Fernando Lafaiete 13/08/2018A Conjuring of Light: Um desfecho digno para a trilogia Tons de Magia?*****************************NÃO possui spoiler da trilogia****************************
Depois de ter lido “Um Encontro de Sombras”, segurar as expectativas para o desfecho da trilogia “Tons de Magia” foi um pouco complicado. Comecei a leitura de “A Conjuring of Light” esperando encontrar um certo tipo de história e acabei encontrando-a parcialmente. O terceiro livro da trilogia mostra o quanto a famosa organização de escrita conhecida como outline faz a diferença. V. E. Schwab sempre deixou claro que é adepta a este tipo de técnica e lendo o desfecho de sua elogiada trilogia, fica evidente que a referida escritora sabia desde o começo onde queria chegar e como ela deveria desenvolver a trama para alcançar tal objetivo.
Um livro com viagens entre mundos, feiticeiros, príncipes, reis, rainhas, reinos, batalhas, personagens fortes e representatividade. Tudo o que um leitor do gênero normalmente procura em bom livro de fantasia. V. E. Schwab é uma autora que foi me conquistando aos poucos. Quando li “Um Tom Mais Escuro de Magia”, não achei nada demais. Li uma história com cenas esquisitas, cheias de coisas sem noção e com um protagonista que não demostrou (pelo menos para mim) tanto poder assim para ser considerado um dos magos mais poderosos entre as diferentes Londres existentes neste universo. Mas terminei a leitura com um saldo positivo e no mínimo curioso para ler a sequência. Foi com “Um Encontro de Sombras” que me apaixonei pela trilogia.
“A Conjuring of Light” dá continuidade aos acontecimentos catastróficos do segundo volume e o desenvolvimento da trama é bem explorado pela autora. As cenas de ação são muito bem descritas e temos o vislumbre de questões políticas, um melhor desenvolvimento de alguns personagens secundários e um reforço nos relacionamentos pré-estabelecidos nos volumes anteriores. A interação entre os personagens é impecável e a maneira encontrada pela autora para que eles se completassem é muito bem inserida na trama.
O terceiro livro não supriu minhas expectativas mas apresentou um desfecho muito bom, que pode ser considerado facilmente como excelente. A autora amarra tudo muito bem, não deixando pontas soltas. Apesar de ter gostado da finalização, alguns pontos me incomodaram e fizeram com que eu me desconectasse um pouco com a narrativa durante a leitura.
1. Vi muita obviedade na trilogia. Certas coisas são óbvias desde o primeiro volume. Esperava ser surpreendido em algum momento e isso não aconteceu. As supostas revelações entregues pela autora, chegam a ser toscas. Acredito que ela poderia ter criado reviravoltas e revelações bem melhores.
2. Achei o vilão do livro a partir do meio do livro muito abstrato. Não senti em momento algum uma sensação de urgência em relação a ele. Isso impactou bastante de maneira não muito positiva a forma como enxerguei a jornada dos heróis.
3. Como disse no terceiro parágrafo, temos um vislumbre de questões políticas, mas não passa disso. Gosto de politicagem e queria que a autora tivesse se aprofundado um pouco mais neste quesito. Além de que levando em consideração todo o problema enfrentado pelos personagens, esperava mais cenas de ação.
Indico bastante esta trilogia para os leitores que assim como eu adoram fantasia. A autora escreve muito bem e descreve tudo de maneira bem adequada. Nada no nível de Robin Hobb e George Martin, mas ainda assim, o suficiente para nos imergirmos na história. Uma boa trilogia que sei que é a favorita de muitos. Não entrou na minha lista de favoritas, mas cumpriu seu papel. Me divertiu e fez com que eu finalmente me decidisse.... V. E Schwab se tornou sem dúvidas uma de minhas escritoras favorita.