Cuentos 1

Cuentos 1 Hermann Hesse




Resenhas - Cuentos 1


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Amâncio Siqueira 19/10/2016

Hesse em pequenas doses
Cuentos I, o primeiro volume dos contos de Hermann Hesse traduzidos para o espanhol, é uma coletânea capaz de enlouquecer aqueles que buscam “unidade” num livro de contos. Este primeiro tomo é um retrato da inventividade do autor, prêmio Nobel quando a academia premiava escritores de ficção. O conto “Karl Eugen Eiselein” lembra o “Aurora sem Dia”, de Machado de Assis, embora um tanto menos irônico. Acompanhamos um típico adolescente com um futuro brilhante que muda seu pensamento ao vento das estações depois de ir morar fora, e os conflitos que sua “alma de artista” suscita em relação aos seus pais. “El Reformador” tem semelhanças com o “Karl…”, embora aqui haja uma “alma religiosa” e o conflito seja com a pragmática namorada. Em ambos percebemos que o espírito hippie não é tão novo assim.

“De la infancia” é uma pérola de sensibilidade, que reflete a experiência do narrador com a doença de um amigo e suas reflexões acerca do primeiro contato com a perda. “El alumno de latín” traz um personagem que deixa de lado as aspirações artísticas e individuais em busca do amor físico. Tanto ele como “La marmolería” e “Mes de Julio”, parecem releituras do Werther de Goethe, tratando do louco e desesperado amor dos jovens, tão perigoso e facilmente esquecível. Os três formam um belo e trágico conjunto de possibilidades.

“Bajo el viejo sol”, “El lobo” e “Del taller” são pré-kafkianos, cada um à sua maneira, especialmente o último, que abre um recorte poderoso sobre o absurdo cotidiano.

“El enano” remete às novelas de Bocaccio ou de Cervantes, com seu narrador que conta numa taberna a história de uma bela princesa que vive feliz com seu papagaio e seu culto anão num palácio em Veneza, até que chega o amor na figura de um nobre voltando do oriente. Esse conto traz um rico universo, mostrando que a Itália foi o primeiro oriente dos alemães, e guarda surpresas que farão desvanecer a ideia de idílio que poderia a princípio evocar. É o meu conto preferido, embora seja difícil apontar um só

site: https://amanciosiqueira.wordpress.com/2016/10/18/hesse-em-pequenas-doses/
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