rperesperes 22/12/2019Tudo sobre o livro + Resumo + Minhas breves consideraçõesRESUMO
Grandes idéias não surgiram do nada. Todos os grandes inventores trabalharam muito e pensaram muito para chegarem aos resultados extraordinários que mudaram o mundo. Todos somos capazes de pensar e de resolver problemas, portanto, todos somos capazes de criar, independente de sexo ou raça. O autor nos mostra que grandes feitos partiram de melhorias. Seus autores pensaram sempre em como poderiam melhorar algo e se empenharam nisso. Todos falharam inúmeras vezes, mas não desistiram. Todas as criações geram conseqüências que nem sempre conseguimos prever, mas é preciso ter atenção para resolver problemas que as criações podem causar e ter responsabilidade. O autor também mostra que somos capazes de encontrar soluções para nossos problemas, pois essa é nossa natureza.
MINHAS CONSIDERAÇÕES
- Nós vivemos rodeados de criações e somos dependentes delas.
- O ser humano é diferente das outras espécies pela capacidade de criação e inovação.
- Todo ser humano tem poder criativo.
- As invenções surgem a partir de melhorias.
- O único esboço ruim é o que não escrevemos.
- Criar é dar passos, e não saltos.
- Falhar é uma lição, não uma perda.
- Falar enquanto age é útil, mas falar sobre agir não é.
A partir daqui, tudo sobre o livro...
CRIAR É ALGO COMUM
Na antiguidade, conceitos como autoria ou reivindicação de crédito praticamente não existiam. “Crédito”, que vem de credo, “crer”, não significava “reconhecimento” até o fim do século XVI. Criar não é extraordinário, ainda que às vezes os resultados da criação sejam. A criação é humana.
Tudo que existe a partir da intervenção de alguém é invenção, criação, novidade. A criação está tão presente em tudo que nós não a notamos! Qualquer coisa que é feita com um propósito é uma ferramenta. Não há nada demais em uma espécie que usa ferramentas.
Humanos parecidos conosco surgiram pela primeira vez há 200 mil anos. Eram Homo sapiens. Mas num aspecto importante os membros da espécie Homo sapiens não agiam como nós: suas ferramentas eram simples e não mudavam. Não se sabe por quê. O cérebro deles tinha o mesmo tamanho do nosso. Eles tinham polegares opositores, nossos sentidos e nossa força. Mas durante 150 mil anos, não fizeram nada de novo. Então, há 50 mil anos, algo aconteceu. As ferramentas de pedra que o Homo sapiens vinha usando começaram a mudar rapidamente. Até aquele instante, essa espécie, como todos os outros animais, não inovava. Suas ferramentas eram as mesmas de seus pais, avós e bisavós. Eles faziam as ferramentas, mas não as melhoravam.
Então chegou o momento mais importante da história humana: o dia em que um indivíduo olhou para uma ferramenta e pensou: “Eu posso melhorar isso.” Os descendentes desse indivíduo são chamados de Homo sapiens sapiens. São nossos ancestrais. Somos nós. O autor afirma que o que a raça humana criou foi a própria criação!
O que torna nossa espécie diferente e dominante é a inovação. O que existe de especial em nós não é o tamanho do cérebro, a fala ou o fato de usarmos ferramentas. É que cada um de nós, tem a capacidade de melhorar as coisas.
Todo o ser humano tem esse poder criativo, não apenas um grupo específico. Nossas criações são grandes e numerosas demais para se originarem de poucos passos de poucas pessoas. Elas vêm de muitos passos dados por inúmeros indivíduos. A invenção acontece a partir de melhorias. Uma série de mudanças pequenas e constantes.
O autor afirma que somente em meados do século XX, a partir dos primeiros estudos do cérebro, surgiu a visão de que todo mundo é capaz de criar. Criar é um ato comum.
Ashton diz que o trabalho é a alma da criação. Trabalho é acordar cedo e voltar para casa tarde, recusar encontros de namoro e abrir mão dos fins de semana, escrever e reescrever, rever e corrigir, repetir e praticar. Não é divertido, romântico, nem na maior parte do tempo, interessante. Para criar algo, é preciso trabalhar!
Não há nada de extraordinário em criar. Não requer nada de especial. Só é necessário começar. Nosso primeiro passo criativo provavelmente não será bom. A imaginação precisa de repetição. As coisas novas não surgem do nada, são construídas. Idéias que parecem poderosas em nossa cabeça parecem frágeis quando as colocamos na mesa.
O autor afirma que todo início é belo. O primeiro esboço em uma página em branco. Sua qualidade não é importante. O único esboço ruim é o que não escrevemos. Todos nós usamos o mesmo processo para pensar, assim como todos usamos o mesmo processo para andar. Não existem gênios, existem pessoas que trabalharam muito, que se dedicaram, foram persistentes e conseguiram resultados extraordinários. Todos somos capazes.
A CRIAÇÃO
Ashton afirma que criar é dar passos, e não saltos: encontrar um problema, resolvê-lo e repetir. Os melhores artistas, cientistas, engenheiros, inventores, empreendedores e outros criadores são os que continuam em frente quando se deparam com novos problemas. A raiz da inovação é exatamente a mesma de quando nossa espécie nasceu: olhar para alguma coisa e pensar “Posso melhorar isso”.
Karl Duncker escreveu que o ato da criação começa com as perguntas: “‘Por que isso não funciona? ’ ou ‘O que eu deveria mudar para fazer com que isso funcione? ’” Responder a essas perguntas pode levar a resultados realmente extraordinários.
Um dos melhores exemplos vem de Steve Jobs. Quando Jobs anunciou o primeiro iPhone, em 2007, ele disse: Os telefones mais avançados são chamados de smartphones (telefones inteligentes). Eles são de fato um pouco mais inteligentes, e também são, na verdade, mais difíceis de usar. Todos têm teclados que permanecem lá, quer você precise utilizá-los, quer não. Como se resolve isso? Nós solucionamos esse problema em computadores há 20 anos. Resolvemos com uma tela que podia mostrar qualquer coisa. O que vamos fazer é nos livrar de todos esses botões e criar uma tela gigante. Não queremos carregar um mouse por aí. Vamos usar uma caneta? Não. Seria preciso pegá-la e depois guardá-la, e acabaríamos por perdê-la. Vamos usar nossos dedos.
O segredo de Steve era jamais ficar satisfeito. Ele dedicou a vida a pensar “Por que isso não funciona?” e “O que eu deveria mudar para fazer com que isso funcione?”.
O autor questiona, será que existe alternativa a não ser pensar: “Por que isso não funciona?” E se você começar simplesmente com uma boa idéia?
O brainstorming costuma ser usado em ambientes empresariais para encorajar as equipes a terem idéias originais. É um formato de reunião descontraído em que o líder apresenta o problema que precisa ser solucionado. Os participantes sugerem idéias para resolvê-lo e também podem desenvolver as idéias propostas pelos outros. A regra é não criticar – podem dizer coisas completamente loucas. Isso permite que as pessoas explorem idéias de modo criativo e saiam dos padrões de pensamento comuns. Além de gerar algumas ótimas soluções para problemas específicos, o brainstorming pode ser muito divertido.
Porém, as pesquisas sobre o brainstorming têm uma conclusão clara: o melhor modo de criar é trabalhar sozinho e avaliar as soluções à medida que os problemas acontecem. O pior modo de criar é trabalhar em grupos grandes e evitar a crítica.
Ter idéias não é o mesmo que ser criativo. Criação é execução, e não inspiração. Muitos têm idéias; poucos dão os passos necessários para concretizar aquilo que imaginam.
Toda criação tem a mesma base: passos em que um problema leva a uma solução que leva a outro problema. Criar é o resultado de pensar. Do mesmo modo como andamos. Pé esquerdo, problema. Pé direito, solução. Repita até chegar. Não é o tamanho dos passos que determina o sucesso, e sim quantos passos você dá.
O autor afirma que criar é mais monotonia do que aventura. É acordar cedo e dormir tarde: longas horas realizando um trabalho que provavelmente irá fracassar – um processo que deve ser repetido todos os dias durante anos. Começar é difícil, mas continuar é ainda mais. Aqueles que procuram uma vida glamourosa não devem buscar a arte, a ciência, a inovação ou a invenção.
Ashton diz que o que os criadores fazem de mais importante é trabalhar. O que eles fazem de mais importante, também, é não desistir. Criadores dão um novo significado ao fracasso. O fracasso não é final, não carrega julgamento e não leva a conclusões.
O verbo falhar vem do latim fallere, enganar. A falha é o engano. Não devemos ser enganados. Falhar é uma lição, e não uma perda; é ganho, e não vergonha. Uma jornada de 1.000 quilômetros termina com um único passo. Será que todos os outros foram falhas ou fracassos?
O autor diz que falhar não é perda de tempo, abandonar os seus projetos, sim.
Ashton alerta: Quando você apresentar algo novo de verdade ao mundo, prepare-se. Causar impacto, em geral, não é uma experiência agradável. Uma espécie que sobrevive criando não deve limitar quem pode criar. Mais criadores significa mais criações!
O EXEMPLO DA COCA COLA
O autor diz que esse produto americano tão famoso não é nem um pouco americano. Na invenção e na criação, estamos todos juntos. A história da Coca-Cola é típica. Tudo que fazemos depende de dezenas de milhares de pessoas e de duas mil gerações de ancestrais.
Houve um tempo em que bebíamos água na beira de um riacho usando as mãos. Agora, puxamos um anel numa lata de alumínio e bebemos ingredientes que não conhecemos, vindos de lugares que também não sabemos, misturados de modos que não entendemos.
O ingrediente principal do xarope usado nos Estados Unidos é uma substância adoçante chamada xarope de milho de alta frutose. O segundo ingrediente, corante caramelo, dá a cor marrom-escura característica da bebida. Outro ingrediente determinante do xarope é o ácido fosfórico, que dá acidez. O sabor característico vem de pequenas quantidades de alguns produtos que vem de vários lugares do mundo! Dentre eles estão a baunilha, canela, folha de coca, noz-de-cola e cafeína. Todos esses ingredientes são combinados e fervidos até formar um concentrado que é diluído em água com dióxido de carbono.
Ou seja, a Coca Cola contém ingredientes do mundo inteiro (que em algum momento também foram descobertos por alguém), impacta o meio ambiente e a economia de diversos lugares do planeta. Quando a Coca cola foi criada, ninguém pensou no impacto negativo que poderia ter.
E não temos como prever todas as conseqüências das nossas criações, sejam elas boas ou más. Temos uma responsabilidade diferente: buscar sempre essas conseqüências descobri-las o mais cedo possível e, se forem ruins, fazer o que os criadores fazem melhor: Encarar como novos problemas a serem solucionados.
COMBUSTÍVEL PARA A CRIAÇÃO
Harry Harlow reformou um prédio vazio e criou um dos primeiros laboratórios de primatas do mundo. Algumas de suas experiências testaram o efeito da recompensa sobre a motivação. Harlow deixou nas jaulas dos macacos um quebra-cabeça. Era uma pequena porta que poderia ser destrancada se fosse fechada na ordem correta. Quando os macacos conseguiam abrir o quebra-cabeça, Harlow o recolocava no lugar. Depois de uma semana os macacos tinham aprendido a abrir o quebra-cabeça rapidamente, com poucos erros. Nos últimos cinco dias da experiência um macaco o abriu 157 vezes em menos de cinco minutos. Não havia recompensa: os macacos abriam o quebra-cabeça para se divertir. Quando Harlow introduziu uma recompensa – comida – no processo, a solução do quebra-cabeça dos macacos piorou. Em suas próprias palavras, isso “tendia a atrapalhar, e não facilitar o desempenho dos animais”. Essa foi uma descoberta surpreendente.
Ou seja, quando temos uma recompensa, a tendência é de produzirmos menos, e não o contrário!
O autor diz que em toda área de criação, chega um ponto em que o resultado depende do total comprometimento do profissional. O comprometimento tem um preço alto: devemos nos dedicar totalmente, dizer não as distrações. Devemos retornar à nossa criação todo dia sem desculpa. Devemos continuar quando fracassamos.
Há quem diga que existe uma condição chamada “bloqueio de escritor”, ou bloqueio criativo. Se trata de uma paralisia que impede as pessoas de criar. E que esse bloqueio causaria depressão e ansiedade. Mas ninguém descobriu qualquer prova de que o bloqueio de escritor seja real. Se você só pode criar quando está inspirado, então não pode criar quando não estiver inspirado; portanto, a criação pode ser bloqueada.
O autor diz que uma vítima de “bloqueio de escritor” não é incapaz de escrever. Ela consegue segurar a caneta, consegue apertar as teclas da máquina de escrever, consegue ligar o computador. A única coisa que um escritor que sofre de bloqueio não consegue é escrever uma coisa que ele considere boa. Então essa condição não é bloqueio de escritor, é bloqueio de “escrever algo que eu ache bom”. Ashton diz que cura é evidente: escreva uma coisa que você ache ruim. O bloqueio de escritor acontece quando acreditamos no desempenho constante, e isso não existe. Existem dias bons e dias ruins, mas o pior dia é aquele que você não cria nada.
Ashton diz que quanto mais criamos, menos destruímos. Somos inclinados a considerar a paixão como algo bom e o vício como algo ruim, mas não há diferença entre eles, a não ser pelos resultados. O vício destrói, a paixão cria, e essa é a única diferença.
Transforme sua paixão em combustível para sua vida.
COMO CONSTRUIR UMA ORGANIZAÇÃO QUE CRIE?
O autor afirma que um grupo pequeno, isolado e muito motivado é o melhor tipo de equipe para criação.
A principal característica de uma organização criativa é aceitar com maior facilidade novos pensamentos do que o mundo em geral.
Numa parceria criativa, a conversa do dia a dia e os problemas se combinam: os parceiros usam o mesmo processo criativo, mas pensam em voz alta, vendo problemas nas soluções um do outro e encontrando soluções para os problemas um do outro.
Nas parcerias, um não manda mais do que o outro, mas normalmente existe um líder. Os parceiros criam juntos ajudando um ao outro a criar individualmente.
O autor diz que nós desenvolvemos a capacidade de criar em grupo quando desenvolvemos a capacidade de falar, mas normalmente perdemos essa capacidade com o passar do tempo.
Os adultos pensam antes de agir; as crianças pensam agindo. Falar enquanto age é útil, mas falar sobre agir não é. É por isso que o “Mostre-me” é uma coisa tão poderosa de se dizer. O “Mostre-me” faz parar a especulação e dá início à ação.
Outra coisa que os adultos aprenderam e na qual as crianças do jardim de infância não pensam é que os grupos precisam ser hierárquicos. Os adultos começam com alguns membros da equipe disputando a liderança. As crianças começam com todo mundo trabalhando junto. Pouca energia, ou nenhuma, é usada na tentativa de estabelecer uma dominância. O autor afirma, não existe parceria sem igualdade.
Ashton diz que montar uma organização criativa é difícil, mas mantê-la criativa é muito mais, pois todo paradigma muda, e só os melhores criadores podem mudar junto com as conseqüências de suas criações.
Criar está para os humanos assim como voar está para os pássaros. É nossa natureza, nosso espírito. Nosso propósito como povo e como indivíduos é deixar um legado de arte, ciência e tecnologia novas e melhores para as gerações futuras, assim como as duas mil gerações de ancestrais fizeram antes de nós.
A corrente da criação tem muitos elos, e cada elo é essencial. Todas as histórias de criadores contam as mesmas verdades: criar é extraordinário, mas os criadores são humanos. Tudo que há de certo em nós pode consertar qualquer coisa errada em nós. Ashton afirma que a necessidade não é a mãe da invenção. Você é que é.