O Avesso da Vida

O Avesso da Vida Philip Roth




Resenhas - O Avesso da Vida


10 encontrados | exibindo 1 a 10


Ricardo O 08/04/2024

Um livro denso e intenso, em que o leitor é posto à prova para entender o fluxo da narrativa, além de entender em quem confiar entre as personagens presentes.
O grande mérito desta obra é colocar o leitor como ser atuante, obrigando-o a não ficar passivamente acompanhando a história.
Outro ponto de destaque no livro é a profundidade das personagens, pois todas possuem características agradáveis e deploráveis. Tenho certeza que dificilmente você vai gostar de algum personagem neste livro plenamente.
Ao ler o título do livro, você pode considerar que o avesso da vida seja a morte. Pode ter certeza que este livro te dará outras respostas para isso.
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Pedro 19/03/2024

Mais uma prova da genialidade literária de Philip Roth.
A escrita de Roth é bem cortante e afiada, cheia de pensamentos profundos sobre as pessoas. Uma história complicada e profunda, falando sobre coisas como fama, solidão, sexo e o jeito que as pessoas lidam com o envelhecimento. Ele é muito bom em fazer os personagens falarem de um jeito realista, e isso deixa a história muito mais interessante e emocionante.

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Ezequiel.Cesar 12/02/2024

Um livro diferente!
É impressionante a forma que o autor conta uma história dentro de outra história e consegue manter a atenção do leitor preso ao cerne do assunto que é como ser judeu em uma sociedade anti-semita.

Um livro denso que faz-nos refletir sobre esse problema arraigado na humanidade.

Vale muito a pena a leitura, mas se for o seu primeiro Philip Roth comece por o excelente ?Casei com um comunista ?.
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Carla 02/03/2022

"A recusa do escritor em aceitar as coisas como elas são - tudo reinventado, até ele próprio"
Essa resenha leva como título uma frase do próprio Roth nesse livro, no mínimo, inventivo. Talvez engenhoso. Certamente genial.

Eu li outras duas obras do mesmo autor e sempre o sentimento é de estranhamento e arrebatamento. Tensão e cansaço. Revolta. Pode-se dizer o que quiser sobre Roth, mas não se pode ser imune a ele. Talvez isso nem seja algo positivo, mas as obras do escritor são, de fato, marcantes.

Não saberia explicar/resumir o livro. Acho também que ele prescinde de explicações. A arte é assim, não é? Feita para chocar, feita para tocar. Essa, especialmente, me parece ter sido feita para ter mil interpretações, conforme o leitor.

Nem sei ao certo se entendi o que entendi. Mas certamente recomendo a leitura já que ela vai, no mínimo, te fazer pensar fora da caixa.
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luizguilherme.puga 07/10/2021

Dos livros que li do Philip Roth esse é o mais experimental. Aparentemente já consciente de sua importância e dos questionamentos que sua obra era capaz de levantar ele mais uma vez traz os temas da identidade judaica, sionismo e antissemitismo, contudo dessa desta vez de forma original quanto a forma. Temos uma metalinguagem dentro da metalinguagem. É o brilhantismo elevando à quinta potência.
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Marcos Wlrich 09/08/2021

O avesso da vida
Pra mim até agora é o livro que menos gostei do Roth. Apesar de ter alguns momentos muitos bons, boa parte foi bem chato e lento de ler, debates do Judaísmo que é sempre presente nas obras do Roth aqui está na maluca narrativa de várias trocas de personalidades e personagens no decorrer do livro criando uma confusão na narrativa de quem é quem. Eu adoro a crítica do judaísmo e do EUA que ele faz, mas nesse livro pra mim não colou muito devido a maluquice de troca de personagens. De capítulo a capítulo tudo muda radicalmente. O livro em si tem pouco acontecimentos marcantes, se fosse um história mais continua junto com os diálogos que sempre são maravilhosos nas obras do Roth eu teria gostado mais.
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Washington 14/01/2021

Primeira livro lido em 2021 já foi uma baita leitura.
O Avesso da Vida é um livro dividido em 5 grandes capítulos, onde cada um deles contradiz o anterior. Temos o personagem principal, Nathan Zuckerman, que seria uma espécie de alter ego do autor Roth, e esse personagem é um famoso escritor e narrador da história. O primeiro capítulo é sobre Henry Zuckerman, irmão de Nathan, que morre após uma cirurgia de alto risco. Essa cirurgia poderia ser evitada pelo próprio Henry se assim ele quisesse, pois ele poderia viver tranquilamente muitos anos sem a operação, mas ficaria impotente sexualmente o resto da vida. Ele então decide arriscar a vida na cirurgia, não por causa da família mas sim pelas aventuras extraconjugal que ele vivia.
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No próximo capítulo, já vemos o Henry morando em Israel, junto com judeus fanáticos, defendendo suas "identidades" e lutando contra preconceitos.

E assim segue o livro, cada capítulo nos mostra uma realidade totalmente diferente do que estávamos acompanhando até então. É um livro complexo para ser explicado em poucas palavras, aqui estou falando nem 1% da profundidade dessa leitura.
Cheio de posicionamentos do autor sobre temas polêmicos como religião, sexo, ainda reflexões incríveis sobre a vida, a morte, literatura é um tema muito abordado aqui também, e tudo escrito de forma primorosa.
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Meu primeiro contato com Philip Roth foi espetacular, quero ler muitas outras obras desse autor.
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Paulo Sousa 09/10/2018

o avesso da vida
Livro lido 1°/Out//48°/2018
Título: O avesso da vida
Título original: The Counterlife
Autor: Philip Roth
Tradução:
Editora: @companhiadasletras
Ano de lançamento: 1986
Ano desta edição: 2004
Páginas: 343
Classificação: ??????????
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"A construção de um avesso da vida que é o antimito dela própria estava no cerne mesmo do sionismo. Foi uma espécie de fabuloso utopismo, um manifesto em prol da transformação humana tão exagerado - e, desde o princípio, tão implausível - quanto qualquer pessoa, se ele quisesse? (pág 158).
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o avesso da vida traz o relato da vida de henry, irmão mais novo de nathan zuckerman, o escritor auter ego de roth desde ?o escritor fantasma?. henry é um dentista bem sucedido, pai de três filhos e de uma vida sem dificuldades. henry mantém secretamente um caso com sua assistente, e é nesse cenário que o acompanhamos. mas, uma doença cardíaca o obriga a fazer uso de remédios que acabam por torná-lo impotente, estado que o deixa tão desesperado que decide se arriscar a uma operação cirúrgica de alto risco.
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sendo o ponto de partida do romance, ?o avesso da vida? foi escrito sem qualquer linearidade. ao invés, trilha por vários sub-narrativas abarcando os mais diferentes desdobramentos. num deles, henry escolhe ser cirurgiado mas acaba não resistindo; numa outra, sobrevive, e tomado de grande depressão, parte para Israel onde encontra na fé o consolo e objetivo de vida; já num revés diferente é o próprio nathan - o personagem central da trama - que se submete à cirurgia e acaba morrendo, e nessa hipótese é henry quem narra a história.
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é claro que com tantas possibilidades, não poderiam faltar os temas polêmicos em roth: por exemplo, na primeira narrativa, um henry certinho decide arriscar a vida numa cirurgia complexa não pelo desejo de estar com sua esposa e filhos, mas porque não suporta não ter a amante. mas há o problema do desamparo da sua família, o que nos faz pensar no porquê alguém arriscaria o futuro da própria família movido pela frivolidade de uma relação extraconjugal. numa segunda narrativa, a que fala sobre a fuga de henry para Israel (aqui também entra o problema da falta de responsabilidade com a família), mas se centra no confronto de nathan, que é judeu americano, com a fé judaica pura. roth retrata o encontro de zuckerman com um escritor de Telaviv, como sendo o confronto entre a ortodoxia judaica e a decisão de nathan de negar a sua ?identidade? judaica. as tensões aumentam quando zuckerman conhece o mentor de henry, um certo mordecai lippman, que busca através da luta armada a concretização da hegemonia judaica sobre os árabes. várias das melhores passagens do livro estão nessa parte do romance!
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em narrativas posteriores, nathan confronta o catolicismo casando-se com uma inglesa católica, ainda que não praticante. aqui há trechos sublimes, quando zuckerman vai refletindo sobre quanto ele é intolerante diante dos ritos católicos, o que o deixa espantado em descobrir que não é o típico judeu tolerante que imaginava ser. isso vai diretamente conflitar com sua nova esposa, aqui chamada mary, e que, diante dos arroubos de nathan, decide dissolver a relação.
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?o avesso da vida? foi, na verdade, o primeiro livro de philip roth que li, já no distante setembro de 2015. sendo meu primeiro contato com a escrita de roth (leria outros tantos roth depois) pouca coisa me ficou da leitura, até porque não pude apreender na sua inteireza a proposta do livro (reler autores tem seu quinhão). poder reencontrar esse livro na medida em que estou avançando nesse projeto pessoal de ler toda a obra de roth que estão disponíveis e na ordem cronológica de publicação só me trouxe deleite e prazer. que venha ?operação shylock?!
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jota 20/01/2016

O avesso do avesso...
Li vários livros de Roth, mas nenhum como este O Avesso da Vida, de estrutura bastante complexa. Ou sofisticada, como escreveu um crítico. Com cerca de 340 páginas parece muito mais longo do que realmente é. Está dividido em cinco enormes capítulos e no final traz um glossário de termos judaicos para consulta do leitor. Um livro um tanto difícil de ser resumido ou comentado em poucos parágrafos.

Se o avesso da vida for a morte, já temos um importante personagem morrendo no início do capítulo um, conforme consta da sinopse da Companhia das Letras. Mas o dentista Henry Zuckerman está morto apenas em termos: ele reaparece num outro capítulo vivinho da silva na Cisjordânia, depois de largar a mulher, os filhos, a profissão e as amantes. Quer se tornar um verdadeiro judeu, seja lá o que isso for.

Mais à frente, num outro capítulo, Henry não apenas permanece vivo em Israel como vai contar a história da morte do personagem principal do livro, seu irmão, o escritor Nathan Zuckerman, que nos falava justamente da morte de Henry depois de uma arriscada cirurgia cardíaca, do mesmo modo que ele morre agora.

E as reviravoltas que ocorrem não são apenas essas. Há outras, distribuídas pelos tais imensos capítulos da obra. Como diz a editora brasileira do livro: “(...) cada capítulo contradiz o anterior, como se os personagens estivessem o tempo todo tentados a viver uma existência alternativa, capaz de reverter o destino.” Ou seja, interferir nos acontecimentos, comandá-los...

E vivos que morrem e depois voltam a viver, judaísmo, cristianismo, Suíça, Israel, Inglaterra, Newark (EUA), literatura, relacionamentos, preconceitos (especialmente anti-semitismo), paternidade e muita coisa mais, neste livro de tudo tem um pouco. Ou muito, depende, como as intermináveis referências (discussões) à questão judaica em seus diferentes aspectos, senão não seria um livro de Philip Roth.

E tem sexo, logicamente, senão também não seria um livro de Philip Roth, vale repetir. Não tem tanto sexo assim nem tão variado como em O Teatro de Sabbath ou O Complexo de Portnoy, por exemplo. Mas é por conta de sexo que indiretamente um personagem acaba morrendo. Morrendo mesmo? Afinal, o avesso da vida pode ser não apenas a morte, também pode ser a ficção, não? E em se falando de ficção, Philip Roth é mestre...

Lido entre 11 e 19/01/2016.

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