Uma noite na praia

Uma noite na praia Elena Ferrante




Resenhas - Uma Noite na Praia


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NARA DIAS 24/07/2017

Mensagem Subliminar?
Estava muito ansiosa pela chegada desse livro, por já ter ouvido muitos elogios sobre a escrita da italiana Elena Ferrante. Uma noite na praia é voltado para o público infantojuvenil e fiquei triste por serem apenas 40 páginas, a vontade de ler outros textos da autora só aumentou.

Ao folhear as páginas da obra, minha filha de 10 anos demonstrou certa preocupação ao se deparar com as ilustrações da também italiana Mara Cerri. Ela me confidenciou ter achado os desenhos um tanto sinistro. Realmente, estão todas em tons escuros: preto, azul, vermelho, cinza e marrom, mas casaram terrivelmente com o texto, destacando os pontos altos da história.

O exemplar é pequeno, fino, uma ótima apresentação, um convite para ser lido imediatamente. As orelhas gigantes deixam a obra ainda mais atrativa e bem acabada.

A história é contada por uma boneca, que inicia a narrativa pormenorizando o modo como é esquecida na praia. Depois de ficar exposta ao sol brincando com sua dona de cinco aninhos, Mati, o pai da garota vai buscá-la na praia e lhe dá um gato de presente, Minu. Distraída com o animal, a menininha esquece a boneca meio soterrada na areia pelo irmão de Mati.
Quando o sol se põe, a boneca logo reconhece a aproximação do Salva-Vidas Malvado da Noite, que explora toda a areia com o Grande Garfo, em busca de objetos perdidos de valor. Celina manifesta uma porção de sentimentos que mudam conforme a noite toma conta da praia: tristeza, ciúmes, raiva, medo, solidão, entre outros.

Nada é tão simples como aparenta, ter sido esquecida não parece tão ruim em comparação com a insistência do Salva-Vidas de querer a todo custo, com seu nojento Anzol, retirar da boneca todas as palavras que ela aprendeu no decorrer de suas brincadeiras com a mamãe Mati, com o único objetivo de vender e lucrar.

“Um Salva-Vidas se aproxima, eu eu não gosto dos olhos dele. Ele fecha os guarda-sóis e as cadeiras. O bigode dele se mexe em cima da boca feito rabo de lagartixa.”

A boneca passa por uma noite longa e desesperadora, enfrenta o fogo e a água, o calor e o frio, abandono e esperança. De certa forma a boneca faz lembrar a fragilidade de uma criança, que necessita de proteção e cuidados.

Uma história com mensagens subliminares, com certeza. Uma figura masculina tentando arrancar palavras da boca de uma boneca realmente nos traz reflexões. A boneca, que por sua vez tenta a todo o custo esconder essas palavras, mas às vezes se vê invadida, explorada, indefesa… Um lindo livro para os pequenos apreciarem.

site: http://www.viagensdepapel.com/2017/04/17/leiturinhas-uma-noite-na-praia-de-elena-ferrante/
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Annie - @queriaseralice 20/06/2017

Perturbador...
“Eu puxo de um lado, o Anzol puxa do outro, e no meio estão as palavras, bem agarradinhas.
Estou furiosa. Perdi meu Nome, mas não quero perder mais nada.
Com essas palavras, Mati e eu fomos felizes.
Com essas palavras, ela falava e me fazia falar, fazia falarem os animais, as estrelas, as nuvens, os grãozinhos de areia, a água do mar, os raios e os trovões, os guarda-sóis e as cadeiras, todas as coisas.”⠀

Mati é uma garotinha de cinco anos que não vive sem sua boneca, Celina. Bom, pelo menos era nisso que a boneca acreditava até ser trocada por um gato - Minu - ficando, então, abandonada numa praia.⠀

Celina sente muito medo e tristeza. É maltratada por um salva-vidas que descobre que ela fala e pretende tirar vantagem disso.⠀

Apesar de ser um livro infantil, ele é um tanto sombrio em algumas partes. Porém, o final é feliz, graças ao gatinho que tanto lhe tirou a atenção.⠀

Cada vez eu gosto mais da escrita da Elena. Recomendo tanto esse quanto A filha perdida! ❤


site: https://www.instagram.com/p/BPLpbzehU54/
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Leituras do Sam 08/02/2017

Uma beleza de livro.
Muito me lembrou uma cena do filme Tou story.
É uma reflexão sobre o sentimento de apego, amizade, cuidado e zelo.
No fim me perguntei, somos responsáveis por aqueles que cativamos?
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Paula 20/10/2016

sombrio demais para um livro infantil?
Fiquei me perguntando: isso é mesmo um livro infantil? Tenho cá minhas dúvidas. Principalmente para quem leu A filha perdida, vai encontrar aqui muitas relações e simbolismos. Talvez as crianças consigam ler de outra forma, vendo o que há de lúdico na superfície da história (a boneca falante pode mesmo ser interessante), mas os adultos certamente vão ver muito dos assuntos que sempre são discutidos na obra de Ferrante nas entrelinhas. A imagem das palavras formando uma corrente e ajudando a boneca a ser resgatada do mar, só para dar um exemplo, é muito significativa do quanto a palavra (e a escrita) podem ser libertadoras para as mulheres). Margaret Atwood apareceu em minha mente: "a word after a word after a word is power'.
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