Heloisa 02/03/2015
Lei da causa e efeito
Todo romance espírita traz uma lição moral e/ou conceitos práticos sobre a vida espiritual. O livro de Mônica castro traz as duas coisas, elementos morais sobre nossos princípios e sentimentos desenvolvidos pelos nossos companheiros de viagem, assim como de forma prática, demonstra as técnicas de cura no plano espiritual (nas colônias) e as formas de obsessão e libertação. Traz ainda uma série de núcleos que ao final, como todos os livros espíritas, tem um grande clímax para descortinar as inúmeras conexões entre os personagens. Este fato, inclusive, torna o romance meio cansativo em alguns momentos, mas não tira do texto a pegada de suspense.
Fato muito relevante, e que dá todo o fio da história, é a reflexão sobre a adoção. A divisão de águas sobre o amor diante dos laços sanguíneos, isso realmente é impactante no sentido de nos fazer refletir no que realmente se quer ao pensar em filhos? A autora traz a reflexão sobre a importância dos laços maternais/paternais o âmbito familiar, do que realmente interessa se o filho foi gerado ou adotado? Uma das passagens que explica muita é quando Flávia, a mãe que adota Fabrício, reflete sobre a sua maternidade, e conclui que a única diferença entre os dois filhos (um gerado e outro adotado) é o fato de que o filho gerado dependeu dela somente para a existência, pois que o amor pelos dois filhos era igual; e que no fim de tudo os laços espirituais explicam a força dos encontros na nossa permanência física nesta terra de expiação.
Outra coisa que permeia todo o livro é a força dos sentimentos que impulsionam a trama: amor, ódio, inveja, ambição, enfim, muitos sentimentos que justificam todos os fatos ocorridos. O que dá ao leitor a certeza que se tratando de espiritualidade somos seres emocionais, e que o livre arbítrio nos impulsiona para um bom ou mau desfecho, e estas decisões e emoções são balizadas pela maturidade espiritual de cada um.
Então quem quiser ler esse livro esteja certo que seus sentimentos irão dar uma sacudida!