Resenhas - A História de Kullervo

Giuriatti 27/05/2022

Uma verdadeira "discatástrofe"
Uma leitura extremamente interessante para aqueles que admiram (assim como eu) as obras de Tolkien, porém, assim como outras resenhas aqui, não indico como primeira leitura do autor.
O conto de Kullervo, que é uma adaptação de Tolkien do Kalevala (de origem finlandesa), aborda temas profundos, melancólicos e extremamente impactantes aos leitores mais sensíveis.
O conto em si é relativamente curto, em torno de 35 páginas, o restante são comentários e trechos retirados de cartas e manuscritos de Tolkien, além da própria visão da autora, quase como uma biografia que retrata o pontapé inicial de Tolkien no que diz respeito ao universo de Feéria (sobre contos de fadas).

Recomendo a leitura para aqueles já habituados com outras obras, além de gostar de imergir no universo Tolkeniano e no que tange sua própria história de vida acadêmica.

Gabriel.Effgen 14/01/2018

Não e uma leitura para qualquer um...
Breve e rápido, explicar porque o livro não e para qualquer leitor...
-O livro tem bastante termos desconhecidos para leitores comuns, isso e ruim? as vezes sim, mas, para quem e curioso e bom;
-As metáforas que o livro usa para explicar certos aspectos do mundo deixa o leitor as vezes confuso, (de novo isso é bom e ruim ao mesmo tempo).
Para quem curte os Contos Inacabados do Tolkien, vai gostar do livro.
Dica -> O livro e pura mitologia Finlandesa, para os curiosos que querem saber mais sobre as metáforas dos aspectos do mundo descrito e sobre vários termos "desconhecidos".

ATHOS 08/03/2017

Pura enganação.
Ruim pra cá ralho, dinheiro jogado fora, odeio esses livros do filho do Tolkien fazendo seus comentários cheio de achismo, po, cara sem talento fica lançando livro com rascunhos do pai.

Edson Silva 19/12/2016

A História de Kullervo (The Story of Kullerv) — J.R.R. Tolkien
“Nos dias {de magia, muito tempo atrás, quando a magia ainda era recente}, uma mãe cisne criou sua ninhada de filhotes junto às margens de um rio tranquilo, no pântano cheio de juncos de Sutse.” — J.R.R. Tolkien. A História de Kullervo


A primeira tentativa de Tolkien de escrever uma história, em prosa e verso. Tolkien tinha então cerca de vinte e dois anos quando tenta recontar o mito de Kullervo, que ele conheceu através do Kalevala (uma coleção de mitos finlandeses reunidos em um livro, que teve muita infleência em seu legendário), Tolkien adiciona novos elementos e “corrige” alguns furos no mito, o que dá origem ao mais sombrio conto de Tolkien, que mais tarde serviu de grande inspiração para Os Filhos de Húrin.
Assim como na edição brasileira de O Ferreiro de Bosque Grande o material extra do livro, também composto por Verlyn Flieger ou pelo próprio Tolkien, é interessantíssimo para um fã de Tolkien, ou para qualquer um que se interesse por mitos ou literatura.

Taylor 14/11/2022

Influências
Trata-se de um conto inacabado, cujo final se torna conhecido pelas anotações do autor. Apesar disso, é uma tragédia bem desenvolvida e interessante. Uma pena que o próprio Tolkien não tenha terminado em vida.

O que mais me surpreendeu no livro, que acabou nem sendo dentro do próprio conto, foi a revelação do nível de influência que o Kalevala ? coleção de mitos finlandeses antigos ? exerceu sobre Tolkien. A ponto de grandes histórias do autor carregarem consigo influências diretas de "A História de Kullervo", que, por sua vez, foi diretamente influenciada por sua versão no Kalevala.

Enfim, recomendo esse livro caso você já conheça a obra de Tolkien. Caso ainda não tenha lido nada dele, começar com esse pode não ser a mais divertida das experiências kkkkk, nesse caso eu recomendaria O Hobbit

Nadine Hoffmann 01/11/2020

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Ruan Ricardo Bernardo Teodoro 31/01/2024

A "História de Kullervo" é um conto inacabado escrito por J. R. R. Tolkien em 1914, que faz parte do "Kalevala", o épico nacional da Finlândia. Este conto foi o precursor e inspiração para o conto épico de Túrin Turambar, um personagem integrante da Terra-Média que compartilha a sina de Kulervo de assassinato de inocentes e de relações incestuosas.

Nessa ótica, A História de Kullervo trata do personagem de mesmo nome - que significa Cólera, o qual nasce em cativeiro após seu pai, Kalervo, ter sido assassinado pelo seu tio, Untamo, e ter sua família - mãe, irmãos mais velhos e irmã gêmea (Wañona, que significa Choro) - escravizada pelo irmão de seu pai.

Ainda criança, Kulervo jura vingança contra Untamo, o qual, após tentar por três vezes matar o garoto, vende-o como escravo ao ferreiro Ilmarinen. Sob o serviço da esposa do ferreiro, Kulervo se enfurece após sua senhora destruir a única herança do pai que possuía - o punhal Sikki , assim, ele encanta ursos e lobos com uma flauta de osso de vaca para aniquilar a esposa do ferreiro.

Kulervo, então, foge e decide voltar para casa. No meio do caminho, ele se apaixona por uma moça que encontra na floresta. Mais tarde, ele descobre que ele e a garota são os irmãos que a muito se perderam. Horrorizada por essa descoberta, a irmã se lança em uma cachoeira.

Consumido pela culpa, Kullervo vai atrás de seu tio e extermina pessoas e propriedades. Sabendo ter, em sua fúria cega, matado sua família, ele decide se entregar à própria espada, a qual concorda em tomar sua vida.

Dessa história, percebe-se que Tolkien começava a trilhar o caminho pelo qual se tornou famoso: ele não só adaptou um conto antigo como também "inventou" novas linhas narrativas para ele, iniciando um processo de recriação que culminaria em sua obra-mor "O Senhor dos Anéis".

Além disso, como tragédia, A História de Kullervo de adequa à estrutura aristotélica, a qual inclui, entre outras, a catástrofe - mudança de sorte; a peripteia - quando um personagem produz um efeito oposto ao pretendido; e a anagnoresis - quando um personagem passa da ignorância para o conhecimento (p. XV). Sua forma narrativa, por sua vez, está entre os contos e os poemas longos, eis que é escrito com uma mistura de prosa e verso.

Por fim, aponta-se que "A História de Kullervo" foi a primeira tentativa de Tolkien de contar - e "reorganizar" durante o processo - um conto já existente" (p. 160). Assim, o autor já dava os primeiros passos em direção ao caminho sinuoso da imitação à invenção de um grande corpo mitológico próprio.

samucacn 20/02/2023

Kullervo é um anti-herói de destino trágico na mitologia Fino-húngara. No finlandês Kalevala, Kullervo era o filho mal-fadado de Kalervo. Ele é o único personagem irremediavelmente trágico na mitologia finlandesa.

Willian.Izidio 29/05/2017

Inspirador
Esta é a primeira obra literária escrita de J.R.R. Tolkien, embora publicada postumamente. Verlyn Flieger traz neste exemplar uma compilação inédita dos rascunhos do autor sobre esta epopéia finlandesa (trata-se de uma adaptação do "Kalevala"), que conta a história de um jovem herói que tem uma história trágica desde seu nascimento até sua morte. Tolkien leu esta história, em versão traduzida por Elias Lönnrot, e não satisfeito com a narrativa, resolveu criar sua própria versão do conto. O interessante, é que podemos perceber o estilo de escrita de Tolkien já bastante semelhante ao encontrado em publicações posteriores (em relação á datação dos rascunhos), além da semelhança de características históricas entre personagens desta história e do universo Terra-Média. Com isso, a atenção desta obra foca não na história, que por sinal é muito curta, mas na importância dela para o que viria a ser O Hobbit e o Senhor Dos Anéis, que são as suas magna opera (através das notas e comentários). Bem-aventurados sejam os Vikings.

Letícia 30/05/2021

É uma história que não foi finalizada, o que dificulta apreciar a história totalmente, alguns textos posteriores acabam ficando repetitivos ao longo do texto, o que torna a leitura um pouco cansativa.

Tiago.Borges 19/02/2017

A gênese da genialidade Tolkieniana
Este conto é um marco na gênese do processo de criação do legendarium de Tolkien, uma estória que influenciou fortemente a sina de Turin Turambar em Os Filhos de Húrin, considero muito mais um anexo cronológico no processo de desenvolvimento de Tolkien e sua mitologia do que uma obra tolkeniana, de qualquer forma, vale para curiosos da saga de Tolkien na construção de Ëa, Arda ou Terra Media.

Cris 01/10/2021

Fantasia, família e tragédia
É um conto de aproximadamente 50 páginas, que conta a história de Kullervo, filho de Kallervo.
Kallervo e seu irmão eram rivais. Kallervo e sua família são mortos pelo seu próprio irmão, só restando Kullervo. Kullervo sofre com maus tratos desde pequeno, é posto em várias provas e acaba sendo vendido como escravo para uma outra cidade, onde ele vai descobrir uma parte da história de sua família.

A história é bem trágica e tem toques de magia. Foi inspirada na mitologia finlandesa, e é uma das primeiras histórias de Tolkien, sendo inspiração para outros livros posteriores, como “Os filhos de Húrin”.

Eu achei a história bem diferente das outras histórias de Tolkien, por conta de seu teor trágico. É uma obra que não me agradou, porque se trata de um conto muito curto, com uma escrita meio confusa e uma mitologia que não me conquistou. O restante do livro traz anotações do autor, rascunhos e comentários da Verlyn Flieger, responsável por esta edição.

Acho que é o tipo de livro que só vai agradar mesmo pra quem é muito fã do autor, e quer ler toda a sua obra. Mas não é uma boa escolha pra quem quer conhecer a escrita do autor.


site: http://instagram.com/li_numlivro

Maira Giosa 07/10/2021

Como qualquer fã de qualquer autor, busco sempre me manter atualizada. No caso de Tolkien - no qual todas as obras recentes são póstumas, editadas por seu falecido filho, Christopher, ou por estudiosos - me aprofundar nas obras que ele próprio trabalhou em vida me trazem mais clareza sobre quem foi o professor e linguista e, também, sobre como sua mitologia evoluiu. É o caso de A História de Kullervo.

A contra-página já nos diz: Kullervo é o precursor e a principal influência de Túrin Turambar, um dos mais famosos e trágicos personagens do Silmarillion - e, não por acaso, um dos meus favoritos. Mas mais do que só evidenciar as influências, o livro - organizado pela professora Verlyn Flieger - nos traz os manuscritos de como Tolkien descobriu e se apaixonou (a ponto de quase perder a bolsa de estudos) pelo Kalevala finlandês.

Para os que não sabem, o Kalevala é um conjunto de mitos cantados que, até 1835, não havia sido organizado em nenhum tipo de narrativa escrita coerente. Tolkien o descobre no período pré-Primeira Guerra - antes de ele próprio ser enviado ao front - e se debruça para recontar, à sua própria maneira, a história do desafortunado Kullervo.

A partir dessa reescrita, Tolkien começa a traçar os primeiros sedimentos para o que viria a ser a história de Túrin - incluindo mudanças de nomes de personagens para seu idioma próprio, que ele mais tarde chamou de qenya, o alto-elfo. O estudo de Flieger é muito interessante, e os manuscritos que ela traz, igualmente fascinantes. Como diz a professora, sem o Kalevala não haveria a História de Kullervo de Tolkien e, sem este último, não haveria Túrin Turambar. Um prato cheio (que eu devorei em surpreendentes três dias!) para os aficionados!

site: https://www.instagram.com/livrosdamaira/

Alisson.Seraggioto 05/01/2022

A origem da Terra-média
Esse livro é de difícl leitura, afinal se trata de uma versão/tradução de Tolkien para um conto muito antigo da cultura Filandesa sobra a trágica história de um personagem do dos contos do Kalevala.
O texto é confuso, pois o conto original em si é assim, mas o bacana do livro é os comentários e estudos sobre o contoo feitos pelo próprio Tolkien e por Verlyn Flieger (uma grande tokienista), no qual percebemos a grande influência que essa lenda teve para a criação da Terra-média, tanto pela admiração de Tolkien pela língua antiga das terras nórdicas, quanto do próprio Kullervo, que serviu de influência para Turin Turambar do Silmarillion.

Gabriela 30/09/2018

Continuando meu projeto de ler a obra de Tolkien, meu autor favorito da vida, peguei este livro que é a versão do autor para a história de um dos personagens do folclore finlandês. O Kalevala é uma epopeia finlandesa que só foi compilada no século XIX, foi feita a partir da reunião de cantigas populares. Uma das histórias narradas nessas cantigas é a trágica história da família de Kullervo.

Kalervo, o pai de Kullervo, foi morto pelo próprio irmão e sua esposa e filhos foram levados como prisioneiros. Como se trata de folclore/mitologia, não estranhe ao saber que Kullervo, ainda bebê, vendo a tristeza da mãe, jurou-lhe que se vingaria do tio. Ele foi uma criança muito precoce (imagine que ele já falava quando bebê), cresceu rapidamente e tinha uma força extraordinária, mas era carrancudo e feio, não era alguém que inspirasse muito amor. Tanto que a única pessoa com quem ele realmente se importava (além da mãe) e que o amava de volta era sua irmã gêmea.

O tio de Kullervo tenta matá-lo algumas vezes, porque tem medo desse jeito dele, mas como Kullervo sempre escapa com a ajuda dos poderes do cão Musti, o tio resolve dar um jeito de mandá-lo para longe. Com a vingança sempre em mente, Kullervo vai acabar tomando decisões (e matando muita gente) que vão levá-lo de volta para o castelo de tio, mas com consequências trágicas para todos.

Para quem é fã de Tolkien e já leu O Silmarillion e/ou Os Filhos de Húrin, esta história tem alguns elementos familiares. O principal deles é que a história de Kullervo foi uma grande inspiração para a história de Túrin, filho de Húrin. Além disso há outros pontos em comum com a obra de Tolkien que são discutidos pela editora Verlyn Flieger no posfácio.

Também temos como posfácio duas versões de um ensaio de Tolkien sobre o Kalevala. Então, ficamos sabendo pelas próprias palavras do autor como o Kalevala exerceu um grande impacto e fascinação sobre ele. Imagine que ele até tentou aprender finlandês para ler no original, pois sentia que a tradução inglesa não era das melhores. Embora ele não tenha conseguido alcançar seu intento, o Kalevala continuou a influenciá-lo a ponto de levá-lo a fazer sua própria versão de Kullervo.

Só falta dizer que, como boa parte das obras de Tolkien, esta também é inacabada. Ele escreveu tudo com detalhes, inclusive com canções, até quase o final. Mas do finalzinho há apenas um esboço com os principais acontecimentos que ele deveria narrar, mas já dá para entender o que o autor pretendia fazer. Enfim, é um livro que serve mais para quem leu e gostou de O Silmarillion e quer conhecer uma das fontes de inspiração de Tolkien.

site: https://bibliomaniacas.blogspot.com/