Resenhas - Os invernos da ilha

Nilza Russo 06/06/2016

Início promissor
Os invernos da ilha é o romance de estreia de Rodrigo Duarte Garcia; um início extremamente promissor.
É um romance repleto de belas referências literárias, engraçado e sem vulgaridades. É um livro divertido, que queremos continuar lendo para descobrir o final.
O editor explicou bem. Um livro de aventuras com personagens!
E olha só: o escritor estreante não é obrigado a escrever sobre as mazelas brasileiras. Ele pode escrever a história que quiser. E as melhores histórias tratam sempre do indivíduo.
E é só o primeiro livro de um escritor jovem e talentoso! Com certeza lerei seus próximos romances.

Conchego das Letras 01/06/2016

Resenha Completa
O romance de estreia de Rodrigo Duarte Garcia é uma aventura instigante em uma ilha do Pacífico, intercalada entre o tempo presente e o final do século XVI.

Inquietado por sucessivas tragédias pessoais, Florian Links recolhe-se em um mosteiro na Ilha de Sant'anna Afuera, no Pacífico, onde a descoberta do diário do corsário holandês luterano Olivier van Noort - que chegou ali no ano de 1600 - indica um possível tesouro escondido na ilha.

Seu amigo de infância, Dom Fernando, monge católico local, alegra-se com a possibilidade de Florian abraçar a vida religiosa.

Entretanto, à medida que o diário é traduzido pelo pedante professor Rousseau e lido avidamente por Florian - afora uma crescente paixão pela médica Cecília - levam o atormentando protagonista a enveredar-se por novos caminhos.


A sinopse da editora revela pouco. Isto tem um porquê. A história, contada em primeira pessoa, é revelada gradualmente. Conhecemos os personagens aos poucos; as paisagens são minuciosamente descritivas; o personagem principal exprime sempre seus longos pensamentos. Isto pode, no começo da leitura do livro, ser enfadonho. Por vezes, maçante.

Conforme avancei os capítulos, compreendi que as descobertas graduais conectavam-se como peças em um grande quebra-cabeça. Ou melhor dizendo: como um mapa do tesouro sendo desenhado e revelado capítulo por capítulo.
"O diário deixa transparecer essa inquietação e há momentos em que a tripulação inteira parecia prender a respiração, enquanto os navios deslizavam suavemente por aquele labirinto de pedras e suas passagens cercadas."

A linguagem é rica como há tempos não leio em um lançamento nacional. O autor é excepcional!

O tamanho da fonte é bem agradável à leitura. Gostei do conforto tanto das páginas amareladas quanto do toque ao papel. A capa é brochura, simples, mas com uma imagem bonita.

Um corsário que viveu há séculos pode mudar o presente e até a História oficial? Florian será despertado à vocação de uma vida monástica? O tesouro realmente existe? Leiam e descubram pois não posso contar mais nada!

"Minha cabeça fervilhava, senti o rosto esquentar e tive de me conter para não explodir, furioso. Quem aquele padre miserável, vassalo da Sodoma romana, pensava que era? Teria mesmo a pretensão de que a sua proposta acintosa fosse aceita?"

site: http://conchegodasletras.blogspot.com.br/2016/06/resenha-os-invernos-da-ilha-rodrigo.html#more

Thalita Branco 13/05/2016

Resenha ~ Os Invernos da Ilha - Rodrigo Duarte Garcia
Após uma tragédia e com a vida totalmente sem rumo, Florian Links resolve visitar o amigo de infância Felipe que se tornou monge em uma pequena ilha chamada Sant’Anna Afuera. Ainda que nunca tenha sido uma pessoa religiosa, a intenção de Florian é passar algum tempo no mosteiro para ver se sua vocação desperta.

Ali encontra o pomposo professor Philippe Rousseau, que estuda e traduz o antigo diário do corsário holandês Oliver van Noort na tentativa de descobrir sobre o tesouro do navio Mauritius. Não demora para Florian se encantar com Cecilia, médica habitante da ilha, e quando se dão conta, os três estão envolvidos na caça ao tesouro.

A narrativa em primeira pessoa de Florian é intercalada com a do capitão. Vamos descobrindo sobre o tesouro no mesmo ritmo em que os personagens, conforme Rousseau revela novas páginas do diário. E não só sobre o tesouro. A vida dos personagens também é revelada aos poucos.

Só passei a efetivamente me interessar pela história quase na página 100. Florian não é um narrador dos mais animados e por mais que eu tenha tentado entender seus atos terminei o livro sem concluir se gostei ou não dele. É um personagem realista, um ser humano comum com suas indecisões, dúvidas, egoísmo, erros e acertos. Por outro lado ADOREI o capitão Oliver van Noort, personificado como uma criatura bem mais aventuresca. Toda a arrogância e prepotência de Rousseau é ao mesmo tempo irritante e charmosa e seus entraves com Florian e os demais personagens, todos bem construidos, são divertidos.

Recebi o livro da Editora Record e logo de cara fiquei animada para ler pois adoro esse tipo de história, quanto mais recheada de navios e piratas (ainda que van Noort seja um corsário, uma espécie de pirata com permissão para saquear)! Os Invernos da Ilha é o livro de estreia do Rodrigo Duarte Garcia. Sua narrativa é rica e, por mais que em algumas momentos eu tenha achado o livro um pouco maçante, constrói um belo mistério e faz o leitor querer descobrir mais e avançar na leitura. Incomodou o excessivo uso de expressões em língua estrangeira que, para mim, quebravam o ritmo de leitura. Um ponto no final soou fácil demais, mas fez sentido na história. Gostei da leitura e de participar dessa aventura de caça ao tesouro!

site: www.entrelinhasfantasticas.com.br

@biaentreleituras 13/05/2016

Florian Links vive à sombra de um passado que lhe atormenta constantemente. Para fugir da culpa que o consome e tentar encontrar um rumo em sua vida, vai refugiar-se em um mosteiro que fica em uma ilha isolada, Ilha de Sant'anna Afuera. Um antigo amigo da universidade (Dom Fernando) o indicou o lugar, mas para ser um monge ele precisaria passar "por um período de experiência". Viveria no mosteiro e cumpriria com algumas tarefas que os monges realizam e no final, se decidisse que gostaria mesmo de ser um monge, haveria a consagração.

Florian Links aceita a condição passa a morar no mosteiro e lá ele conhece o professor Philippe Rousseau, um homem arrogante, que faz questão de mostrar todo o seu conhecimento exibindo-se sempre que pode. Philippe Rousseau lhe apresenta o que viria a ser um de seus maiores fascínios, o diário de Oliver van Noort. O professor está traduzindo o diário e repassa para Florian os seus avanços, despertando nele um imenso interesse.

Oliver van Noort foi um corsário holandês que invadiu a ilha no ano de 1600. Os registros oficiais contam que após uma fuga rápida da ilha, o tesouro que era carregado no navio foi jogado ao mar e jamais encontrado. No entanto, existe uma certa discrepância entre os registros oficiais e o diário de Oliver van Noort. Ao que tudo indica, o tesouro foi escondido na ilha e a grande pista para encontrá-lo está codificada em um poema.

Mas não é só com a história do corsário que Florian Links se encanta, ao conhecer Cecília von Lockenhaus, a médica local, ele não a tira de seus pensamentos. Florian entra em conflito consigo mesmo, Cecília poderia ser um empecilho para que ele se tornasse um monge mas ao mesmo tempo ela resgata algo que estava perdido em seu interior.

Quando a tradução do professor finalmente chega ao fim e Florian lê os relatos do corsário, eles têm a certeza de que o tesouro está escondido na ilha e, com a ajuda de Cecília, planejam procurá-lo.

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