spoiler visualizarDani 21/05/2020
Only Beloved: um desabafo
Hora da confissão: isso é mais um desabafo do que uma resenha de verdade, mas como só vi resenhas positivas... vamos variar um pouco.
Eu não li todos os livros da série porque, francamente, o poder curativo do amor fica bem cansativo depois de ler uns 500 romances históricos. Mas os livros de Ralph (meu preferido, de longe), Vincent e Imogen não foram muito frustrantes então... Por que não dar uma chance ao George e ver como vai ser o último, não é?
Acho que eu não gritava tanto com um livro desde que li a série Imortais.
Grande parte da minha decepção com o livro é devido ao que eu esperava dada a faixa etária dos protagonistas (ou seja: mais maturidade e mais sinceridade, sem tantos segredinhos e falta de diálogo).
Only Beloved poderia ter 150 páginas a menos se o George não fosse tão lesado e falasse de uma vez o que diabos era o tal "grande segredo". Quer dizer, ele casou com a Dora, levou ela para casa onde morava com a primeira esposa e realmente esperava que o passado nunca viesse à tona? Tá, talvez ele fosse ingênuo a esse ponto (???).
Mas depois o conde incestuoso aparece perto da casa dele, e ele não dá UM motivo pra esposa evitá-lo? Me poupe. E, sinceramente, me recuso a acreditar que uma mulher de quase 40 anos, que foi independente por mais de 10, seria tão lerda a ponto de ir pra um penhasco (!!!) conversar com um estranho que muito obviamente odeia o marido dela (!!!) e queria vingança até um mês atrás (!!!). E claro, depois de quase morrer, vamos seguir o baile - literalmente - felizes e saltitantes. Nem foi traumatizante nem nada.
A feminista que habita em mim também ficou possessa com essa coisa de enfiar uma mulher na história (Mrs. Parkinson) só pra causar intriga. Uma das coisas mais mesquinhas da literatura.
Sim, eu sei, se quisesse ver coisa real eu ia ver um documentário, mas custava ser coerente?? Dora tem a personalidade de uma batata assada (sua única característica relevante é que ela sabe tocar piano e harpa), e só piora depois do casamento. E o George é um hipócrita sem tamanho.
Olha, eu nem vou comentar sobre aquela frescura de falar sobre "ah, amor é uma palavra tão inadequada" e o "será que ele me ama"? Porque... zzZzZ. Sério.
No entanto, não é um livro ruim. A escrita é fluida, o final é feliz e o epílogo é muito fofo, se você leu os livros anteriores. Se é isso que você procura, não crie expectativas e seja feliz com um clichê básico para espairecer.