livmchdo 08/08/2023Minhas expectativas eram baixas, mas p*** m****Ao iniciar a leitura, percebi que não lembrava do enredo envolvendo Jurian. Para ser honesta, não fez falta e se tornou, na minha opinião, a parte mais tediosa do livro. Tentar injetar profundidade ao revisitar brigas antigas que ocorreram há séculos não trouxe muito valor à história atual.
A maior reclamação que tenho contra esse livro com toda certeza é a constante ênfase na perfeição do nosso feministo favorito, Rhys. A Sarah tenta adicionar essa narrativa através dele, mas essa tentativa se contradiz com o uso frequente de termos ofensivos dirigidos às mulheres. Toda vez que uma mulher é ativa sexualmente, ela é uma vad_a. Isso cria uma desconexão entre a mensagem que o livro tenta transmitir e suas próprias ações. Ouso ainda que a autora não sabe nem escrever personagens traumatizados, porque o único trauma que todo mundo parece ter nesse livro é ser abus_do física ou psicologicamente.
Outra coisa horrível no Rhysand é ele ser retratado como um herói impecável em todas as páginas, o que me deixou um tanto entediada e ansiando por um desenvolvimento mais equilibrado dos personagens. O Rhys não só nunca erra, ele nunca reclama, nunca chora e é o personagem mais poderoso do mundo. Sua perfeição chega a ser irreal, e a vida dele parece girar exclusivamente em torno de Feyre e as escolhas dela. Constantemente ele tem que ser deixado de fora da trama, de tão OP, ele poderia resolver qualquer batalha com um estalar de dedos.
Outro aspecto que me deixou desconfortável foi como as asas dos personagens são sexualizadas. A associação disso com a alegoria de mutilação genital e até mesmo com conceitos racialmente insensíveis é problemática e reflete uma abordagem questionável.
A falta de emoção nas descrições das batalhas também foi outro ponto que me incomodou. As cenas de guerra pela perspectiva de Feyre pareciam mais um relatório do que uma experiência emocionalmente envolvente. Não há detalhes, é como um grande overview porque a Sarah parece ser incapaz de escrever uma guerra em primeira pessoa e agora é tarde demais para reescrever o livro todo em terceira. Ainda mais estranho era o contraste entre essas cenas e os momentos íntimos entre Feyre e Rhys, que ocorriam em meio ao campo de batalha, enquanto seu exército estava literalmente morrendo ao redor.
E, claro, o retorno do deus ex machina de sempre, o Suriel, aparecendo mais uma vez para salvar o enredo.
Apesar de algumas cenas memoráveis, o conjunto do livro é como uma torre de Jenga instável, pronta para desmoronar. As inconsistências, a falta de equilíbrio nos personagens e os elementos problemáticos tornaram a experiência de leitura mais desafiadora do que envolvente. Ainda bem que acabou.
Vocês mentiram. Não fica melhor no segundo e no terceiro eu nunca revirei meus olhos tão forte. Nota dó.