skuser02844 29/12/2020
Mula Sem Cabeça
Por um bispo eu morria de amores,
Que afinal meus extremos pagou;
Meu marido, fervendo em furores
De ciúmes, o bispo matou.
Do consórcio enjoei-me dos laços,
E ansiosa quis vê-los quebrados,
Meu marido piquei em pedaços,
E depois o comi aos bocados
Entre galas, veludo e damasco
Eu vivi, bela e nobre condessa;
E por fim entre as mãos do carrasco Sobre um cepo perdi a cabeça.
É um poema que estranha à primeira vista mas que agrada a quem estiver disposto a apreciá-lo. Bem diferente do que imaginava de Bernardo Guimarães, esses versos trazem a descrição de uma reunião de seres mágicos, tanto do folclore brasileiro quanto do imaginário coletivo.