Resenhas -

Nathália B. 03/04/2024

Sob o olhar do melhor amigo do homem
É sempre muito bom ler um livro da Virgínia. Neste, ela conta a história de Flush, de sua vida e de sua relação com a escritora Elizabeth Barrett Browning: duas almas semelhantes e distintas, próximas e distantes ao mesmo tempo. Temos acesso, por meio do olhar de Flush, a reflexões sobre a sociedade, os homens e as diversas fases da vida. A escrita é magnífica, como é de se esperar! O livro é uma biografia ficcional, baseada nas cartas de amor de Robert e de Elizabeth, ambos escritores ingleses, e isso o torna ainda mais incrível, mais original. Recomendo bastante, para quem gosta da Virgínia, para quem deseja começar a lê-la (por ser um livro mais fácil dela) ou então para quem é amante de cachorros (como eu). Além disso, a edição da Autêntica é belíssima, com ilustrações lindas!

Marina.Foss 07/03/2024

"se o seu prazer era a dor dela, então o seu prazer não era mais prazer, mas quase todo dor"
Um livro lindo com uma narrativa muito sensível, achei linda a maneira da Virginia de descrever de forma tão bonita a vida de um bichinho que nem era seu, apenas pelo o que era descrito nas cartas da poeta Elizabeth Browning, ainda conseguindo fazer com que eu sentisse um carinho incondicional por todas as personagens

VitAria.Tessia 03/03/2024

Flush
Novamente somos presenteados pela habilidade da Virgínia de transcrever os mais simples acontecimentos de modo cativante. É um texto que traz a essência da escitora, trazendo emocionantes momentos de Flush e sua querida dona.
Fui bombardeada pela originalidade do tema, a biografia de um cachorro, o Flush, que consegue transparecer tanta pureza e paixão quanto os meus cachorros.

CAcera3 01/10/2023

Flush
De maneira mais descontraída, Virgínia Woolf nos conta a biografia de um cachorro chamado Flush em uma história que diverte, emociona e deixa lições preciosas. Não é meu preferido da Virgínia, mas é um livro mais leve, descontraído que os demais. Bom conhecer esse lado dela. E ainda assim tem sua densidade.

Eve 15/07/2023

Não me conheço sem o consolo de um cão. Sempre vivi entre eles, e foi debaixo de olhares caninos que dividir os meus mais íntimos momentos: chorei de alegria e também de dor. E os mais simples minutos: visitar com os olhos a rua da janela. Ler Flush me fez atravessar as sensações de como é cuidar de um cão filhote até velhice, bem como reajustar os meus sentidos diante da vida que pede para ser percebida.

Virginia escreve revelando o quanto um cão é sensível, por natureza, em sentir o mundo a sua volta. Explorando seus sentidos sensoriais, Flush cheira, toca, enxerga, ouve e bebe ? nos mais diversos sentidos que esses elementos podem transpor ? as ruas nobres de Londres; o aroma que sobe do asfalto, o odor das sarjetas e ruelas, o calçamento duro que faz suas unhas estalarem, as casas feitas de vidro, as vitrines, galerias, a seda e a moeda cintilante, as vozes e o estalar de chicotes.

Flush é arremessado para o mundo das beiradas. O mundo do lado leste londrino, do amontoado de corpos vestidos em trapos, das faces duras e do lado imundo da cidade. Flush pisava no "mundo onde as vacas são criadas debaixo de quartos de dormir, onde famílias inteiras dormem em quartos com janelas quebradas; num mundo onde a águas é ligada apenas duas vezes por semana, num mundo de onde o vício e a pobreza geravam mais vício e pobreza."

Flush descortina o submundo na qual a aristocracia se mantém através da miséria.

Bruna Santana 09/07/2023

Tenho sentimentos conflitantes sobre esse livro. Ao mesmo tempo que é bem escrito e transporta você pra dentro da história, é um tema que eu não gosto de ler. Há muitos temas sensíveis para quem tem ou teve bichinhos, apesar de abordar de forma bonita o laço que se forma com o tutor. Eu gostaria de reler futuramente, tentando aproveitar mais a história, se é que é possível com esse tema para mim. Mas estou feliz de ter vencido o meu primeiro livro da Virginia que não é de ensaios. Estou ansiosa para mais leituras.

paranoia literária 08/07/2023

É um livro que marca!
Antes de mais nada preciso falar dessa edição MARAVILHOSA. Tem ilustrações lindíssimas que tornam a experiência de leitura mais imersiva ainda. Flush conta a biografia de um cachorro, ou seja, o livro todo é narrado do ponto de vista dele, o que é divertidíssimo e me fez o tempo todo pensar em como meus animais de estimação enxergam o mundo. No início a escrita de Virginia me trouxe certa estranheza, mas depois de algumas páginas eu já estava me acostumando e a leitura fluiu muito bem. Devo confessar que esse livro me fez chorar várias vezes e uma delas foi dentro do ônibus, apesar disso a minha nota não foi muito alta na época. Hoje em dia aumentei a nota pois sempre que penso nesse livro vem um quentinho no coração e lembro dele com muito carinho

mariana113 09/04/2023

Todos podemos ter o nosso próprio "Flush"
"Distintos e, contudo, feitos do mesmo molde, cada um deles, talvez, completasse o que estava dormente no outro. Mas ela era uma mulher; ele era um cão."
Um lindo livro, que possui delicadezas que se repetem a cada página, ressaltadas pelo fato de ser narrado do ponto de vista de um cachorro de estimação.
Meu primeiro livro de Virginia Woolf, e uma boa pausa em leituras mais extensas e "pesadas", além de apreciar a escrita da autora.
Pode-se usar "Flush" como uma referência do estilo de vida vigente na Londres e Florença do século XX, e da vida da poetisa Elizabeth Barrett.
Claro que para os donos de cachorro possui um significado especial, até mesmo pessoal, pois é possível se entender mais intimamente a ligação de Flush com sua dona, visto que é uma experiência universal e atemporal: ser amado incondicionalmente por um animal.

ste0205 03/03/2023

Depois de terminar essa leitura eu só quero um cocker spaniel pra chamar de meu! É inusitado ler pela perspectiva de um cão, mas gostei da história e como ela decorre.

Pedro 18/02/2023

Flush foi meu primeiro contato com a obra de Virginia Woolf e penso que foi uma boa escolha começar a navegar por seus escritos através desse livro. Essa biografia fala muito mais do que apenas sobre a vida de um cãozinho de uma família aristocrática, ele mostra as relações humanas e nos faz ver como os animais são e merecem ser protagonistas do mundo. Uma leitura muito doce e que trás risadas em alguns momentos, mas que também pode ser arrastada em tantos outros. É ótimo como Virginia consegue fazer uma crítica a sociedade britânica através do olhar de um cão, sem dúvida minha parte favorita do livro!

Thay.Souza 16/02/2023

FEITOS DO MESMO MOLDE...
Livro incrível!!! Consegue expressar o quanto a existência de um era necessária para o outro(Nunca chorei tanto com o final de um livro). Deveria ser lei todo ser humano ler.

Tequila Mockingbird 07/02/2023

Engraçado como a gente fala das qualidades humanas quase como sinônimo de sensibilidade. Nos referimos a nós mesmos como analíticos e perceptivos, mas ainda sim não conseguimos captar tudo, ou longe disso. Se humanidade é isso, Flush é quase uma versão utópica de nossas melhores qualidades.
Um livro pra se sentir abraçado e se lembrar de carregar pelo menos um pouco, da genuinidade de um olhar canino.

MaSantana 12/01/2023

Flush traz o relato de Vírginia Woolf sobre a vida de o cão - de mesmo nome do título da poetiza Elizabeth Barrett Browning. Assim através dos olhos desse cocker spaniel, e por meio de uma narração de voz indireta, vemos a vida da poetiza e também a sociedade da Era Vitoriana. A ideia surgiu para ela durante a leitura da correspondência de Elizabeth Barrett Browning que retratava diversas vezes o cãozinho, o que divertiu a autora.
O filhote, que foi presente da também poeta Mary Russell Mitford demonstra ter grande papel em sua vida, mas também ganha narrativa própria pelas mãos de Vírginia. Apesar de consciente Flush ainda é um cão e, assim, a autora usa de perceções de cheiro e tato para descrever as sensações do filhote ao experimentar o mundo. Além disso, o spaniel é ótimo em ler os humores de sua dona e do ambiente e prever as mudanças que estão por vir.
Uma leitura do tipo que deixa o coração quentinho e leve.

ricardo 10/01/2023

"Mesmo em um homem, tal conduta, no ano de 1842, teria exigido certa justificativa da parte do biógrafo; se fosse uma mulher, não haveria justificativa cabível; o nome dela simplesmente teria de ser riscado da página em desonra."

Victoria361 04/12/2022

O mundo animal mais puro e verdadeiro
Flush é a melhor leitura que já fiz no ano!

Pude ler essa edição da Autêntica lindissíma, com notas interessantes, fontes para os curiosos (como eu), belo posfácio pela influente Maria Esther Maciel (já li um dos seus livros e ela foi ótima em finalizar o livro), e as ilustrações (LINDISSÍMAS, que são reproduções da primeira edição de 1933). Esse livro é perfeito!
Como uma fã de literatura & vida animal, essa obra reúne as duas relações de maneira sincera, fiel e poética. Flush, um coque spaniel, é descrito da maneira mais pura e linda que já li. É impossível não se apaixonar pelo carinho que nasce entre Elizabeth e Flush. Desde o momento mais assustador, às aventuras e viagens, às doenças e momentos ruins e, no fim da vida.
Virginia Woolf se inspirou nas cartas de Eiizabeth e, em especial, nos seus comentários sobre Flush. É lindo e até mágico toda a obra, Flush inspirou Virgínia o suficiente para criar sua biografia. Elizabeth existiu, Flush existiu. Registros dessa obra existem, e eu sou mais feliz por encontrar histórias como essa na literatura.
Vibrei em todos os momentos pela liberdade que o Flush tem. Pelo amor que conheceu e pelo prazer em se tornar eterno pelos olhos da Elizabeth, da Virgília e da literatura. Flush descobriu o amor, com todas as suas camadas, e eu, meu amor maior por ele.

" Agora Flush conhecia aquilo que os homens nunca conhecerão - o amor puro, o amor simples, o amor inteiro; o amor que não deixa nenhum rastro de preocupações à sua passagem; que não tem nenhuma vergonha; nenhum remorso; que está aqui, que foi embora, tal como a abelha sobre a flor, que está aqui, que foi embora" (p. 81).