava o velho muito zangado, por esse motivo deixou de ir à cidade para jogar com os amigos e tomar vinho no ritrovo. Essas coisas ofendiam o velho, que guardava um segredo sobre seu passado que jamais poderia falar. Por isso o velho saiu da cidade com sua família e foi morar em um pobre povoado, bem distante, onde ninguém o conhecia e nem se importava com a sua vida. Tudo que possuía o velho. A menina crescia feliz ao lado da família. Era a garotinha do pai e sua mãe a tratava como uma princesa; o único irmão homem lhe dava todo o carinho e tinha tudo que queria, a mãe era dedicada e muito amiga, eram tão ligadas que ela não dormia sem o aconchego da mãe no primeiro sono, depois o pai a levava para a sua cama. Ele, um próspero serralheiro na pequena cidade de Riace, no sul da Itália na região da Calábria. A cidade, simples como todas as outras, tinha ruas estreitas, um portal, uma praça e três igrejas. Herdara do pai a devoção por São Nicolas, mas na verdade quando dos seus muitos apertos corria pra Nossa Senhora das Majores. Mesmo morando numa pobre comunidade rural, tem tudo do que precisa para ser feliz; da janela de sua casa de pedras pode ver os carneiros pastando nas colinas ao redor e avistar ao longe os inúmeros pomares das frondosas árvores de tangerina que apontam para o céu.
OBS: Caros leitores o livro Brasiliana a menina em Riace já se encontra impresso e a venda. Por isso é que tenho colocado apenas o resumo dos capítulos. Em breve colocarei o resumo do primeiro e do segundo capítulo. Espero que vocês se encantem pela história da pequena Gabriely.
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