Karini.Couto 21/02/2022O livro Amor, Otário amor - História da vida a 2.0 vem com uma narrativa descontraída, sarcástica e um tanto pessimista sobre casais que parecem incrivelmente felizes nas redes sociais e no dia a dia mal se falam.
"Para você, liberdade é poder fazer o que quiser, sem ter que dar satisfação ou se preocupar com ninguém. Para mim, não. Para mim, liberdade é sabe que, mesmo tendo que dar satisfação ou me preocupar, eu posso fazer o que eu quiser."
Quantas vezes olhamos para um feed do "casal badalado da Internet" e pensamos: "Nossa, quanta sintonia!", "Quanto amor!", "Como eles parecem terem sido feitos um para o outro!", mas a realidade pode ser bem diferente da postada, é sobre isso que Léo Luz fala em seu livro.
Um enredo que nos faz refletir sobre como os relacionamentos que vemos afetam o nosso próprio relacionamento ou a visão de um possível relacionamento, nos fazendo criar algum tipo de expectativas, ou idealizar algo para nossa vida, com base em algo que vimos por aí?
"Ninguém é feito pra ninguém. O mundo não é uma enorme caixa com milhões de pares de sapatos com somente dois de cada número, nos levando a uma busca incessante e insana por encontrar o par certo. O mundo está mais para uma enorme caixa com milhões de meias - não sapatos -, e, mesmo que você pegue o par do número errado, é só esticar um pouquinho o tecido ou usá-la um pouco que ela vai se moldar ao seu pé. No fim das contas, você pode escolher qualquer meia, porque, com boa vontade, ela vai te servir. Apertada ou larga, vai servir."
Com diálogos certeiros, divertidos esse livro traz histórias que lembram algum casal facilmente, e aquele velho ditado brega: "Será mesmo que a grama do vizinho é mais verde?".
Esse livro foi lido em uma sentada e não apenas por mim, Karini, mas pelos meus filhos, e está passando de mão em mão, e todas as opiniões são idênticas, "é exatamente isso!", "Aquele casal!", "Putz, como o Léo foi certeiro!", "Nossa! E eu pensando que deveria ser assim!".
Se você, assim como eu curte uma leitura bem humorada, e realista, a ponto de te fazer refletir sobre seu próprio umbigo, essa leitura é para você!
"A vida não é filme, você não entendeu. O final feliz não é garantido, pra começo de conversa. Você não vai convencer a mulher da sua vida entrando de cabeça baixa em um elevador que vai enguiçar."
O livro conta com prefácio de Luiz Fernando Veríssimo, Hélio De Lá Pena, Fred Elboni e Léo Luz é escritor e roteirista, para quem não sabe.
"..Ser [*****] todos entendiam ele aceitar. Uma mulher que não lava, não passa e não cozinha, quem se importa? Mas errar a vírgula duas vezes na mesma frase e escrever 'de mais' separado? Isso não tem perdão. Tudo tem limite."