Lucy 12/08/2022
Então vamos em frente, e esquecer que essa loucura aconteceu
(Como já diria o filosofo contemporâneo Seto Kaiba)
Mais uma experiência com livros espírita. E essa resenha foca totalmente na questão literária, e não na parte do espiritismo, porque não tenho propriedade pra falar sobre.
Confesso que não imaginava o quanto seria peculiar um livro espírita que se passasse no Egito Antigo. Quando vi, me foquei mais na parte de romance egípcio antigo, porque a minha obsessão com Egito Antigo tá torando dando grau de moto.
No final não foi nada do que pensei, mas isso foi o menor dos problemas.
Pra começo, acho que a estória enrola muito. Acaba que conta uma boa porção da vida dos personagens, e sinceramente perdi o interesse neles na metade. O hates to lovers prometeu muito e não cumpriu nada (não prometeu, eu é que tava esperando de mais), e na metade do livro já se resolveu. E foi bem fué, talvez por não ser o casal principal. Esse aí (o casal principal) demorou uma vida pra se resolver. Eu até gostei de uma no começo (Nalin), mas depois perdeu a graça e não fui com a cara de mais ninguém.
As partes históricas me pegaram um pouco.
Eu não sei com propriedade sobre o rolê da escravidão no Egito. Mas até o de sei, foi mais forte a partir do Novo império, já no finalzinho, por causa das influências romanas e gregas. E até onde sei também, as pessoas acabavam sendo escravizadas por causa da guerra (quanto um povo perdia, e era escravizada pelo povo vencedor) e dívidas.
No livro eles falam sobre "caçar pessoas", ir atrás e usar de algum artifício pra enganar e raptar. Até onde sei, isso não existia, mas também não duvido que fariam (acho que foi isso que rolou com a Kisara de ygo). Porém, duvido muito de que alguém do alto escalão do governo fazia esse tipo de coisa, e fosse recepcionado daquela forma. Acho mesmo que caçar pessoas seria visto como vergonha, levando em conta que existia jeitos mais "heroicos" de adquiri-las, vide guerras.
Outra, o conceito do espiritismo sendo impregado numa época que nem cristianismo tinha (isso, porque se não me engano, a estória se passa em 1200 e alguma coisa antes de Cristo). É meio confuso, mesmo que o público alvo é a gente da atualidade.
E sei que talvez não seja muito certo a minha linha de raciocínio (levando em conta preceitos religiosos), mas pregar que não importa as injustiças, a gente tem que se manter dócil e de coração aberto, perdoando todo o mal, é um discurso que só beneficia os privilegiados e todo mundo que tá no poder. Um bom cordeirinho manso e gentil pra ser explorado sem reclamar.
De resto, ainda engajada na saga de ler um livro espírita satisfatório (no quesito literário).