highgarden 26/03/2024
Apenas um garoto HORRÍVEL.
Pois bem, Rafe é um garoto gay branco classe média que tem os melhores pais do mundo, que o aceitam do jeito que ele é desde absolutamente sempre, sua mãe inclusive faz parte da aliança lgbt e não sei o que mais lá da cidade em que eles vivem e fora os pais ele tem toda uma rede de apoio, como sua melhor amiga que também o ama desde que eram bem novos, mas veja bem, ele está sofrendo muito com essa realidade TERRÍVEL de EXTREMA ACEITAÇÃO que ele vive e muito incomodado pois todos o veem como "o garoto gay" e Rafe quer ser visto apenas como "um garoto". O problema, além do tal sofrimento ridículo que o personagem diz passar, é que ele quer ser apenas um garoto HORRÍVEL. O Rafe não quer que seu único traço de personalidade seja ser gay, então ele decide que seu traço de personalidade principal será ser um MENTIROSO COMPULSIVO, porque isso é bem mais legal, e sai magoando todo mundo que ele vê pela frente, passa o 🤬 #$%!& do livro inteiro reclamando sobre ser rotulado enquanto rotula absolutamente todo mundo e enquanto aceita ser rotulado por OUTROS rótulos, porque ser um gay assumido nooossa que terror, mas um atleta heteronormativo tudo certo, é um egoistazinho que só pensa em si mesmo e jura que o mundo gira ao redor dele, jura que as pessoas passam muito tempo pensando nele. Veja bem, eu sei que o Rafe é um adolescente e nessa idade pode ser normal ter esses pensamentos patéticos, mas achei IMPOSSÍVEL conseguir simpatizar minimamente com esse personagem, até o "bromance" com o outro atleta, que é até legal em alguns momentos, pra mim se perde no meio de todo absurdo que são as escolhas do Rafe, sem falar que esse plot é um LIXO, já achei estranho quando li a sinopse, mas não sabia o quão horrível seria de ler o livro inteiro. Achei tudo rasíssimo, ok que as atitudes do personagem são repreendidas, mas tudo parece muito errado nisso aqui, é uma porcaria muito da ridícula, um livro desnecessário, um desserviço, não consigo acreditar que um autor sendo gay tenha sentado de frente pra um computador pra escrever uma história sobre um garoto gay e essa porcaria é a melhor ideia que ele consegue ter. Faltou alguém ter mais pulso firme e peito pra colocar o dedo na cara do Rafe e falar o quanto ele é PRIVILEGIADO, o quanto ele deveria agradecer pela vida que ele tem, a vida de ninguém tem que girar em torno da própria sexualidade, mas é importante que no mínimo você conheça o histórico do grupo social em que você está inserido, que você saiba o que pessoas tiveram que viver no passado pra que hoje você seja um branquelo privilegiado e quem sabe assim o Rafe teria entendido mais rápido porque todas as reclamações dele são absolutamente RIDÍCULAS. Eu, de todo o meu coração, gostaria que esse livro nunca tivesse sido escrito e minha maior felicidade é não ter gastado um real com isso.