Bruno Venâncio 17/09/2020
Testemunhos no Deserto
“A Porta dos Leões”, como o autor deixa explícito em suas notas introdutórias, é um livro parcial que busca, por meio de relatos de combatentes e familiares, traçar uma visão das Forças Armadas de Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967. Tendo em mente tal, ao leitor será apresentada uma caricatura muito específica das Forças Árabes, bem como uma leitura dos soviéticos e uma parecença em relação às Forças Ocidentais (principalmente estadunidenses).
Ordens de Batalha, Estratégias e Táticas, Estatísticas de Combate e questões mais amplas não são exaustivamente exploradas no livro, ainda que seja possível um insight da doutrina militar israelense e da sua leitura geopolítica do mundo da metade do século XX. O livro explora bem os preparativos de ações ofensivas notáveis como a Operações Moked (foco), o ataque aéreo que destruiu as forças aéreas árabes ainda em solo, e a aplicação da Blitzkrieg no Sinai.
Como a questão árabe-israelense é um um assunto extremamente complexo e polêmico em muitas vertentes, principalmente ao pensar-se na questão do Direito Histórico sobre a terra, e a ocupação de zonas contra o Direito Internacional [e suas tantas consequências] por parte de Israel, a leitura deve ser conduzida com cuidado por sua parcialidade. Ainda assim, é difícil não se surpreender com a qualidade em nível estratégico e operacional do Exército israelense em superar uma força bem superior em números e equipamentos em um espaço de 7 dias [na verdade].