Cora 09/01/2020
Li o meu primeiro livro da Nora Roberts aos 15 anos. Foi amor a primeira vista, fiquei tão obcecada com as histórias dela que li todos os 60 livros dela disponíveis na biblioteca. Ela me estragou para a maioria dos romances adolescentes, porque eram bobos demais se comparados a narrativa complexa, com personagens femininas sempre tão fortes e tão reais. Eu cresci com elas, amadureci com elas nesses oito anos que passaram desde o primeiro livro. A Mentira foi um reencontro. Fazia algum tempo desde que não lia mais nada da autora, apesar de nunca ter largado os romances. E preciso dizer que esse reencontro reviveu uma parte minha que eu tinha esquecido, uma parte sonhadora daquela menina que eu era quando li aquele primeiro livro. Eu era uma criança e agora sou uma mulher adulta, casada, mais velha do que Shelby no começo da história. Foi uma sensação diferente, mas quase arrebatadora, compreender a dor dela ao descobrir todos os segredos do homem com que ela compartilhou quase 5 anos da sua vida, com quem compartilhou seu corpo, sua vida, com quem teve uma filha. O medo dela de confiar no amor, em si mesma, depois de todo abuso que sofreu dentro de uma relacionamento tóxico e abusivo que a afastou de tudo e todos que amava. Eu entendo isso. Entendo porque A Mentira não é um livro sobre um casal que se apaixona e faz sexo. É sobre reencontrar a si mesmo. É sobre a vida. Tão profundo que não levaram nem 3 páginas para eu estar completamente submersa, desesperada para saber como terminaria porque, ainda que seja tão real, tão próximo de mim, Nora sempre deu a suas personagens finais felizes, como se para nos dizer que sempre, sempre haverá luz no fim do túnel, esperança depois do sofrimento.
A Mentira é um livro que eu recomendo para pessoas maduras. Para mulheres feridas que estão procurando seu caminho de volta ou que já o encontraram. Como Shelby e Cellie.
5 estrelas é pouco para a maravilha que é essa história. Todo meu amor a Nora e as suas obras