spoiler visualizarMarcos.Daniel 06/01/2022
É seu primeiro e único romance
Hoje comecei a ler o livro de Canek Sanchez Guevara, chamado '33 revoluções e 5 contos'. Nele, são contadas histórias em compassos de uma vitória antiga. Agarrões de agulha ritmados com o riscar dos discos. Nele, todos são discos riscados. As pessoas, que lutam e que sobrevivem, são discos arranhados. Repetitivos e manuais. O que me inspirou a comprá-lo foi mesmo o preço e o nome - Guevara- inconfundível. Canek é neto de Ernesto Che Guevara. Ele o conheceu antes de que as táticas guerrilheiras fossem colocadas em prática. Neles, há uma essência do que é conhecer a luta de defender o que lhes representa.
A leitura despertou minha curiosidade e me dispus a procurar saber melhor sobre esse autor. O que me levou a um programa mexicano chamado Cuadros Negros. Que apesar de apresentar poucas visualizações, trás debates dignos de serem colocados em ouvidos de todo o mundo. Pois a democracia, antes de tudo, precisa da justiça social para se fazer existir. Assisti à entrevista entre Canek e um homem chamado Roberto Zavala.
O segundo trata-se de um pai indignado que carrega a dor que só um pai entende - a de perder o filho. Essa dor se transformou em revolta, acendendo a fagulha da militância política na vida de Roberto, que o levou a fazer inúmeros protestos na Câmara do México e, até mesmo, a tomar posse do Senado mexicano. Sobretudo, ele não conseguiu o que queria: justiça. Os criminosos que causaram a morte do seu filho - sanguessugas corruptos e impiedosos - passaram impunes. Dos que disputavam para o cargo de governador, os três maiores estavam envolvidos no caso de corrupção que provocou a morte indigna do jovem Santiago, de apenas dois anos. Um dos três, apesar dos protestos, foi eleito governador.