z..... 12/11/2015
A obra é marcada por elegância e nobreza, expressas no texto bem elaborado e na história em si, sobre um desafio de conhecimento entre uma jovem e três sábios. A postura e motivação de Teodora evoca conceitos preciosos, como a serenidade e benevolência, que ficam em paralelo a uma certa arrogância dos sábios. Essa é sua beleza e sua virtude, justificáveis no carisma crescente com o leitor.
Pelo que apurei, o cordelista reconta uma história do folclore europeu, tradicional e antiga. Interessante que muitas dessas histórias populares exaltam a esperteza, principalmente se retrocedermos a época medieval, onde encontramos inspirações para o famigerado Pedro Malazartes e contos de trapaças entre as pessoas e o demo. Será que é desse período? Fiquei pensando se não teria também um contexto assim, com uma velada exaltação no campo ideológico. Afinal, é um duelo entre uma jovem espanhola cristã com sábios mouros, que são superados por maior sabedoria e nobreza de espírito. Pode ser, pode ser...
Não sou apegado a certos conhecimentos mencionados, como a Astrologia, mas a leitura do cordel no geral foi agradável e cativante. A obra é de 1905 e cheguei até ela através de reportagem na revista Aventuras na História. Gostei muito do autor, Leandro de Gomes Barros, e agora tive maior clareza na sua valorização entre renomados escritores, como o Carlos Drummond de Andrade.
Vamos a outros cordéis do homem, que são muito legais!