alissonferreira.c1 30/01/2021
Fui atraído pelo título e proposta, mas não gostei de nada
Eu sou uma pessoa LGBTQIA+ muito privilegiada, que tem toda uma estrutura familiar que me dá suporte na vida, então eu gosto de ler o máximo possível sobre histórias de pessoas LGBTQIA+ que não tiveram as mesmas oportunidades que eu. Busco fazer isso pelos seguintes motivos: primeiro, para conhecer essas pessoas e dar visibilidade para elas; segundo, para que eu não perca de vista a realidade e dureza da vida de outras pessoas que fazem parte da mesma comunidade que eu, mas que não tiveram os privilégios que eu tive e tenho.
Por esses motivos eu me senti totalmente atraído pelo título desse livro e pela sua proposta, mas ele acabou sendo uma decepção. A história tem muito potencial, mas o autor não explorou nada a fundo. As experiências apresentadas são superficiais e não possuem nenhum senso de continuidade. Não existe muita coesão em muitos trechos do livro, que na verdade funciona mais como um recorte de algumas experiências sexuais não detalhadas. Creio que a história do Hiago, se contada por alguém que tenha experiência em escrever, poderia acabar resultando em um ótimo livro de memórias (o que não é o caso desse).
Em resumo, eu indico a leitura porque acho válido ler o trabalho de uma pessoa LGBTQIA+, porém deixo a advertência de que não tem muita qualidade. Caso queira ler algo muito bom sobre esse tema, porém com um recorte bem diferente e mais profundo, indico o livro "Eu, travesti", da Nana Queiroz e Luísa Marilac.