Quando o Irã Censura uma História de Amor

Quando o Irã Censura uma História de Amor Shahriar Mandanipour




Resenhas - Quando o Irã Censura uma História de Amor


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cs_g_ilson 25/12/2023

Um tributo à arte!
Um dos livros mais lindos que já li. Lindo pela forma como o autor demonstra amor à arte, o qual pode ser visto nas diversas referências literárias, musicais e cinematográficas.

Pode-se dizer que não existe apenas a história de Sara e Dara, mas também a história de Mandanipuor, porque, em determinado momento, o autor passa a ser parte da obra. Essa posição de autor-personagem, mesmo havendo protagonistas, foi construída com muita elegância, sem perda de ritmo.

?Quando o Irã censura uma história de amor?, além de ser um título que fala por si só, possui diversas digressões, misticismo, realismo fantástico, analogias, metáforas, história (com H mesmo).

Quanto à escrita, a autocensura em forma de rasuras incomodou no início, no entanto, depois, eu passei a vê-la como necessária, um charme.

Por tudo isso, o inesperado comportamento do Sr. Petrovich é compreensível.
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lendocombeatrizz 29/05/2022

Foi de 0 a 100 muito rápido?
Eu amo esse livro, principalmente por ter sido um dos primeiros que me marcou quando estava começando a criar o hábito da leitura. E eu comprei por 2 reais!

A história é bem bonita, forte também, ainda mais se você já estudou o contexto histórico por trás daquela história. Em um cenário abarcado por uma cultura patriarcal, que dificilmente mulheres teriam vozes, incapazes de escolher uma pessoa para se relacionar, sempre tem alguém vivendo e lutando por um amor. Sara e Dara faziam parte dessa parcela.

A jogada linguística nesse livro é sensacional ? devido aos termos a serem censurados. Acho que até gera um frio na barriga pelo medo de serem pegos?Mas confesso que o final não foi um dos melhores, creio eu que provavelmente foi o efeito das minhas expectativas sendo frustradas (na verdade, tenho certeza).

Vale a pena pelo romance e pela experiência.

Obs.: Minha impressão sobre a escritura iraniana foi maravilhosa! Quero ler mais.
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amanda 15/08/2021

Confesso que demorei muito a pegar embalo, principalmente pq foge do meu costume de leitura, mas nossa foi surpreendente demais, adorei.
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Nalu 16/12/2020

Vale a pena desde o início
Uma narrativa totalmente fora dos padrões usuais pode tornar um desafio a leitura desta história, a qual assemelha-se a milhares de outras histórias já contadas. O diferencial está na escrita inesperada, na descrição inquietante. Não há como não voltar várias páginas para confirmar que tudo foi aproveitado e absorvido. Empolgante, nunca tinha visto nada igual!
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Diane 23/04/2019

Literatura diferente
Essa foi a minha primeira experiência com a literatura oriental, e apesar de achar um pouco diferente, achei bacana e criativa.
O escritor Shahriar Mandanipour entra como personagem da sua própria história, e cansado dos tantos problemas que acontecem cotidianamente no Irã, resolve escrever uma história de amor. Mas como escrever uma história em um país onde o simples tocar ou pegar na mão é motivo de escândalo e atentado ao pudor?
Sara e Dara são os personagens deste romance complicado, censurado em diversas linhas. Acho muito interessante que o autor dá vida aos personagens, ao ponto de interagir com eles, como se Dara ganhasse vida e tomasse atitudes em relação a Sara que o próprio escritor sabe que não é o certo.
A escrita não é tão diferente assim, mas por não estar familiarizada, em alguns momentos achei o livro cansativo, porém indico demais a leitura dele.
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Mayra 07/01/2016

Literatura iraniana e pós-moderna
Aqui no Brasil nosso contato com literatura do Oriente, em especial do Oriente árabe, é escasso e complicado. São poucas as editoras que traduzem este tipo de livro e há pouca procura por eles no mercado, o que desencadeia em pouca oferta. Com raras exceções, como “O livro das mil e uma noites”, não conhecemos sobre a literatura do outro lado do mundo. Em nossas escolas nos é ensinado sobre a literatura Ocidental, assim sendo sabemos a trajetória da história da literatura e conhecemos os seus gêneros, mas, salvo exceções, não há exemplos de autores orientais. É como se o mundo inteiro se reduzisse àquilo que é produzido na Europa e na América. Só que no resto do mundo também há literatura, história, geografia e obras de arte em geral. E é muito bacana que a gente tenha a oportunidade de entrar em contato com essas coisas, pois passamos, inclusive, a nos entender melhor enquanto “Ocidente” (se é que ainda pode-se considerar que haja alguma unidade subentendida no termo).

Tive acesso ao livro de Shahriar Mandanipour, publicado em 2009 pela editora Record, por um mero acaso. Nunca tinha ouvido falar, nem do autor, nem da história e o máximo que sabia sobre literatura iraniana era a história em quadrinhos Persépolis. Mas, como tenho estado muito interessada em desbravar lugares do mundo em que ainda não pude ir com minhas pernas através da literatura, resolvi comprar o livro. E me surpreendi.

O autor se utiliza do pós-modernismo para compor a história, o que significa que ela é polifônica. Uma história polifônica é aquela em que a voz do próprio autor é trazida para o livro. Não é como nos livros em que há um narrador em terceira pessoa, mas ele é também ficcional. Com a polifonia, permite-se que o narrador em terceira pessoa seja o próprio autor do livro. Então há trechos como “não sei porque razão Dara agiu assim, ele ultrapassou a minha potencialidade como escritor” e outros como “Dara não queria fazer isso, mas sou eu quem escreve a história”. Esse artifício proporciona ao leitor uma dupla experiência, pois além de acompanhar a história de amor que é narrada no livro, é possível também acompanhar a história sobre como Mandanipour constrói o livro e os percalços que passa para conseguir sua publicação. Dessa forma, o livro fica potencialmente mais interessante.

A história de amor apresentada é sobre Sara, uma jovem que tem cerca de 24 anos e estuda literatura em um país onde a maior parte dos livros é censurada, e Dara, que tem cerca de 30 anos, um passado que envolve perseguição política e é apaixonado por cinema, mesmo vivendo em um país onde todos os filmes que passam são previamente censurados. O narrador da história é o próprio autor, como já citado, e em seu núcleo há o sr. Petrovich, que é o chefe do departamento de censura do governo. Há outros personagens na história, mas o destaque vai para o anão que, de um jeito inusitado, permeia toda a narrativa.

Repleto de cenas marcantes e entusiasmadas, mostrando um lado do Irã que dificilmente seria passado por governistas ou ainda pela mídia comum e apresentando com maestria uma história que aplica a polifonia, Shahriar Mandanipour nos mostra que a literatura contemporânea do Irã vai muito bem, obrigada. E nos incita a buscar outras de suas histórias que são incrivelmente malucas e originais.

site: http://ancoragem.org/quando-o-ira-censura-uma-historia-de-amor/
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