Renata CCS 01/03/2013“Você ensina melhor o que mais precisa aprender.”“O mundo é o seu caderno, as páginas em que você faz suas somas. Não é a Realidade, embora você possa expressar a realidade ali, se quiser. Você também tem a liberdade de escrever tolices, ou mentiras, ou rasgar as páginas.”
(Richard Bach – Ilusões)
No livro ILUSÕES – AS AVENTURAS DE UM MESSIAS INDECISO, Richard Bach nos leva a refletir sobre os aspectos mais simples, e ao mesmo tempo, tão importantes na nossa vida. A história começa com uma incrível aventura de Richard, um piloto itinerante que voava com seu biplano pelos campos do meio oeste americano vendendo passeios de dez minutos a três dólares. Richard tinha em sua mente o pensamento de que o mundo era mais do que aquilo que os olhos podem ver, sonhava em um dia encontrar alguém que lhe explicasse como o mundo e suas “ilusões” funcionam. Um dia encontra outro piloto, Dom Shimoda (o messias do título) fazendo o mesmo que ele, vendendo passeios, e logo tornam-se amigos. Richard percebe que este homem é justamente a pessoa que sempre quis conhecer. Dom logo passa a falar sobre as ilusões do mundo, ensina-lhe tudo que sabe, mostra-lhe como nossos pensamentos podem nos limitar e nos faz acreditar no impossível.
Escrito de maneira simples e despretensiosa ILUSÕES é, para mim, uma espécie de fábula que apela para o coração de qualquer um. Fala da fome do povo de coisas novas e da responsabilidade de estar alimentando essas pessoas com palavras. Há uma evidente crítica a necessidade que as pessoas têm para acreditar em algo sobrenatural e subjugarem-se a esta ilusão, não enxergando (ou não acreditando) em seu verdadeiro potencial. É também um livro divertido, tem reviravoltas interessantes, mas é leve e simples, embora carregado de conhecimento e temas que nos fazem refletir. Claro que há devaneios, mas o que são os devaneios se não pensamentos que fogem do senso comum?
Bach tem um estilo muito pessoal de nos contar suas histórias e nos fazer acreditar nelas, mesmo que só por alguns momentos... E às vezes é somente isso que a gente precisa: fechar os olhos e acreditar só um pouquinho.