isa gusmão 05/06/2018mágico, mágico, mágico!5 estrelas!!
Esse livro é pura poesia. Caramba. Magia entrelaça cada palavra desse livro. Eu não sei o que falar, porque realmente me deixou sem palavras. Tudo que precisava ser dito, o livro já diz. É muito raro eu sentir esse senso de preenchimento no final de uma leitura, mais raro ainda quando livro propositalmente deixa as coisas em aberto. Mas A Million Junes não é só um livro. Ele é genuinamente uma História, na qual imergimos completamente.
Eu fiquei completamente apaixonada pela história. Não só pelos personagens - que são incríveis, reais, palpáveis, dolorosos, verdadeiros até a alma - mas pelo mundo. Quer dizer, é o nosso mundo, mas não é. Realismo mágico bem executado deixa a gente assim, com tanta coisa pra dizer, mas sem conseguir fazer jus a elas. Beleza e poesia preenchem o enredo de Emily Henry, e todo o desenvolvimento da história parece nos envolver de um jeito deliciosamente doloroso.
Acima de tudo, esse é um livro sobre morte, luto, crescimento e família. E claro que isso vai doer. Mas a tristeza que vem, quase que inerente a uma narrativa sobre isso, é aquela que deixa a gente feliz. A que faz a gente refletir sobre a vida, sobre o que a gente tem e sobre como cada momento vivo é tão especial e único. Tristeza gostosa, que é como um cobertor - cobre a gente, mas esquenta por dentro. Esse livro relembra sobre a magia cotidiana. Sobre como é bom estar vivo, e experimentar o mundo, e que pequeno milagre é esse de estarmos aqui para vermos as coisas acontecerem, sem razão ou propósito, mas por simplesmente existirmos. The heartbeat of the world, ela fala, e essas palavras ressonam comigo.
Não posso fazer jus ao livro nessa resenha, até porque nem sei o que tô sentindo no fim dessa leitura. Chorei incontáveis vezes, lágrimas de alegria, melancolia, tristeza, mas sobretudo de maravilhamento por uma história conseguir me fazer tanta coisa. June e Saul são fantásticos, com uma dinâmica muito boa, e muito verdadeira. Eles são inteligentes, sarcásticos e, acima de tudo, acreditam. Simplesmente acreditam, verbo intransitivo. E nos mostram o mundo, seus espaços liminares e os caminhos inevitáveis do viver.
Profundamente tocada por esse livro.
"I am very small and I don't find myself wishing I were any bigger". Só isso.