LOHS 14/06/2017
Muita ação, descobertas e surpresas a cada capítulo!
Oi, gente! Comeram muito? Eu, com certeza, sim! Cada comida deliciosa que rola nessas festividades natalinas, não? Ganharam muitos livros de Natal? Espero que sim, porque eu tive um sonho realizado: sabem as capas novas de Instrumentos Mortais? Então... muito amor envolvido!
Com esses recados dados, que tal uma resenha de um livro que eu estava muito ansiosa para ler? Filha das Trevas teve uma tradução de título muito inteligente, apesar de não literal. Lá fora, a série Deuses e Monstros já possui quatro volumes, e - como sempre - a Galera Record fez um trabalho maravilhoso na capa! Sério, gente, nossa capa tá muito mais bonita. Só fiquei um pouco em cima do muro com relação ao estilo de letra utilizado para a diagramação dos cabeçalhos: muito infantil, talvez? Não sei. Acredito que poderia ter sido algo na fonte do "Deuses e Monstros" da capa. Não que isso atrapalhe qualquer coisa durante a leitura.
“Para Mary Keaton
Você me tomou a mão para caminharmos pelo bosque
até o lugar onde o véu da minha imaginação foi erguido
para me mostrar todas as maravilhas:
a moradia das fadas, onde elfos dançavam
e gnomos se escondiam dos duendes.
E o véu nunca mais foi baixado.
Queria que estivesse aqui para ver isso.” (Dedicatória)
O livro, apesar de curto, nos leva para uma jornada incrível. Ari, nossa protagonista e narradora, é adotada e procura informações a respeito de seus pais biológicos. O casal que a adotou é dez! e a ensinou a lutar, afinal toda a família trabalha como agentes de fiança e, muitas vezes, contato corporal é necessário. Então, Ari já é uma lutadora incrível com apenas 18 anos. Logo, quando é quase morta por um cara alto e loiro no meio de um estacionamento à noite, a gente sabe que não foi sorte.
“Eu não conseguia me mexer, não conseguia me recuperar do choque. do choque de ter sido atacada por um desconhecido. De ter tido que lutar pela minha vida. De ter matado o sujeito…” Ari, p. 28
Depois de ler uma carta muito bizarra deixada por sua mãe, Ari decide que precisará ir à cidade Nova 2. Esta é a cidade de Nova Orleans modificada e recuperada por um grupo familiar particular. Devido a desastres naturais extremos, furações e tempestades, toda a população norte-americana foi retirada. No entanto, um grupo de nove famílias - conhecido como Novem - comprou o Estado. E várias teorias de conspiração rondam tal fato. A imprensa e o turismo contam histórias sobre monstros, mas muitos não sabem no que acreditar. Apesar de Bruce e Casey Sanders terem feito Ari prometer que ela não iria sozinha, a garota decide que precisa de um tempo para colocar ordem em toda as coisas estranhas que estão acontecendo com ela.
Além de uma mãe suicida, de seus olhos estranhos, sua característica mais anormal é seu cabelo prateado. Não importa o que ela faça, ele sempre permanece do mesmo jeito, comprido, liso e da cor da lua. Talvez por isso o chamado para Nova 2 seja forte. Aquele lugar é conhecido por abrigar os desajustados... talvez ela se encaixe lá; e claro!, conhecer mais a respeito do passado de sua mãe é um bônus maravilhoso.
“Era uma coisa ligada à atmosfera emocional do lugar, o ar de abandono, a ligeira decadência vista por toda a parte, o vigor selvagem das plantas e das árvores, a aparência assombrada que se agarrava aos antigos casarões majestosos e os cantos escuros onde a luz nunca conseguia chegar [...]. Era a liberdade de viver num lugar que não estava nem aí para o que quer que você fosse, porque ele mesmo era diferente também.” Ari, p. 69
Como eu já comentei, o livro é bem curto, portanto, a narração é muito ágil. Algo que eu gostei bastante no livro: é algo diferente. A protagonista é decidida, Ari age. A cada capítulo, temos um novo desenrolar para sua história e acabamos nos envolvendo bastante! A narração não para nunca e sempre temos alguma nova descoberta. Os novos amigos de Ari são muito habilidosos e eu mal posso esperar para ver o que os próximos volumes nos reservam!
“- Você também é doué?
- Eu sou o quê?
- Doué. é o jeito fresco que a Novem arrumou para chamar as aberrações. Os esquisitos. Você sabe… nós.” Dub e Ari, p. 54
A mitologia que encontramos nesse livro é algo bastante inusitado. Completamente diferente de tudo que já li. Como podem deuses gregos e monstros como vampiros, por exemplo, estarem conectados e juntos no mesmo universo? Quem é bom e mau nesse universo? Percy Jackson, por exemplo, nos deu uma versão para esses fatos, e aqui, Kelly Keaton nos apresenta uma releitura super interessante! Ari possui um passado, uma maldição que aterroriza gerações de sua família e está decidida a descobrir o que é. Com certeza, uma jornada que vale a pena acompanhar!
“Mas enxergar o mundo através da máscara me transformava numa pessoa diferente, numa versão confiante de mim mesma. Ela me tornava linda, misteriosa e poderosa, me fazia sentir como se eu pertencesse à noite e à mágica que existia nesse lugar, como em nenhum outro do mundo. E como se elas também pertencessem a mim.” Ari, p. 181
Além dessa nova perspectiva, teremos também uma cultura francesa de Nova Orleans que podemos conhecer da série The Originals (amo Klaus). O carnaval Madri Gras, as máscaras, o vodu, o francês. Temos também Sebastian, Violet, Crank, Dub: crianças diferentes que farão Ari se sentir em casa, como nunca antes. Antes de eu terminar a resenha, falemos de Sebastian e Violet. Eles terão um papel fundamental para o desenrolar da trama e tornam Ari mais forte.
“- Aqui nós podemos conversar em segurança.
- E desde quando homens querem conversar?
- Bem, se é verdade que minha vó quer que você fique em Nova 2 e que há uma deusa querendo o seu pescoço, então nesse caso, sim, eu quero conversar. Comece do princípio.” Sebastian e Ari, p. 195
É isso aí, gente! Tem bastante ação, muitas descobertas e surpresas a cada capítulo! Carol sentiria orgulho de mim: eu apostei no parentesco de um personagem que apareceu lá e acertei. Então, fiquem espertos, ok? Divirtam-se, é uma leitura bem rápida e deliciosa. Vale muito a pena se encantar por esse novo universo que nos foi apresentado pela Kelly Keaton e pela Galera Record. Quando será que o segundo volume sai?
"- O que você quer, na verdade? Riqueza, controle, poder...
- Eu quero vingança." Simon Baptiste e Ari, p. 282
Seção das Quotes
“Os olhos arregalados tinham um ar de surpresa, como se a possibilidade do fracasso jamais tivesse ocorrido a ele.” Ari, p. 27
“Meus pés tocaram a terra firme. Tive um primeiro impulso de cair de joelhos no chão e agradecer a Deus por ter chegado viva, [...].” Ari, p. 39
“Violet amolecia alguma coisa dentro de mim, como se algum tipo estranho de instinto de irmã mais velha ou materno estivesse sendo despertado aos poucos. [...] era simplesmente um vínculo inexplicável, uma necessidade de tomar conta.” Ari, p. 61
“Eu me agarrei como pude, apertando os olhos fechados e me isolando de todo o resto. Mas não sozinha. Felizmente, não sozinha desta vez.” Ari, p. 93
“Eu estava viva. Não apenas existindo, mas realmente viva.” Ari, p. 97
“- E então, você vai querer achar a Alice Cromley?
- Acho que vou recusar essa, obrigada.
- Tem medo? Quem nunca violou um túmulo não sabe o que é vida.” Sebastian e Ari, p. 103
“O que você vai fazer, Ari? Fugir? Vai fazer de conta que é uma garota normal e que não consegue lidar com a esquisitices desse tipo? Ou vai ficar e aguentar o tranco e descobrir o que você é de verdade?” Ari, p. 122
“- Você é tépac?
-Eu não sei o que sou.”, p. 155
“- Depois que você experimenta, é como se fosse uma droga. Quente, delicioso, fazendo você querer sempre mais.
-Meio que como chocolate.” Sebastian e Ari, p. 198
“- Eu não me arrependo de nada.” Atena, p. 209
“Criança. Uma criança fingindo ser adulta no seu vestido elegante de baile. Uma criança que não sabia nada a respeito do mundo onde estava imersa. Uma criança comparada às criaturas antigas e ancestrais com quem cruzava nesse mundo.” Ari, p. 214
“Esse pequeno gesto doeu tanto que novas lágrimas brotaram na mesma hora. Violet. A pequena Violet havia me aceitado, e dava ali a sua prova de compaixão, bondade e lealdade.” Ari, p. 257
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