O País do Carnaval - Cacau - Suor

O País do Carnaval - Cacau - Suor Jorge Amado




Resenhas - O País do Carnaval - Cacau - Suor


6 encontrados | exibindo 1 a 6


Biancabfmc 01/12/2022

No começo não gostei da história, mas no decorrer do livro vi o sofrimento que os pobres passam para ter dignidade, carinho, liberdade, o que comer e vestir. Eles moram num trapiche onde tem que matar um leão por dia para sobreviver numa bahia que nem todos conhecem. Vale a pena ler para ajudar a ter empatia.
comentários(0)comente



Luiz Pereira Júnior 14/05/2022

O início da coisa toda...
“O país do Carnaval”
Um jovem riquíssimo, filho de latifundiário do cacau, volta ao Brasil depois de uma longa temporada na Europa, onde esteve mais farreando que estudando (algo que parece típico nos romances de Jorge Amado). Faz novos amigos (bastante rasos, superficiais, se compararmos aos que o autor construirá em suas obras posteriores), que passam o tempo a discutir o que é Felicidade e onde ou de que modo encontrá-la. Parecem ser aquelas pessoas que reclamam da vida, mas que nada fazem para mudá-la; intelectuais de bar que desejam reformar a sociedade mas apenas no palavrório.

Não me passou em nada a sensação de best-seller que tive ao ler “São Jorge dos Ilhéus”, em que ficava surpreso com o retrato cruel de uma sociedade profundamente injusta sem panfletarismo e sempre com vontade de ler mais umas páginas e mais umas páginas.

Desilusões amorosas, debates ideológicos, tentativa de montar um jornal por idealismo ou pela busca do enriquecimento, a busca (ou a rejeição) pelo dinheiro, a boemia baiana, o indisfarçado elogio ao comunismo (que chega a operar um milagre em um dos personagens), uma visão um tanto surpreendentemente preconceituosa da mestiçagem... enfim, essa é uma das obras mais datadas que li dele.

Um exemplo. Ao dar uma esmola para uma pedinte com um filho pequenino em seus braços, Paulo Rigger (o protagonista) estabelece o seguinte diálogo com ela:

“_ Deus lhe faça muito feliz... lhe pague em Felicidade.
_ Impossível, minha irmã! A infelicidade nasceu comigo e só a morte me livrará dela.
_ Quem não tem fome, não conhece a infelicidade, meu senhor.
O anúncio de um remédio aproveitava a frase de Cristo:
_ “Nem só de pão vive o homem. Tomai Forçol!” Paulo Rigger repetiu:
_ Nem só de pão vive o homem... Mas onde encontrar Felicidade para tomar?”

Sim, sei que foi a primeira obra do autor baiano, escrita quando ele tinha dezoito anos, mas é estranho que uma das melhores frases da obra venha de um personagem que mal aparece em quatro linhas. E o pior, para mim, é a resposta de Paulo Rigger. Quem passa fome, não pensa em pão espiritual. E esse raciocínio vindo de Jorge Amado se torna ainda mais cruel...

“Cacau”

Ao contrário da obra que inicia o volume (“O país do Carnaval), em “Cacau” o leitor encontra o típico universo de Jorge Amado nessa fase do cacau: conflitos de classe, personagens um tanto estereotipados (para falar a verdade, acho que isso pode muito bem ser dito dos personagens criados por Jorge Amado), a violência na disputa e na conservação do poder, a busca do enriquecimento e a orientação claramente comunista são alguns dos aspectos que mais saltam aos olhos do leitor que se aventura nesse romance curtinho e bastante agradável de ler.

Vale a pena? Com certeza! Você verá que, se excluirmos o aspecto pitoresco/bairrista/panfletário/ folclórico, todos temos em comum com esse romance que, por incrível que pareça, em breve se tornará centenário. Como cantava um certo cantor (sim, eu sei do pleonasmo) de minha juventude: “Ô ô ô ô nada mudou...”

"Suor"
Primeiro, uma constatação: impossível ler “Suor” e não se lembrar da obra-prima do Naturalismo brasileiro, “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo.

A vida de vários personagens miseráveis (no sentido real do termo) vivendo em um prédio caindo aos pedaços no centro de Salvador e com um cortiço no fundo (praticamente igual ao criado pelo autor maranhense – até as lavadeiras marcam presença, a única diferença é que elas são baianas...) e morrendo pelas mãos dessa mesma penúria (tuberculose, suicídio, assassinato, infecções).

E permanece o mesmo irritante maniqueísmo do autor em sua fase panfletária: os ricos são os culpados de tudo. Basta ter dinheiro para ser ruim. E o comunismo virá para salvar o mundo de todos os males. Amém...

Enfim, um retrato bastante apurado da miséria humana, mas irritante em seu maniqueísmo e em seu panfletarismo por vezes até mesmo ingênuo, com personagens e situações que parecem ter saído diretamente das páginas do Naturalismo azevediano.

Vale a pena a leitura? Vale, sim, mas dê um desconto, leve em consideração que estamos lendo uma obra menor de um autor maior...
comentários(0)comente



Antonio 20/03/2022

Três primeiros livros de Jorge Amado
Este volume contém os três primeiros livros de Jorge Amado: O País do Carnaval, Cacau e Suor. Revelam um autor em formação, experimentando técnicas narrativas e ensaiando temas em gérmen que se tornariam central em grandes obras futuras. O tema das fazendas de cacau, dos moleques pobres que vivem pelas ruas, a triste vida na pobreza e na miséria de seus personagens. Contêm narrativas ágeis e pungentes. Uma boa maneira para conhecer mais a fundo a literatura de Jorge Amado.
comentários(0)comente



Viviiz 06/02/2022

O País do Carnaval - Cacau - Suor
O livro é nada mais e nada menos do que a junção de três livros do autor Jorge Amado:

1. O primeiro conta a história sobre um protagonista brasileiro que foi estudar na França quando jovem, e ao voltar ao Brasil sua mentalidade muda totalmente, ele conhece pessoas novas e começa a se questionar qual o caminho da felicidade, e a partir daí é retratado várias questões que nos fazem pensar bastante.

2. Sobrinho de um homem rico e abandonado pelo mesmo, o protagonista se muda da sua cidade natal, Sergipe, para trabalhar com cacau no sul do Brasil. Ele então conhece novos companheiros que lhe ensinam como é a vida de uma pessoa "alugada". Nesse meio tempo é retratado muitas situações difíceis, que com o tempo só fortalece ainda mais a amizade com seus companheiros.

3. Na minha opinião foi a mais entediante. É falado sobre a vida de pessoas de nacionalidades e características totalmente diferentes que vivem num mesmo cortiço, e sobre a luta dos operários que são extremamente pobres. Com o surgimento de vários acontecimentos inusitados podemos ver a reação e o crescimento de determinados indivíduos. É incrível o quanto uma situação inusitada pode mudar alguém.

Lembrando que escrevi bem resumidamente na forma que entendi e não sou nenhuma profissional. A leitura é um pouco complicada, então é preciso bastante atenção.
comentários(0)comente



Fernando.Mazeo 10/12/2021

Humanidade
Excelente livro! Jorge Amado é fenomenal! Prende o leitor do começo ao fim e desfila personagens incrivelmente humanos!
comentários(0)comente



Jacy Coelho 01/03/2013

Desafio Literário - Janeiro (Tema Livre)
(Resenha para o livro O PAÍS DO CARNAVAL)

Shame on me!!!! Eu não sou uma leitora de Jorge Amado. Não que eu não goste, já li dois livros dele e gostei, mas não consigo lembrar os nomes (misturei as histórias na minha cabeça) e não aguentei ler Gabriela Cravo e Canela (http://www.skoob.com.br/livro/4331-gabriela-cravo-e-canela).

Portanto o que conheço de Jorge Amado é ínfimo, baseado em adaptações e do que está arraigado na nossa cultura.

O País do Carnaval é um dos livros que eu sempre quis ler, já devo ter ouvido falar dele, de ser um livro crítico, de ser o primeiro romance de Jorge Amado. Tinha a ideia de ser um exame sobre a nosso carnaval, o que o tornava mais interessante, já que as obras de Jorge Amado são todas à base de muito dendê.

Me enganei.

Paulo Rigger, é o filho de um rico produtor de cacau que foi estudar na França depois da morte do pai. Ele está de volta ao Brasil, mas é mais francês do que brasileiro. Não nasceu pra estas terras. No entanto, ao longo do livro a gente vai reconhecendo seu ”abrasileiramento” baseado nas críticas que ele tem do seu país natal.

O Carnaval em si não está muito presente na obra. Na verdade o livro gira em torno de um grupo de amigos e as intensas discussões sobre felicidade e sobre qual é o fim na vida. Não vou me aprofundar sobre isso, pois não estou apta, mas tem um ceticismo e um negativismo nessa obra que não lembro de ter encontrado nas outras obras de Jorge Amado.

Vale lembrar que O País do Carnaval foi o primeiro livro de Jorge Amado , quando ele tinha 18 anos. Já uma obra-prima!
Gustavo 27/01/2013minha estante
Vc está firme no DL2013, hein, Jacy?! rsrs
Parabéns!


Jacy Coelho 27/01/2013minha estante
calma, calma, é só o primeiro mês! rsrsrs


Michelle Gimene 28/01/2013minha estante
Nunca li nada do Jorge Amado (pronto, falei!). Só conheço sua obra pelas adaptações de filmes, séries e novelas. Não sabia que esse era o primeiro livro dele e achei a história interessante. Obrigada pela dica, Jacy!


Robson 04/04/2020minha estante
Jacy, já quase sua obra toda. Gostei de todos. Não li ainda Gabriela.




6 encontrados | exibindo 1 a 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR