Paloma 18/04/2022"Saber os detalhes não vai facilitar as coisas. Os detalhes vão acabar com você."Graças ao livro 'Esposa Perfeita', me apaixonei perdidamente pela escrita da Karin Slaughter. Ela é uma autora detalhista e completamente visceral: Descreve verdadeiras cenas de embrulhar o estômago e que nos faz perder totalmente as esperanças no mundo.
Em vista disso, comecei 'Flores Partidas' com as melhores expectativas. Deseja ter novamente aquele gostinho delicioso que a narrativa minuciosa da Slaughter proporciona... E no começo, tudo estava correspondendo às alturas: famílias completamente destroçadas buscando resiliência, violência explícita, mistérios por todos os lados, acontecimentos estranhos e cenas arrepiantes.
A névoa de incompreensão, medo e ansiedade impulsiona a leitura e me atiçou à compreender as lacunas existentes. A investigação é instigante: Pois em quem podemos confiar? Sendo que até uma pequena sombra pode esconder verdades cruéis?
Entretanto, a Karin se perdeu na metade da obra e tudo ficou insuportável de levar; A narrativa ficou sofrida e extremamente cansativa. Pesou na dosagem de insegurança e inocência da personagem Claire: e, infelizmente, toda a negação que esta carregava para a história, só realçava a falta de evolução do trama e a completa encheção de linguiça que estava sendo. O livro poderia fácil ter umas 70 páginas a menos.
E o final... brochante. Além de ser acelerado demais, há muitas "pistas" tiradas do nada, planos horríveis, justiça ridicularizada, a polícia sendo inútil e o plot previsível.
O desfecho não é aberto, porém também não tem uma conclusão certa. Tapa uns buraquinhos aqui e ali, mas a sensação maior que fica é de decepção mesmo... Pois uma história que teve uma ótima construção inicial e ganchos extraordinários, merecia bem mais... Beeem mais.
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"... Quando um homem rejeita uma mulher, ela vai para casa e chora por alguns dias. Se uma mulher rejeita um homem, ele pode estuprá-la e matá-la."