Clube do Farol 08/08/2022
Resenha por Elis Finco @efinco
Olá, faroleiros! Vou começar a compartilhar com vocês os livros da autora que me conquistou ano passado e que, definitivamente, me fez querer ler tudo e qualquer coisa que ela escreve. Estou falando da Chirlei Wandekoken, que é autora da editora Pedrazul.
Então, hoje trago a vocês o primeiro livro da série O Quarteto do Norte, A Estrangeira. Caso você nunca tenha lido nenhum livro nesse estilo, romance histórico, já aconselho a ler com calma e com um local para pequenas e interessantes anotações. Você será levado a um universo vasto e maravilhoso, te prometo que não será trabalhoso, ao contrário, será maravilhoso e encantador e pode te preparar para ler em breve aquele clássico que você vive com vontade de ler.
A história de A Estrangeira é original e emocionante por se tratar de uma história de ficção que mistura ingredientes reais da história da própria autora, para homenagear e ambientar esse romance. Contudo, requer um pouco de cuidado e atenção ao tempo da história que intercala passado e presente em alguns momentos, para esclarecer fatos e acontecimentos. São duas histórias contadas ao mesmo tempo até elas se entrelaçarem e seguirem juntas. Uma se passa no século XIX, dias presentes dos personagens, e outra há mais de 400 anos, ainda mudando a vida dos atuais personagens. Porém, tudo é feito de uma forma tão leve e linda que antes do capítulo 5 você já estará irreversivelmente dentro da história.
No começo somos apresentados a duas grandes famílias que, devido a seu poderio e divergências, são inimigas por boa parte de suas histórias. Pequenos momentos de paz entre a guerra provam que, por várias vezes, elas terão seus destinos entrelaçados, em uma sociedade onde o poder e o sangue eram mantidos através de alianças de casamentos arranjados até mesmo entre parentes, e assim vamos vendo os destinos de várias pessoas sendo traçados e alterados.
O narrador em terceira pessoa ajuda muito a narrativa que, sendo ele observador dos fatos, nos mostra vários fatos que seriam impossíveis à um narrador em primeira pessoa. Contudo é um único ponto de vista, tornando a leitura rápida e fluída, mesmo com a estranheza que os títulos e algumas alcunhas possam causar. De cara você se encanta por alguns personagens e já detesta outros, mas é preciso a leitura de um pouco mais da história para realmente tomar partido.
Desde o início você se encanta com as personagens femininas que tem muito mais que beleza; são fortes e a frente do seu tempo em suas ideias e personalidades. Cada personagem é único e marcante durante a trama que te mantém preso a ela como uma novela, que a cada fim de capítulo te deixa ansioso pela continuação no próximo.
Eliza Schumacher, a mocinha dessa história, vive em 1830. Uma jovem fugitiva, cercada de mistérios e tem em seu passado muitos segredos que não lhe foram revelados. Ao se ver órfã e a mercê da própria sorte, ela segue o último conselho em vida de sua mãe e foge para a Inglaterra, com apenas algumas moedas e muita coragem. Porém para uma mulher jovem e sozinha nenhum lugar é seguro o bastante, e logo ela se verá tendo que aceitar a proteção de um certo conde, conhecido por ser hábil com as mulheres e com a espada.
Edward, o nono conde de Northumberland, tem uma fama que o precede, mas ao se deparar com a sobrinha do protegido de seu pai, o sempre fiel escudeiro, sente-se obrigado a protegê-la e também a resistir à tentação que aquela mulher lhe representa. Ele é um personagem que desperta vários sentimentos durante a leitura, conquistando não só a Eliza.
Eu, sinceramente, não vejo um modo de não se apaixonar pelo conde Hotspur, e não torcer pelo final de Eliza. A história dos ancestrais do conde e a verdade por trás da história de Eliza são brilhantemente contadas. Além de todos os outros 03 integrantes do Quarteto do Norte, terem de certo modo seus caminhos desenhados para os próximos livros da série. Te deixando claro, com aquela vontade de ler o próximo livro ao final da leitura deste.
As descrições de lugar, história e personagens trazem à vida a sensação dos acontecimentos e te afeiçoam de modo de torcer por - ou contra - elas. Depois de um tempo os fios da trama estão tão conectados que os mistérios te deixam a beira do desespero para saber como tudo será resolvido, para que aconteça o tão desejado final feliz, apesar de que permanece a dúvida se isso será possível.
A linguagem do texto remete ao período histórico e ao ambiente em que se passa a história, porém a forma como é colocada te leva a entendê-la e manter um ritmo de leitura maravilhoso durante todo o tempo. Afinal, os diálogos soam absolutamente verdadeiros para a época e não são, em momento nenhum, enfadonhos, ao contrário, te deixam preso à leitura.
Sobre o livro em si, a encadernação e o papel e a diagramação são perfeitos para a leitura. Letra num ótimo tamanho, inícios de capítulos com bordas e citações impecáveis, notas de rodapé informativas e que adicionam conteúdo a leitura, além de facilitar o entendimento da história. Uma revisão muito bem-feita e sem erros de ortografia.
Não perca a oportunidade de perder-se na Inglaterra com essa história, mais apaixonante que os romances de época e, também, ainda mais emocionantes!
site: http://www.clubedofarol.com/2018/01/resenha-estrangeira_29.html