Resenhas - Trabalho, Lar e Botequim

Gabriel Barbosa 08/03/2024

Leiam
Um dos melhores livros de ciências humanas que já li. Pesquisa de arquivo aprofundada, abordagem criativa, nos faz ver e sentir a cidade do rio de janeiro nas suas entranhas mais profundas.

Caio380 13/10/2023

O botequim é uma síntese do Brasil?
Trabalho, Lar e Botequim é uma importante contribuição histórica e social para a compreensão do processo de modernização da cidade do Rio de Janeiro do início do século XX e suas consequências para as classes populares viviam na cidade. O estudo de Sidney Chalhoub é rico em detalhes, análises e referências teóricas e biográficas da época que tornam a leitura mais prazerosa, intensa e desafiadora. O que acaba quase tirando nosso ar, em alguns trechos. Este livro é um retrato da sociedade carioca do passado que ressoam no presente quando refletimos sobre os estereótipos em relação a "violência" e "criminalidade" que habitam no imaginário social e inconsciente coletivo brasileiro. O professor Chalhoud desvenda as complexas redes de relações sociais que criam e mantém a realidade cotidiana em funcionamento com suas contradições e antagonismos. Leitura necessária para as áreas de História, Sociologia e Antropologia. Acredito que toda pessoa que tenha interesse por Ciências Humanas deveria ler esse livro. Encontramos uma pesquisa rigorosa desenvolvida a partir da documentação da época, onde, o uso didático das teorias sociais é feita com criticidade e respeito a construção da verdade dos fatos. Afinal, o botequim é uma síntese do Brasil?

site: https://socioabsurdo.medium.com/trabalho-lar-e-botequim-f5f26fbc6f12

Laise 29/03/2014

Belle Époque
O livro trata de discussões sobre a classe operária do Rio de Janeiro durante o período conhecido como belle époque, organizados a partir de uma documentação constituída por processos criminais, são 367 paginas formando três longos capítulos, a pesquisa do Autor Sidney Chalhoub é baseada em processos criminais onde 140 são citados em sua obra.

O primeiro capítulo
Sobrevivendo...

Trata dos conflitos ligados à sobrevivência material ressaltando a importância do trabalho na vida desses milhares de indivíduos principalmente negro que recentemente haviam deixado de ser escravizados e passam a ser livres em busca da primeira oportunidade de emprego, sendo que o mercado de trabalho se tornava cada dia mais competitivo.
No segundo capítulo

...Amando...
Neste capítulo são estudadas as relações de comportamento entre homens e mulheres e também entre companheiros de trabalho e compadres destacando os laços que os unem, e por vezes o convívio cotidiano dessas pessoas no mesmo espaço, traziam brigas e discursões e isso muitas vezes desencadeava em fins trágicos.
Terceiro e ultimo capítulo

... “Matando o bicho”
E resistindo aos “meganhas”
Aqui é tratada a forma de lazer que era buscada por muitos homens após um dia de trabalho, e quase que natural é tratada também a forma de repressão usada por policias ou como seriam chamados no período os “Meganhas”. Que tem muitos papéis nesses conflitos, às vezes apenas exercendo seu trabalho, e às vezes como acusado. No geral será discutida a relação entre meganhas e sociedade.

Um bom livro,indico a todos os meus amigos, espero que gostem da minha resenha.

Pâm 16/06/2012

O cotidiano dos trabalhadores durante a República Velha
Trabalho, Lar e Botequim tenta reconstruir o cotidiano da classe trabalhadora carioca, no início do século XX. Uma época em que o Rio de Janeiro passava por um período de transformação econômica, pois saía do sistema escravocrata e entrava na ordem capitalista; mas foi uma época em que também passava por mudanças estruturais, como a reforma urbana instaurada pelo governo de Pereira Passos. Através de 140 processos criminais de homicídios, jornais da época, livros de literatura e outros trabalhos já realizados sobre este assunto, Chalhoub mergulha nos aspectos mais íntimos da vida desses indivíduos.
O livro é composto de 367 páginas, divididas em três capítulos, sempre possuindo citações retiradas dos processos criminais e dos jornais. O primeiro intitulado Sobrevivendo traz informações sobre a habitação e trabalho desses populares; o segundo chamado Amando, com informações sobre as relações pessoais e familiares e, o terceiro capítulo se chama “Matando o bicho” e resistindo aos “meganhas” sobre o lazer dessa classe trabalhadora, a rua, o botequim e a repressão policial que enfrentavam.
O livro Trabalho, Lar e Botequim retrata, de uma ótima maneira, as camadas populares e o seu cotidiano. É a história vista de baixo, através de seus personagens mais comuns, mas que no livro em questão ganham vida e voz. Eles são nomeados, não são considerados “o povo” e apenas isso. Cada um tem sua história que vai sendo recriada por Chalhoub.
A Era Pereira Passos que serve de pano de fundo para a história, é de uma contradição imensa. Tentava-se de diversas maneiras transformar o Rio de Janeiro em uma cidade moderna, um exemplo para todo o país de civilização e progresso. Mas, ao mesmo tempo em que essas mudanças trouxeram euforia para uns, trouxeram enormes tristezas para outros, principalmente, a classe mais humilde da sociedade.