Ifigênia

Ifigênia Teresa de la Parra




Resenhas - Ifigênia


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Arruda 15/02/2022

Sonolento...
Texto muito longo com devaneios longos e tolos, que poderiam ter sido reduzidos. O tema é interessante mas se perde no meio de tantos detalhes. Parece que a autora tinha acabado de ler Proust quando escreveu o texo. Altamente recomendado para noites de insônia severa.
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Ariadne 23/08/2021

Bom livro
Lido para o desafio Leia Mulheres de janeiro na categoria "Autora latino-americana".

Fiquei curiosa com a história principalmente porque é sobre uma menina que tem a sua vida mudada completamente depois que seu pai morre e vai morar com a família dele na Venezuela e que se passa nos anos 20.

Achei a história bem lenta, não tem mudanças muito profundas, mas Teresa de La Parra consegue fazer boas críticas sociais sobre a situação da mulher em um país agrário nos anos 20 e que é dependente da família e precisa urgentemente casar para se manter durante o resto da vida.

Recomendo apesar de achar que a autora podia ter economizado umas duzentas páginas para contar a história.
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Wellington 12/02/2021

Ifigênia: 4,0
Escrito por uma autora que se tornaria expoente feminista na Venezuela do séc XX, Ifigênia promete ser uma obra que denuncia a injustiça do patriarcalismo dominante naquele contexto - promessa mais ou menos cumprida.

Os méritos incluem o retrato de uma Caracas em conflito com sua origem, presa entre duas épocas dissonantes, e a habilidade da autora em fazer o leitor sentir emoções parecidas com sua protagonista-narradora - Maria Eugenia; é fácil se alegrar ou se entristecer junto com ela. Os capítulos de reminiscência de sua infância são psicologicamente ricos. A profundidade afetiva e abstrata da escrita é enorme.

Infelizmente, para mim os pontos positivos se encerram aqui.

Se é fácil se compadecer pelo destino da protagonista e compreender o seu lugar de fala, não me foi nada fácil deixar de julgá-la como frívola e propagadora de injustiças tão ruins ou piores do que aquelas que sofria. A minha personagem favorita é, de longe, a velha criada negra que age como ponte entre uma sabedoria de vida e uma moral de castelo; ela vê a protagonista como uma filha. Como é tratada? Como se fosse uma tola. A amiga da velha infância de Maria Eugenia, também negra, é posta de lado a obra inteira (só liga para a outra amiga de olhos azuis). Ela é bem racista. A garota chega a ver a tia como "alguém que vegeta na vida" por não ser casada. Enfim, se por um lado a protagonista é vítima, também é algoz - o que é bem coerente, pois é uma excelente algoz de si mesma.

Ao chegar de Paris na Venezuela, regozija-se para os familiares pelo fato de ter torrado o dinheiro do pai em roupas francesas; parece acreditar que isso é prova de seu espírito independente. Ridiculariza o afeto da avó e da tia, as vendo como relíquias do passado. Sensibiliza-se conforme o tempo passa, reconhecendo que é mais querida do que imagina; ao mesmo tempo, está certa em considerar esse amor como procustiano, já que as referidas figuras querem vê-la seguindo um caminho da moral e dos bons costumes. Há, sim, uma denúncia justa contra o patriarcalismo; só que está no meio de outras coisas. A própria autora reconheceria, depois, que seu manifesto visto como feminista é "moderado" (sic).

Pessoalmente, a obra me mostrou um dilema: quão maior é o amor do que a moral ou princípios? Parece-me que qualquer um dos extremos se torna tirano e insensível. E é justamente pela insensibilidade de Maria Eugenia com as outras figuras que fui incapaz de admirá-la.

O livro me lembrou Madame Bovary; a escrita é prolixa, cheia de detalhes entediantes, repleta de divagações. Num dado momento, a protagonista-narradora admite isso: "tendo a divagar muito, e tentarei ser sucinta". Falhou miseravelmente. Tal estilo de escrita é riquíssimo para quem gosta, e consigo ver as possíveis consequências positivas desse método. Quem gosta de Madame Bovary, irá se apaixonar por Ifigênia.

Já para mim, a falta de admiração por Maria Eugenia e a vaidade prolixa da escrita são fatais.

Quanto ao projeto gráfico, quase rasguei o botão achando que era de abrir, mas a cordinha é para girar. Hehe. Achei bonitinho isso. Não há um desnecessário prefácio, e o posfácio é curto e preciso. Não achei nenhum erro de ortografia ou concordância, mesmo sendo uma obra de linguagem refinada. Sinto que a tradutora fez um excelente trabalho.

No fim, coloco Ifigênia e Madame Bovary lado a lado.
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AnnaFernani (@maeefilhaqueleem) 08/11/2020

Maria Eugênia Alonso estudava em um colégio interno na Europa e vê todos os seus sonhos se despedaçarem quando seu pai morre e ela tem q voltar p/ sua terra natal.
Sair da moderna Paris em 1920 e voltar p/ o conservadorismo da parada Caracas na Venezuela p/ morar com a sua avó e tia é um choque, já q agora só um bom casamento pode tirar Maria Eugênia daquele buraco.
Entediada com toda aquela monotonia, ela só vê um meio de se entreter... escrever um diário para desabafar sobre as suas frustações.

"A vida tinha uma força misteriosa que vencia tudo... Talvez eu ainda pudesse renascer para a felicidade... Como bem dizia vovó, o casamento, isso é, o amor, aquele amor longínquo de sua juventude, ainda me esperava na vida... Quem sabe com ele chegasse a realização de tantos anseios impossíveis que agora torturavam a minha existência!... Minha alma, como aquelas rosas menores do pátio, ainda não havia florescido!..."Pág.91.

Ifigênia nos mostra o triste retrato das mulheres q no século XX só poderiam ser salvas se arrumassem um bom casamento na conservadora Venezuela.
Teresa de la Parra publicou o seu livro em 1924 e assim como sua heroína, tb transitou entre a Europa e a Venezuela, porém lutou por sua independência e não se casou, contrariando os costumes da época. Seu livro foi um escândalo p/ seus conterrâneos, se tornando uma das primeiras autoras a publicar literatura feminista latino-americana ?!!
O livro tem algumas partes bem monótonas e cansativas e Maria Eugênia é uma protagonista muito narcisista q chega a irritar um pouco enquanto fica devaneando sobre sua beleza, parando em frente de espelhos p/ ver suas qualidades.
Eu adorei conhecer melhor a cultura da Venezuela no século XX e imagino como deve ter sido difícil a adaptação de Maria Eugênia voltar p/ o lugar q achou q nunca mais precisaria estar.
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