Matheus Sousa 25/07/2020
Bom, bom
Esse e? o livro de Maio do nosso clube do Starnone. A leitura, entretanto, perdurou ao longo de Maio, Junho e comecinho de Julho, na?o em raza?o de alguma complexidade do livro, nos personagens, no enredo, mas porque na?o estava conseguindo me concentrar bem no que estava sendo contato. Uma histo?ria centrada em personagens na?o nomeados, localizado em um vilarejo pacato e desconhecido em uma e?poca indefinita e, so? talvez, ate? inexistente, completamente fora do tempo e das noc?o?es de espac?o a?s quais tendemos a creditar a realidade, fez com que preferisse deixar s obra decantando em um canto da estante para so? retoma-la? quando mais atento para os detalhes do enredo. Felizmente, funcionou. Em alguns dias consegui ler mais do que no me?s de junho inteiro
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Na obra, a autora nos faz seguir os passos de um museo?logo contratado para expor e catalogar uma uma se?rie de artefatos inusitados: objetos legados ao mundo, coletados cautelosamente pelos vivos restantes e protegidos como forma de um recordac?a?o da mais simples vida do vilarejo. Essa e? a obsessa?o da empregadora, uma velha exce?ntrica senhora que enxerga a vida filtrada por uma filosofia incomum. Todos os seus movimentos, e dos que esta?o ao seu redor, sa?o guiados por um almanaque que preve? das condic?o?es clima?ticas ao que vestir depois de uma longa convalesce?ncia. Essa e? uma histo?ria de miste?rio, um ama?lgama de suspense policial com pitadas de espiritualidade, que flui do bizarro ao elegante, do louco ao racional. Pura ficc?a?o oni?rica
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Da montagem do museu, direta ou indiretamente, surgem exploso?es na da prac?a central, assassinatos crue?is, o brotar do amor e do cuidado, a compreensa?o do sile?ncio. Contudo, a profusa?o de narrativas desnorteia, na?o a ponto de perder o fio da histo?ria, mas o suficiente para deixar os fatos enovelados e diminuir o peso da proposta da histo?ria. Muita coisa fica para as u?ltimas pa?ginas, em 50 delas acontece mais coisa que no livro inteiro. Queria menos descric?a?o da neve e mais sobre a cultura local, brevemente apresentada. Um livro bom, mas que desperdic?ou boa parte de seu potencial