Tatiane Buendía Mantovani 10/06/2016
Acabou a trilogia Bill Hodges e não estou conseguindo lidar com isto....
Em Finders Keepers já tínhamos uma indicação mais ou menos clara do que viria em End of Watch, então a espera foi cheia de ansiedade.
O que dizer de um livro com personagens que me cativaram desde o longínquo 2014, quando foi lançado Mr. Mercedes? A leitura já começa com aquele gosto de saudade porque sabemos que esta é a despedida. Que depois de End of Watch não teremos mais Hodges, Holly e Jerome...
O livro é cheio de flashbacks dos livros anteriores (principalmente Mr. Mercedes, cuja história é mais intrinsecamente ligada a este último, afinal até o vilão do primeiro reaparece agora no terceiro!). Esta questão dos flashbacks é interessante, mas faz mais sentido para os leitores americanos, que leram Mr. Mercedes ha 2 anos, para nós, brasileiros que tivemos o lançamento deste aqui este ano, fica um tantinho redundante porque todos os detalhes revisitados estão fresquinhos em nossa memória. (talvez eu seja um caso a parte, porque, de 2014 para cá, foram pelo menos 4 leituras!!! normal o tanto de deja vu que senti, então perdoem-me).
Já no primeiro capítulo revisitamos a fatídica cena do massacre do Mercedes, quando Brady Hartsfield (lááá no primeiro livro) atropelou uma multidão de pessoas que aguardavam em fila para entrar em uma feira de empregos. Desta vez, revivemos a cena sob ponto de vista de dois paramédicos que foram os primeiros a chegar na cena. É um capitulo extremamente triste. Incrível como o King consegue contar a mesma história várias vezes e ainda assim, despertar sentimentos diversos, sem deixar de emocionar nunca!
Sobre a história em si... Hodges e Holly são chamados para uma cena de crime, um suposto homicidio-suicidio envolvendo um dos sobreviventes do massacre do Mercedes. Desde o finzinho de Finders Keepers já tínhamos a impressão de que o vilão Mr. Mercedes não estava mais em estado vegetativo, em coma profundo e irreparável. Portanto, pouco a pouco, vemos a volta triunfal de Brady Hartsfield. Como? Só lendo para saber. Bom, neste ponto tem uma porção de "Ah, vá!!!" (algumas coisas são imensas forçações de barra) mas... depois que você compra e aceita a historia do jeito que está sendo contada, flui muito bem, cheia de perseguições e reviravoltas, ao melhor estilo Mercedão Desgovernado.
O final... ah, o final. Eu achei que ia odiar o King, mas eu ainda o amo. Entendo o que ele fez. Por que fez, a inevitabilidade de algumas coisas, mas ainda assim... chorei rios.
Confesso que chorei. E vou sentir imensas saudades de Hodges, Holly e Jerome.
O livro traz uns dados e umas reflexões interessantes sobre a incidência de suicídio entre jovens americanos (e por que não dizer, mundialmente). Este sempre é um assunto difícil. O King fecha a nota do autor do livro com uma mensagem muito positiva sobre o assunto, que me fez chorar ainda mais. (ando muito sentimental ultimamente).