O Museu do Silêncio

O Museu do Silêncio Yoko Ogawa




Resenhas - Museu do Silêncio, O


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José Vitorino 31/03/2018

A medida do homem.
Esse não é um texto simples, e isso não significa que seja, tampouco, complexo; tem suas linhas grotescas, mas verossímeis. Yoko Ogawa busca, inicialmente, o estranhamento com suas passagens corpulentas, linhas duras, conceitos feios e proposta indelével, sempre por meio da primeira pessoa — talvez sua maneira de nos aproximar mas também de manter a distância de um braço —, sem muitos artifícios de estilo ou de língua. Depois, fura a membrana do bizarro com seus dedos estratégicos, nos apresentando seu lado otimista.

Antes disso, é também sobre reducionismo: de tudo que se precipita grande ante nós sem a devida comensuração; da formatação do esquecimento em diversas novas fórmulas; da morte enviesada nos becos da nossa angústia; do sentimento de impotência perante a vida não manipulável que nos fragmenta e cuja iminência nos retorce em sombras humanas. É fluído, fácil e até palatável no estilo, mas esconde — e nos cabe a perseverança em buscar — dentro de si certas percalços subjetivistas, e isso, acreditem, é um mérito.
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Kellys 27/06/2022

O museu das surpresas
Muito diferente de tudo que eu já havia lido, gostei da história de um jeito diferente, gostei de ter ódio, gostei de achar que era algo e não saber se realmente era, gostei dos personagens não terem nomes kkkkk isso me deixou perdida pq achei que tinha perdido a parte dos nomes até descobrir que não tinham mesmo. Memórias de pessoas simples, porém que trazem uma grande história, histórias essas tão intrigantes que deixam o museu mais fantástico ainda.
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Ramon Diego 16/05/2022

Um museu onírico
Não pude não pensar que esse romance da Yoko Ogawa é uma metáfora sobre o esquecimento. O ambiente do enredo já pressupõe a metáfora, nele há bisões (animais fictícios), fantasmagorias e um suspense que parece beber da atmosfera do sonho. Que sonho é esse? Será que há a possibilidade de um museu da existência, que aprisione e presentifique os desejos e esperanças dos que já se foram? Qual o perigo de um museu assim? Nessa espiral de reflexões, à la Murakami (só que bem melhor), Ogawa me lembrou muito a tradição de um japão calcado na valorização do homem no tempo e da sua relação com a natureza como aquele que não pode ser pensado distante dela, sujeito à decomposição, transformação e transcendentalismo. Gostei muito, recomendo, mas prefiro ainda o "Hotel Íris", da mesma autora.
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Taki 23/02/2021

Silêncio
O Museu do Silêncio é como um mar de memórias que você mergulhará de um jeito e sairá de outro. Surpreendeu-me positivamente.
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Matheus Sousa 25/07/2020

Bom, bom
Esse e? o livro de Maio do nosso clube do Starnone. A leitura, entretanto, perdurou ao longo de Maio, Junho e comecinho de Julho, na?o em raza?o de alguma complexidade do livro, nos personagens, no enredo, mas porque na?o estava conseguindo me concentrar bem no que estava sendo contato. Uma histo?ria centrada em personagens na?o nomeados, localizado em um vilarejo pacato e desconhecido em uma e?poca indefinita e, so? talvez, ate? inexistente, completamente fora do tempo e das noc?o?es de espac?o a?s quais tendemos a creditar a realidade, fez com que preferisse deixar s obra decantando em um canto da estante para so? retoma-la? quando mais atento para os detalhes do enredo. Felizmente, funcionou. Em alguns dias consegui ler mais do que no me?s de junho inteiro
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Na obra, a autora nos faz seguir os passos de um museo?logo contratado para expor e catalogar uma uma se?rie de artefatos inusitados: objetos legados ao mundo, coletados cautelosamente pelos vivos restantes e protegidos como forma de um recordac?a?o da mais simples vida do vilarejo. Essa e? a obsessa?o da empregadora, uma velha exce?ntrica senhora que enxerga a vida filtrada por uma filosofia incomum. Todos os seus movimentos, e dos que esta?o ao seu redor, sa?o guiados por um almanaque que preve? das condic?o?es clima?ticas ao que vestir depois de uma longa convalesce?ncia. Essa e? uma histo?ria de miste?rio, um ama?lgama de suspense policial com pitadas de espiritualidade, que flui do bizarro ao elegante, do louco ao racional. Pura ficc?a?o oni?rica
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Da montagem do museu, direta ou indiretamente, surgem exploso?es na da prac?a central, assassinatos crue?is, o brotar do amor e do cuidado, a compreensa?o do sile?ncio. Contudo, a profusa?o de narrativas desnorteia, na?o a ponto de perder o fio da histo?ria, mas o suficiente para deixar os fatos enovelados e diminuir o peso da proposta da histo?ria. Muita coisa fica para as u?ltimas pa?ginas, em 50 delas acontece mais coisa que no livro inteiro. Queria menos descric?a?o da neve e mais sobre a cultura local, brevemente apresentada. Um livro bom, mas que desperdic?ou boa parte de seu potencial
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Val Alves 27/02/2021

O melhor desse livro é o título
Um museólogo é contratado para participar de um projeto de construção de um museu numa cidadezinha afastada por uma idosa muito ranzinza. Durante o projeto ele se hospeda na casa da idosa e descobre que se trata de um trabalho muito inusitado,  pois a ideia é criar um museu com objetos de moradores da cidadezinha que faleceram lá.  Segundo a senhora essa seria uma forma ser preservar a memória dessas pessoas.
O detalhe interessante é que os objetos coletados pela velha senhora na verdade foram roubados das vítimas por ela. E como ela agora já está muito debilitada devido a idade, ela passa a missão de coletar os objetos para o museólogo, que conta com a ajuda da filha adotiva da idosa para conseguir os materiais.
Confesso que tinha maiores expectativas sobre o livro e alguns trechos permaneceram inexplicáveis devido a inverossimilidade me causando certo desconforto. Porém ainda assim valeu a pena conhecer a obra. A escrita da Yoko é limpa, despretensiosa, sem detalhes desnecessários e por isso a leitura flui confortavelmente.
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Matheus 05/02/2021

Sobre segredos e despedidas
Como encontrar sentido nas despedidas? Trabalhando com registros de morte e objetos de recordação, o museólogo descobre nessa situação tão incomum uma forma de desenvolver o seu trabalho. É missão de um "estrangeiro" lidar com uma velha que quer construir um museu para os antepassados da cidade.
A ascese do silêncio representa aqui a consumação das vidas. Uma partida eterna para onde não mais ecoa vivacidade. Cada morador da cidade tem um único objeto insólito que represente a sua vida.
Dessas premissas surge o Museu do Silêncio. Uma história de apego, mas também de adeus. Repleta de simbologias do ciclo da vida. Que segredos guardam a vida desses moradores?
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alexpizziolo 12/01/2023

Intrigante
O livro desperta um fascínio de quem está lendo pelos personagens, suas motivações e atitudes. É tudo narrado com naturalidade, mas há um véu de mistério sobre cada um deles. O museólogo, a velha, a menina, o jardineiro, a criada são tão únicos no papel que desempenham na história que não precisam nem de nome. Yoko Ogawa é extremamente sensível em seu retrato sobre o luto, a experiência da memória e ao mesmo tempo constrói um suspense excitante tanto nas cenas de "coleta" quanto no clima geral do romance. O final não poderia ser diferente.
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Heloise 13/07/2020

Ótimo livro! A leitura é tranquila e a história é original e envolvente
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JAlia621 23/05/2024

Uma leitura maravilhosa
Sou suspeita para falar sobre esse livro, porque amei de um jeito que não consigo explicar.

A escrita é extremamente flúida e agradável, de um jeitinho que não dá vontade de parar de ler. Os personagens, mesmo que não sejam muito explorados, são cativantes e conseguem criar uma certa conexão com o leitor, ainda que suave. No início, pensei que o fato de não possuírem nomes faria com que se tornassem distantes do leitor, mas para mim causou o efeito oposto, pois a falta desses nomes me fez focar ainda mais em suas características e ações.

Gostei muito que os personagens não existem somente para cumprir o objetivo do livro. Eles têm vida, manias, gostos e angústias que não giram em torno do enredo central (o que não é muito comum em livros desse estilo).

Comei a leitura sem muita expectativa, mas amei cada momento da narrativa.
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