Bibi 15/07/2019Dá um quentinho no coraçãoRESENHA | Li A Livraria dos Finais Felizes, da escritora sueca Katarina Bivald, publicado pela editora Suma de Letras.
A Livraria dos Finais Felizes é um livro sobre livros que dá um quentinho no coração??!
Pra ter uma ideia, durante a leitura identifiquei e anotei pelo menos 106 referências à livros e autores. Fiz uma verdadeira lista para buscar depois, alguns eu conhecia e outros não.
Demorei 14 dias pra ler, mas porque eu não queria sair desse livro, queria ficar mais, sabe aqueles livros que você não quer terminar porque tá tão bom??
Me identifiquei muito com a personagem principal, Sara, pelo amor que ela tem pelos livros e pela idealização de uma livraria.
A história de Sara, uma moça sueca de 28 anos, introspectiva, tímida, que troca cartas e livros com uma amiga americana, de uma cidadezinha no interior de Iowa, EUA, a senhora Amy.
Amy a convida para passar férias em Broken Wheel. Mas chegando lá sua amiga havia falecido (não é spoiler, está na sinopse).
A única forma que Sara encontra de lidar com isso é ficando na cidade para passar as férias, afinal, ela nunca havia viajado antes.
É a história de uma cidade quase morta e que precisa de ajuda, precisa de uma livraria.
(Tipo a minha cidade).
É a história da transformação das pessoas através dos livros, a transformação de uma cidade que encontra de volta seu heartbeat em uma nova livraria acolhedora e aconchegante, mostrando o que eles tem imaginavam que era possível, melhorar, ser feliz.
Mas, será que vai dar tudo certo?
Será que vai ser fácil?
Não sei não heim.
Os personagens secundários são muito bem trabalhados, o que me fez adorar ainda mais o livro!
Com cada um deles a autora trabalha e faz críticas sobre temas fundamentais, como alcoolismo, homossexualidade, amor e diferenças de idade, racismo, religião, crise econômica, questão ambiental, luto, amizade, parentalidade não biológica, mãe solteira, dentre outros vários assuntos importantes.
Meu personagem favorito é George, pessoa mais gentil e prestativa, com muitas barras pra lidar.
Caroline também é algo!
Caroline, Caroline, quem diria!
Parece que eu conheço essas pessoas! Que viraram amigos!
Por isso que estou com esse sentimento meio esquisito de abandono ao escrever esta resenha rsrs.
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Viver e ser feliz é mais fácil do que pensamos...
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Sara conseguiu, apenas com sua atitude de criar um local pensando NAS PESSOAS e não no dinheiro, e incentivando a leitura, melhorar o que parecia impossível. Ela tem pouco tempo, mas não desiste!
(Não é spoiler gente, o que é importante tá no desenrolar dos dias e dos personagens, não no fato de ela abrir uma livraria ou não, ok?!).
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Ela vai enfrentar alguns perrengues. Vai precisar refletir sobre si mesma, sobre sua vida e sobre o que quer.
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A leitura é bem fluída, mesmo que o narrador pule de um personagem pra outro capítulo a capítulo, faz todo sentido e é muito agradável, e gratificante conhecer a cabeça de vários personagens em vez de só focar na principal.
O que achei muito legal e que imagino que a autora conheça a série Gilmore Girls (que amo), porque identifiquei várias coisas que podem ter sido inspiradas pela semelhança. (Ou tá só na minha cabeça mas ok hahaha).
Uma loja de ferramentas na esquina onde o dono mora no velho apartamento de cima? Algo me lembra o Luke's Dinner!
Uma cidade pequena, bucólica, onde todo mundo sabe da vida de todo mundo, mas que todos se ajudam e tem até conselho da cidade? Algo me lembra Stars Hollow!
Uma mocinha que vive com a cara enfiada nos livros? O nome dela é Sara, mas podia ser Rory!
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É isso, é um livro quentinho, cheio de café, poltrona, livros, conversas e romance, é claro!!!
Quando quiser aquecer de verdade teu coração e ver o quanto os livros tem poder de tornar tudo melhor, leia esse livro!
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"O que é a vida senão tarefas domésticas, trabalho, jantar e depois começar tudo de novo?
Ele não sabia como responder. Em vez disso, tomou um gole de café."
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Reflexivo. Divertido. Encantador. Esperançoso. Exemplo a ser seguido!
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"Broken Wheel estava começando a parecer uma cidade ensolarada, simpática e quase normal. Até o asfalto parecia mais acolhedor e amistoso com pessoas passeando com livros na mão."