Um de nós

Um de nós Åsne Seierstad




Resenhas - Um de Nós


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Talita 03/08/2016

Um de nós
A figura central de Um de Nós é um homem que buscou a notoriedade como pichador, depois quis ser empresário de sucesso, trambiqueiro de sucesso, liderança partidária, líder de guilda em World of Warcraft e escritor de ensaio político. Fracassou com mais ou menos intensidade em cada uma dessas tentativas e foi dar certo na coisa mais abominável de que se tem notícia, o assassinato em massa.

Em Um de Nós (Editora Record, tradução de Kristin Lie Garrubo) Åsne Seierstad trata do atentado duplo que aconteceu na Noruega, em 2011. Oito pessoas morreram em uma explosão, no prédio em que trabalhava o primeiro ministro norueguês, e sessenta e nove a tiros, numa ilhota em que acontecia a convenção da juventude do partido no poder. Anders Breivik, então com 32 anos, além de ter preparado meticulosamente os crimes, escreveu um manifesto de ultra-direita em que culpava a esquerda norueguesa pela islamização de seu país, condenava o multiculturalismo, denunciava o marxismo cultural e sentenciava suas vítimas à morte por entender que haviam sofrido lavagem cerebral da esquerda e que, mortos, não poderiam entregar a Noruega aos imigrantes e aos não-cristãos. Breivik deve ter procurado a definição de terrorismo num dicionário de norueguês e a seguiu ponto a ponto. Ele infligiu medo através da violência para fins políticos.

Ou pelo menos essa era a história que ele queria contar. O grande mérito de Åsne Seierstad em Um de Nós é nunca comprá-la por inteiro. Não é que ela negue o terror nos atos de Breivik, o que Seierstad faz é questionar duas coisas: (1) a visão que Breivik tem de si, e que tentou transmitir ao mundo e (2) a necessidade de o terrorista aparecer como o protagonista dessa história.

Para isso, Seierstad começa do começo. Ela jamais percorre os caminhos que o assassino programou. Em vez de discutir imigração, ela escolhe a dedo as vítimas que serão personagens principais do livro: Bano, uma menina de origem curda, cuja família se refugiou na Noruega e trabalhou em silêncio para conseguir se integrar e viver uma vida de classe média; Simon, um rapaz de família norueguesa, um dos melhores quadros da juventude trabalhista, professor voluntário, jovem palestrante, admirador de Obama e partidário da integração e do acolhimento de imigrantes. Os dois morrem pelas mãos de Breivik, mas Seierstad vê de perto suas vidas, com a intenção de não despersonalizá-los. Em vez de fixar o quadro geral, o que permitiria a extremistas verem com bons olhos as ações de Breivik, ela se aproxima de personagens para não perder de vista a dimensão humana da tragédia.

O assassino também é visto em muitos detalhes, desde a infância. O homem que emerge, em vez do terrorista corajoso e heroico cuidadosamente esculpido por Breivik, tem problemas de autoestima e socialização. Extremamente vaidoso, faz cirurgias plásticas, implante no cabelo, musculação, e se declara metrossexual. Não consegue se integrar, os poucos amigos o consideram cada vez mais esquisito. Desesperado por atenção, ele busca sucesso e fama. Para Seierstad, mais do que dar um forte golpe na esquerda norueguesa e impedir a islamização do país, Breivik queria ser visto, admirado e estudado. Seria contraditório perceber essas intenções e ainda assim escrever um livro desse tamanho sobre esse sujeito, mas o Breivik que Seierstad perfila é patético. Atormentado por seu próprio senso de importância, com voz fina, sem talento e sem vocação, o assassino é mais um homenzinho pequeno e assexuado, e enlouqueceu porque jogou videogame demais e ficou frustrado demais por não ter as coisas que achava serem suas por direito. O problema é que isso às vezes resulta bastante unidimensional e acaba não sendo capaz de dar conta da complexidade dos acontecimentos.

Quando a autora consegue expor as verdadeiras razões por trás dos atos do terrorista, o que vem à superfície é a brutalidade e a falta de sentido dos atentados de 2011. A partir desse ponto, Breivik não é mais protagonista. Para que isso pudesse acontecer, Seierstad elaborou uma teia que, aí sim, permite que o leitor tenha uma visão panorâmica da sociedade norueguesa. Um de nós quer sugerir que toda aquela violência não precisou ser gestada fora do país.

site: https://ninguemdeixababydelado.wordpress.com/2016/08/03/um-de-nos-livro-reportagem-sobre-o-maior-atentado-terrorista-da-noruega/
NathyBean 02/07/2020minha estante
Vc tem o eBook do livro? Eu queria




Lucas 05/06/2019

Livro excelente. Péssima tradução e erros.
O livro é excelente, como já resenharam aqui. Considero que ABB foi um dos responsáveis pela onda conservadora que se alastrou pelo mundo a partir de 2010 e esse atentado teve sua contribuição para a história, inclusive para a situação que o Brasil passa atualmente.
Porém, a tradução parece ter sido feita pelo Google. Está certo que traduzir do norueguês tem lá suas dificuldades. Mas muitos trechos soam falsos e sem fluidez. Há erros ortográficos no livro (câmaras ao invés de câmeras) e falta de traços translineadores para a separação silábicas na transição das linhas.
De todo modo, avaliei com 5 estrelas porque o livro é de leitura fundamental para entender o mundo atual
NathyBean 02/07/2020minha estante
Vc poderia me dar este livro em ebook?




Ray 03/05/2022

Um dos livros mais sofridos que já li. Já havia assistido o filme sobre o ataque, mas demorei um pouco para fazer a ligação entre eles, só fui perceber já na metade do livro quando ocorreu o ataque? o nome do filme é 22 de julho.

Demorei para ler, a leitura realmente me afetou em alguns pontos. A riqueza de detalhes e no final a autora fazendo a ligação de todos os fatos, as entrevista que fez só mostra o quanto de tudo aquilo que foi escrito realmente aconteceu.

E que dor.


??????????
Alex 04/05/2022minha estante
Show. Vou procurar pra ler tbm.




andrealog 26/07/2016

Atual instigante e revelador
Um relato jornalístico sobrevoamos triste episódio de violência na pacífica e ordeira Noruega, muito atual para um mundo de pensamentos extremidade violência disseminada pela internet o livro nos faz entender o comportamento de jovens que optam pela violência como ferramenta de combate ao multiculturalismo. Assustadoramente atual é mais próximo da nossa realidade.
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Tatiane Buendía Mantovani 14/09/2016

Eu gostei muito do modo como a autora construiu a narrativa deste livro. Além de penetrar a cabeça do assassino/terrorista, ela mergulhou tanto e tão bem na vida de algumas das vítimas (acompanhamos inclusive histórias familiares de antes das tais vítimas nascerem) de modo que dá um contexto histórico relevante, importante para compreender a mentalidade do cara naquele dado momento.
Quando acontece a narrativa do atentado em si, cada tiro é descrito, cada ferimento é detalhado, sensação, e quando cada uma das 77 vítimas cai, a gente sente como se estivesse morrendo um personagem querido, que acompanhamos por centenas de paginas antes. Não são vítimas anônimas, nunca. Nós as conhecemos e isto torna tudo muito, muito mais triste.
Nem na biografia do Manson eu fiquei com tanto nojo de um psicopata. Anders Behring Breivik é retratado como um narcisista lazarento fdp monstro futil burro preguiçoso lixo humano, mas a autora usa de muita classe nisso (Não, não dá pra ser imparcial)
O assunto é bem atual, o atentado que ele cometeu não tem nem 5 anos, e traz muitas reflexões sobre a mentalidade separatista que rege a relutância em aceitar e integrar imigrantes, e uma politica multiculturalista, sem falar na islamfobia que impera no mundo hoje em dia.
Dos perigos de deturpar discursos nacionalistas/orgulho patriótico e partir para a ação por motivos narcisistas e ainda posando de heroi... tsc tsc tsc
O cara matou 77 pessoas inocentes, 69 delas, jovens de 13 a 17 anos que estava em um acampamento do partido trabalhista norueguês, encenando uma farsa operesca de estar agindo contra a invasão da europa por parte dos muçulmanos, quando na verdade, ele nunca superou o fato de não ter conseguido (dentre outras coisas na vida, o cara é um super fracassado) entrar para a liderança deste mesmo partido, alguns anos antes. Vingança pessoal de um mauricinho mimado lixo humano morre praga, oculta sob uma camada fétida de um pedante discurso pseudo-politico.
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Elenir 01/10/2016

Um livro denso, violento e triste.
O criminoso é um psicopata narcisista , megalomaníaco. A vida inteira tentou ser alguém de destaque, ter cargos de prestígio e falhou. Embora no livro e ele mesmo diz que isso foi um processo político, acredito que na realidade foi impulsionado pela necessidade de fazer um ato grandioso, e aparecer perante o mundo, a política é mera justificativa.
Por outro lado não acredito que tenha feito todo o processo sozinho, é muita coisa prá uma só pessoa. Além de todos os fatos que contribuiram para o sucesso do atentado, que podia ter sido minimizado. Acho que como em outros casos foi usado para o atentado, aí sim com razões políticas.
A autora dividiu em 3 partes, a primeira achei um pouco cansativa, ela discursa muito sobre política e ando enojada disso, quase desisti!!! Depois ela entra na preparação e atentado onde morreram 77 pessoas. A parte final é pós atentado, a vida continua, e é muito triste. A narrativa é excelente, e também achei interessante como ela apresentou a vida das pessoas que morreram junto com o “autor do crime”, deu mais sentimento a narrativa.
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Ana Paula 28/10/2016

Os dois extremos
Pela primeira vez na vida sinto que qualquer palavra existente seria pobre demais para descrever esse livro.
O livro começa já com uma proposta bem determinada, discorrer sobre o massacre na Noruega que dizimou 77 pessoas, mas em nenhum momento você espera metade do que Åsne Seierstad escreve. Primeiro de tudo, a mesma propõe uma visão desde a infância ate a vida adulta daquele que seria um dos maiores assassinos da Noruega, o que gera duas situações contraditórias.
1) Você acaba tendo um sentimento de piedade do assassino no começo do livro.
2) Você começa a acreditar que para algumas pessoas a MORTE é pouco.
Paralelo a narração sobre a vida de Anders Behring Breivik, descobrimos também sobre a vida de duas familias com dois jovens promissores. E é por meio desses dois jovens, que encontramos uma visão (e vida) de extremo oposto ao terrorista.
Dois jovens que anunciavam aquilo de melhor que a juventude poderia propor. Dois jovens com sonhos grandes. Dois jovens que poderiam representar perfeitamente uma geração de 77 pessoas que foram dizimadas no massacre de 22 de julho de 2011. E é quando Asne começa a contar a vida desses jovens que começamos a ter ideia da proporção de tudo o que significou o atentado a Utoya , que não só significou um fim de vidas inocentes, mas como também o fim de toda uma geração que apenas queria mudar o mundo.
Por fim, Um de nós termina com reflexões sobre ate que ponto o ODIO pode levar o ser humano, mas ele não é um livro que da um ponto final sobre aqueles ao qual o livro se destinou: as famílias das vitimas. Elas, talvez, jamais consigam esquecer tudo aquilo que o 22 de julho de 2011 representa.
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Bell 10/07/2018

Intenso, dramático e inesquecível
Que livro difícil de ler!! Conhecer a vida e a mente doente de Anders Breivik é extremamente perturbador. Vc fica o tempo todo pensando: "poderia ser alguém que conheço ". Ele é um clássico narcisista perverso que levou ao extremo sua fantasia de superioridade.
Mais do que sobre Anders Breivik, esta história é sobre Simon, Anders, Viljar, Bano, Lara.
Conhecer algumas das vítimas, conhecer seus sonhos, seus pais é dilacerador.
Parei a leitura inúmeras vezes pra buscar fotos no google, eu precisava dar rostos as histórias lidas. Assisti documentários, vi trechos do julgamento. Passei os últimos dias na Noruega, na cidade de Oslo e na pequena ilha de Utoya.
Foi uma leitura tensa, pesada e angustiante.
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Andrea 23/02/2021

Um de nós
Livro baseado em fatos reais. O atentado ocorrido na Noruega foi desumano, violento e inimaginável, pois matou adolescentes entre seus 14 e 19 anos.
A escritora trouxe a infância do assassino e toda a vida de algumas famílias que perderam seus filhos nesse massacre. Depois escreveu detalhadamente como foi o planejamento e execução e ainda o
julgamento.
Mitos erros acabaram somando para um número tão grande de mortes. O país não tinha preparo nenhum para tudo o que aconteceu.
Depois de ler , assisti o filme 22 de julho, que foi feito baseado nesse livro.
Leiam, acho importante saber do que o ser humano é capaz, porque Anders teve avaliações psicológicas ainda criança e lá já mostrava que ele precisava de acompanhanto.
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Márcia 04/05/2021

Impressionante
Relato do atentado terrorista de julho de 2011, na Noruega.
A autora nos mostra um retrato das vítimas e do autor.
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Graci 02/10/2021

22 de julho
A riqueza de detalhes do livro é tão grande que, no início, torna a leitura enfadonha. Todavia, quando a autora começa a relatar os eventos ocorridos no dia 22 de julho, com a mesma riqueza de detalhes, ela consegue transportar o leitor para a Ilha de Utoia. A história dos jovens que perderam a vida e daqueles que sobreviveram ao ataque é emocionante.
Indico a leitura.
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Hed 13/10/2021

Leeeeento demais
Vamos iniciar deixando bem claro que o trabalho de pesquisa da autora e jornalista foi incrível.
Minha nota não foi melhor por um único motivo.... Esse Anders é irritantemente desprezável.
Odiei ele desde o início, achando um cara extremamente chato. O que me motivou terminar essa leitura foi o respeito às vítimas desse babaca (com perdão da expressão).
Difícil entender o que se passa na cabeça de pessoas como ele.
77 vidas perdidas por algo que apenas ele considera importante.
Sinceramente, em pleno século XXI a pessoa ter uma mentalidade dessa, é inaceitável.
Pena de morte seria pouco pra ele, maaaaaas esse negócio de Direitos Humanos protege quem não deve.
Tá aí, a leitura mais difícil da minha vida.
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Lucas 24/01/2022

O terrorismo chega à Noruega
Agente ama vocês mais que tudo no mundo beijos banoElara tem alguém com pistolaAqui de onde ligamos agora estamos seguras (sic)

Essa foi a mensagem enviada por Lara Rashid para seus pais. Apesar de terem vivido no Curdistão na infância e ter fugido pela fronteira da Turquia com a Síria, não era de lá que Lara estava falando, tampouco dos conflitos que assolam a região. Lara e a irmã mais velha, Bano, estavam na ilha de Utøya, na tranquila e convidativa Noruega.

Em 22 de julho de 2011, Anders Behring Breivik, um norueguês de Oslo frustrado em diversos setores da vida, explodiu uma bomba no Quarteirão do Governo, matando oito pessoas dentre funcionários dos prédios e pedestres. Depois do primeiro atentado, Anders dirigiu tranquilamente até o lago Tyrifjorden, no condado de Buskerud, e, disfarçado de policial, burlou o patético e frágil sistema de segurança de um acampamento da AUF – uma divisão de jovens do Partido Trabalhista norueguês, de esquerda.

Dezenas de meninos e meninas de todo o país participavam do acampamento que formava novos líderes. O então primeiro-ministro, Jens Stoltenberg, havia participado de Utøya várias vezes até se tornar o homem mais poderoso da Noruega. Lá, Bano e Lara se inspiravam em mulheres fortes que não baixavam a cabeça para um mundo cada vez mais aberto. Lá, Lara mentiu para seus pais. Elas não estavam seguras. Lara estava segura, mas ela não fazia ideia de onde Bano estava.

ABB matou 69 jovens, entre 14 e 20 anos. Simon Sæbø, Anders Kristiansen e Viljar Hanssen – talvez os adolescentes mais promissores do AUF – estavam entre os mortos. A justificativa, nas palavras do próprio Breivik: "The tree of liberty must be refreshed from time to time, with the blood of patriots and tyrants". Ele havia regado, portanto, a árvore da liberdade com o sangue de "jovens marxistas".

O livro é extremamente pesado, mas a construção psicológica de cada pessoa (incluindo Anders, sua mãe, seu pai, os rostos de destaque da AUF) oferece um alerta para a sociedade: narcisistas como ABB existem, e são engolfados pelo discurso da extrema-direita contra segmentos sociais, sobretudo migrantes, negros, LGBTIQA+, mulheres e outras minorias. Se o terrorismo chegou à Noruega, imagina os estragos que ele pode causar em locais onde a tranquilidade não é bem o maior adjetivo.
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Jeferson.Gomes 10/02/2022

CUIDAR TAMBÉM SIGNIFICA NÃO ESQUECER.
Beber groselha pelas manhãs, não parece ser nutritivo para um menino de dois anos. Se isolar no colégio e falar só quando perguntado, as respostas saem como agressão em casa.

Sentir a neve cair, seria um começo para um final trancado e silencioso. Sua presença é insuportável para uma mãe que ainda não entendeu.

Provavelmente, uma nova família seria mais presente em dois dias. As descobertas evitariam a pichação e o sentimento de pertencimento borrifadas de spray.

Ideias são executadas no computador. Falar em público é um atentado ao seu planejamento. A fazenda traz beleza a morte que está por vir. Ela explode e estilhaça o multiculturalismo.

A próxima fase é uma ilha. O jogo, em primeira pessoa. Sentimentos são balas recarregáveis que sintetizam sua oração e patriotismo.

Corpos caem no chão. O extremismo são pílulas de combustão. O julgamento, uma teoria da conspiração. Nem todos que percorrem a trilha do amor, fazem amor.

A prisão é a sua solidão que o narcisismo o deixou.

site: https://www.instagram.com/meuslivros.minhaleitura/
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