Resenhas - História de quem foge e quem fica

Raony 04/10/2017

Tem livros bons com títulos ruins. Poucos imaginativos no mínimo. Anna Karênina. Grandes coisas. Livrão, mas título meh. Só que livro ruim com título bom ainda não conheci.

Gabriel García Márquez. Melhor titularizador não há. "Cem anos de Solidão", "Crônica de uma morte anunciada", "A incrível e triste história de Cândida Erundina e sua avó desalmada". Aprende Tolstói.

A Ferrante já sabe. Livros bons com títulos bons. São títulos misteriosos. Mas os títulos não são bons por si, são bons depois que você termina o livro. E o mistério continua.

A amiga genial. Parece óbvio. A Lila é genial mesmo. Dai pow. Inverte. Quem é a amiga genial?

História do Novo Sobrenome. Qual? Carracci? Cerullo? Ariota?

História de quem foge e de quem fica. A Lenu foge e a Lila fica. Mas a Lila também foge, de certo modo. Então a Lenu foge e Nápoles fica? Bem, a Lenu definitivamente foge. Ou não? Quem foge do que e pra onde? Quem fica? Com quem? Aonde?

História da menina perdida. Esse é a Lila, só pode. Mas a Lenu não está perdida também? Pelo menos meu respeito e admiração ela perdeu nesse penúltimo livro. Francamente.

Pensando bem, esses títulos são tudo sobre a própria autora. A menina perdida? Ela que ninguém sabe quem é. Ela que foge e ao mesmo tempo fica, pois se esconde, mas tá lá. O novo sobrenome? Não só sobrenome, como nome também, o pseudônimo. A amiga genial? Aí sim, sem dúvidas: Elena Ferrante.

Pêpe 30/12/2023

Amoooo
No terceiro volume da série napolitana, Elena Greco e Lila Cerullo, chegam a fase adulta.
Lila que era considera uma menina prodígio, inteligente, agora vive as amarguras de uma vida difícil, tendo que trabalhar duro em uma fábrica, depois de tomar decisões precipitadas.Lila se separa do marido, tem um caso de amor com Nino, que some e aparece quando quer.
Já Elena, rompe com a família e com a pobreza e o bairro violento de Nápoles, completou o ensino médio e foi fazer faculdade, tornou-se uma escritora famosa, se casou com um professor universitário de uma família rica e tradicional, torna-se mãe e tenta conciliar seu papel de dona de casa, esposa mãe e escritora, mas o desejo de continuar ativa e intelectual é bem forte em sua vida.
Mesmo morando longe, Lila e Lenu se mantém unidas, mas sempre em conflito com os acontecimentos do cotidiano e sombras do passado.
Nino reaparece na vida da Lenu, em Florença e faz reacender todo o amor que ela tinha desde da adolescência, tirando totalmente seu foco e desestabilizando sua vida.
É uma história de amor, de relações familiares, de angústias de máfias de desafios.
Mais um volume maravilhoso de sua série.
Eu amei e recomendo.

-Koraline 24/01/2024

Ao contrário dos outros livros, essa história é muito mais focada na vida da narradora do que em Lila, e gostei bastante disso, o único problema é que só ficou realmente interessante depois que Elena se casa, o que acontece mais ou menos na metade do livro, antes disso não teve nada de importante, mas estou curiosa para o desfecho.

Thayna Cursino 13/11/2022

Para mim, esse livro foi o mais denso da série, em certos momentos me deixou com uma sensação de claustrofobia, principalmente em relação ao casamento da Lenu e as questões políticas abordados na história. Mesmo já adulta, a Lenu continua sendo uma sombra da Lila, a Elena é uma mulher brilhante, mas vive em função da aprovação da Lila, e eu vejo essa mesma repetição nas filhas da Lenu. Esse livro é recheado do típico esquerdomacho desnecessário, e apesar de toda obsessão que a Lenu tem pelo Nino, continuo achando ele um nojento. No final desse livro, me deu uma vontade de dar uns tapas na Lenu e gritar pra ela acordar, pq nao é possível ser tão burra assim. Só de imaginar que falta um livro para o encerramento da série, já me dá uma dorzinha no coração.

Bart 17/08/2021

História de quem foge e de quem fica
*Elena Ferrante*
Editora Biblioteca Azul, 2016 - 416 pág.
??
Bora falar de livro!!
E que livros essa mulher escreveu ?!
?????
Nos livros anteriores nos foi apresentada a "Infância, a Juventide",  e nesse nós temos "O Tempo Intermédio",
ou seja, aqui a inocência não tem mais espaço. A dinâmica  da narrativa também mudou, antes podia ser um pouco mais demorado, pelo romance, pela dor, agora... é como se a vida não permitisse ficar de "papo p/ar"... à medida que vamos envelhecendo precisamos correr atrás dos nossos objetivos, algo que é bem evidente nesse livro!!
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Lenu e Lila partem p/as batalhas da vida adulta, e o furacão que se forma das amizades, das relações sociais e dos interesses individuais.
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??Você homem, já parou p/se perguntar como é ser mulher num mundo comandado por homens???
Esse livro bate forte nisso, no envolvimento das causas sociais impulsionado pelas injustiças, do empoderamento através do conhecimento, do estudo...da maternidade... agora imagina esse conteúdo no contexto da década de 1970?! Nenhum homem vai conseguir trazer 1/3 do que as mulheres vem passando até hoje por nossa causa!!
??
Não é um livro "feminazi"... a narrativa embala o leitor num carinho, mas não deixa de mostrar e nos levar a refletir sobre!!
"Fruta que caiu", que livro!!
Indico demais!! Não dei spoilers!! ?
??
CONTINUEM LAVANDO AS MÃOS!
?? #lendotudo www.lendotudo.com.br ??

Marcianeysa 07/05/2021

Sensacional
Terceiro livro da série napolitana. Excelente, instigante, perfeito! Elena e Lila na sua melhor forma.

bruno 23/11/2023

MORRE PRAGA!!!!!!!
Não consigo entender como a Elena Ferrante conseguiu escrever essa bomba após o livro 2. Nesse livro damos sequência aos acontecimentos do final do livro passado e somos introduzidos a uma nova faceta da lenu.

Até agora, esse foi o livro mais desagradável de ler, sai odiando e estressado com tudo e todos. Sinceramente, não consigo falar uma coisa boa desse livro. Esse volume é focado em um background mais político, o que tornou a narrativa maçante e cansativa, o ritmo só se recuperou mais para o final do livro.

Sinto que nenhum outro personagem de algum outro livro que eu ler vai conseguir me irritar tanto quanto a lenu e os outros personagens desse livro, é uma sequência de decisões burras e de um mau-caratismo que é inegável.

Estou com medo do que o me espera no próximo livro, sinto que esse só foi o início do declínio da lenu, espero que ela aprenda com as decisões BURRAS que ela tomou.

Polly 30/10/2020

História de Quem Foge e de Quem Fica: já desisti da Lenu (#130)
Dois fatos resumem a minha experiência com o terceiro volume da tetralogia das Histórias Napolitanas: o primeiro é que eu amei o livro; o segundo é que eu consegui odiar ainda mais as suas protagonistas (como se isso ainda fosse possível). Lenu, que eu ainda acreditava que fosse ter alguma redenção, foi só mais dela mesma neste livro. Lenu é o que é. Mesquinha, invejosa e pequena. Nem o frescor da juventude, nem o contato com o feminismo conseguiram libertá-la dos fantasmas do passado. E o fato dela desprezar os próprios talentos e capacidades é a maior prova disto. Lenu foi minha decepção particular.

Diferentemente dos dois primeiros volumes, História de Quem Foge e de Quem Fica se dedica muito mais à vida de sua narradora. Lenu é a sua própria protagonista desta vez. Ainda que suas escolhas continuem se baseando nas de Lila, naquela sua velha obsessão doentia pela amiga, é a própria Lenu que ganha destaque, ela é a sua própria estrela. Lila até dá as suas caras e protagoniza cenas importantes (e difíceis), mas, não é ela que dita a história, que toma as rédeas. São as burradas, as inseguranças e os sofrimentos de Lenu que deixarão o livro envolvente (e frustrante ao mesmo tempo). E, de certa forma, isto pode até ser considerado um avanço. Lenu parece querer tomar conta da própria vida. Finalmente.

Mas, se tem uma coisa incrível neste livro, ela é a tradução perfeita e fiel da dor do “ser mulher”, da dor do “existir feminino” que a escrita carrega. Impossível não se identificar com algum sentimento, com alguma das frustrações dos inúmeros tipos de mulher que nos são apresentados nas páginas. Desde o medo de sexo que Lila sente por não querer ser mãe mais uma vez; desde o desespero de Gigliola por se sentir menos do que uma coisa nas mãos do homem que ama (e de todos os outros); até a frustração de Lenu com um casamento sem amor, sem prazeres; até sua frustração com uma maternidade simbiótica e parasita; tudo, simplesmente tudo, nos marca e toca, nos gerando uma identificação com a nossa própria história e com as das mulheres que nos rodeiam. É quase desesperador, é enojante. Elena Ferrante escreve sobre o pior lado de ser mulher.

E, embora eu não esteja nem um pouco curiosa sobre o que vai acontecer em seu quarto e último volume (já que eu desconfio muito bem no que tudo isso vai dar), só lendo mesmo para saber como acaba a história de amor e ódio dessas duas amigas. Sinceramente, espero que a maturidade traga a libertação que Lenu e Lila precisam (e merecem). No mais, apesar das várias raivas com as protagonistas, vale muito a pena a leitura da História de Quem Foge e de Quem Fica.

Rahrt 27/03/2021

"Talvez, diante do abandono, sejamos todos iguais."
É cru e denso, mas ao mesmo tempo é sensível. Ferrante esmiúça sentimentos no papel como se sangrasse cada palavra, consegue incutir o sofrer do amadurecimento da amizade de Lila e Lenu com uma franqueza arrebatadora. Ela mistura ainda mais tudo o que traz desde o primeiro volume. Simplesmente incrível.

Franciele 20/11/2016

Calmaria e Tempestade
Ferrante mais vez me surpreende nesse livro. Quando acho que já me acostumei a ela e que posso "prever" o que ela vai falar em seguida, vejo que na verdade não sei de nada, rsrs!
Esse livro tem tanta violência quanto os demais, mas por Lenu não estar no bairro as coisas em forma de notícia e o peso acaba sendo menor, mesmo que a situação seja "mais grave" que antes. Fascistas contra comunistas como pano do fundo, atentados, assassinatos e protestos. Tive a impressão de ele ser mais calmo e mais cotidiano, mesmo em meio a tempestade em que a Itália está vivendo.
Lenu e Lila são adultas, e esse livro compreende parte dos seus 25 - 30 anos (mais ou menos). Casamento, filhos e trabalho. Elas não estão tão próximas quanto nos outros dois. Lenu se casa e vai morar em Florença, enquanto as pessoas do bairro, continuam por lá.
Desde o final do segundo livro fiquei com muitas dúvidas, mas com uma certeza: Nino voltaria, e dessa vez seria pra fazer estrago. Uma parte de mim acredita cegamente nisso, mas a outra me lembra, "estamos falando de Ferrante e tudo pode acontecer". Então, não me arrisco a dar palpites!
Não sei você, mas eu tenho um problema grave com a Lila, desgosto muito dela, muito mesmo. E não sei se desgosto mais dela ou de Nino, cada hora um toma a frente, rs!
Acho os dois extremamente egoístas, dissimulados e inconsequentes. Tenho tanta empatia por Lenu que penso: "Por que se deixar levar os esses dois? Eles são horríveis". Acho Pietro um personagem simples, mas que desempenha papel importante, e ultimamente, concordo com ele quando diz que, Lila não ama Lenu, que na verdade a detesta pois gostaria de ter tido as mesmas oportunidades que ela. Que a amizade das duas pode ser rompida a qualquer momento, basta uma delas ter a coragem de falar umas verdades para a outra.
Esse parece ser um livro de transição, para um final que promete ser maravilho!

Larissa 27/05/2022

O espírito de Poltergeist mudou de personagem neste livro
Claramente o espírito da Lila baixou na Lenuccia neste livro. Ela tocou o zaralho em simplesmente tudo que tinha estabelecido pra ficar com o Nino???????? Vamos acompanhar o desfecho dessa história no quarto e último livro.

lorena 01/08/2022

Mesmos erros
Apesar de o livro se passar na vida adulta das personagens onde deveria ter uma certa estabilidade na vida das mesmas, elas estão fadadas a cometer os mesmos erros e isso me irritou muito nesse livro. Criei muito apreço pela construção da lenu durante o livro todo, pra ser jogado tudo pelo ralo no final. Ela sabe a natureza real do nino, sabe do que ele é capaz, sabe que ele é igual ao pai, mas largou tudo pra viver os mesmo erros. E lina apesar de a gente n ter tanto destaque na história dela nesse livro, me decepcionei pela relação dela com os irmãos solara indo contra todos os princípios construídos da personagem até então. Mas dou 5 estrelas pra esse livro justamente por conta desses erros, por que o objetivo dele no final das contas é esse, mostrar que somos humanos e que erros sempre vão acontecer.

Mariana113 31/05/2023

Intenso
O terceiro livro da série napolitana foi a experiência mais difícil de assimilar em decorrência da carga política empregada na primeira metade da narrativa. O ritmo dos acontecimentos e os fatos tornaram a leitura menos agradável que nos dois primeiros livros.

Essa parte da série foi mais focada na personagem principal Elena Greco. A amizade entre a Lenu e Lila ganhou pouca evidência, nos raríssimos momentos em que Lila apareceu o seu jeito enigmático não me cativou como antes.

Nessa etapa da vida da Lenu a autora trás à tona assuntos como maternidade, matrimônio e carreira profissional. O modo como a personagem lida com cada desafio e revés contribuiu muito para o seu crescimento dentro da narrativa.

A segunda parte foi o puro caos. Elena Ferrante me envolveu do jeitinho que eu gostaria com uma reviravolta bastante inesperada. No geral foi uma experiência muito bacana.

Mariana 07/12/2021

Como assim???
O que dizer sobre esse terceiro romance? Lila está cada vez mais distante e nos aproximamos cada vez mais de Lenu. E a minha vontade agora era de sacudir a Lenu e perguntar:"Mulher, o que você está fazendo???". Concordo que o casamento dela com o Pietro é péssimo: sem companheirismo, sem respeito, sem amor. Porém, deixasse ele e fosse viver sua vida com as meninas e sem aquela criatura do Nino!! Alguém gosta dele?? Esse homem é tóxico até dizer chega! Lenu, tão inteligente pra algumas coisas, mas tão inocente pra outras... Aguardando ansiosamente pelo último romance!

lauaras28 21/02/2022

Quase quatro estrelas
Eu me apaixonei pela história de Lenu e Lila, o que mais me encanta é ter um livro para cada fase de vida delas e isso ser retratado de uma forma tão real. Elas são adultas, a relação delas não será mais igual como quando eram crianças, as pessoas mudam e as relações também. Acho muito legal como Elena nos mostra isso.

Apesar de amar a história e o livro anterior ter sido o meu favorito da tetralogia, me decepcionei um pouco ao final dessa. Uma amiga minha parou de ler no segundo livro porque achou que Nino iria invadir a vida de Lenu de novo. Isso nem passou pela minha cabeça, Elena Ferrante não faria isso.

Mas fez! E as quase quatro estrelas foi por ver Lenu se entregar a um amor que acredito não valer a pena e passar por tudo o que Lila passou. Não que eu achasse bom o relacionamento dela com Pietro, mas Nino? Agora? Depois de tudo? Enfim, continuo curiosa pra saber aonde isso vai dar, mas desejando que Nino desapareça. Ninguém aguenta mais!