Fabio Martins 07/08/2015
A mulher do próximo
Falar sobre sexo e seus derivados sempre foi um tabu na sociedade. O tema, tão delicado e natural, sempre ficou na periferia dos assuntos principais e importantes e muitas vezes foi considerado sujo e desonesto. Para a maioria das pessoas é algo que deveria ficar à margem da sociedade.
Em 1980, o ícone do jornalismo e um dos responsáveis pelo new journalism, Gay Talese, chocou a sociedade americana e mundial com o lançamento do livro A mulher do próximo. Pela primeira vez o assunto que sempre ficava no submundo da literatura foi escancarado à população por um autor de renome internacional.
No livro, Talese aborda a sexualidade do início do século 20 até a era antes do surgimento da AIDS nos Estados Unidos. Ou seja, obra vai desde as publicações eróticas ou pornográficas proibidas por lei e seus autores ou distribuidores infringentes até o final dos anos 1970, em que os movimentos libertários e o surgimento dos hippies representando o amor livre colocaram o país em um novo nível de discussão e aceitação do tema.
Diversas histórias verídicas são abordadas na obra, a maioria delas de anônimos, que conviviam normalmente em meio à sociedade americana. Sem esconder as identidades dessas pessoas, Talese conta suas experiências sexuais vividas. É o exemplo do típico casal conservador John e Judith Bullaro, em meados dos anos 1960. John, homem sério, bem-sucedido e trabalhador, se envolve com uma colega de trabalho muito mais direta e livre sexualmente ao que ele estava acostumado. Após algum tempo, para o desespero de John, essa colega convidou o casal para reuniões particulares na casa dela e de seu marido. Aos poucos, os Bullaro passam a integrar um grupo de sexo livre e John vê sua esposa escapar entre seus dedos e sua família se desintegrar, fugindo das normas tradicionais da sociedade.
Talese também conta a história de Hugh Hefner, fundador da Playboy e uma das maiores celebridades do século 20, vivo até hoje. Hefner cresceu em uma religiosa e conservadora família e sempre fora muito tímido. Aos 23 anos, vivendo em um casamento infeliz, o jovem visionário arrisca tudo e funda a revista Playboy, chocando a sociedade de então. Devido à qualidade da revista, das fotos e a ânsia da sociedade americana em se libertar desse puritanismo, a publicação foi um sucesso e o crescimento de sua fama fortuna foi rápido.
Para escrever essa obra concisa e detalhada, Talese precisou de anos para concluir o livro. Além das pesquisas quase infindáveis e centenas de entrevistas feitas, o autor também foi a fundo na questão do livro e participou como testemunha ocular das histórias relatadas. Frequentou os grupos de sexo livre, trabalhou por certo tempo como recepcionista em casas de massagem, onde as massagistas ofereciam “serviços extras” aos clientes e frequentou praias de nudismo. O livro é um resultado consistente de muito trabalho e possui uma narrativa atraente, receptiva e que puxa atenção do leitor do começo ao fim, como em todas as obras de Talese.Falar sobre sexo e seus derivados sempre foi um tabu na sociedade. O tema, tão delicado e natural, sempre ficou na periferia dos assuntos principais e importantes e muitas vezes foi considerado sujo e desonesto. Para a maioria das pessoas é algo que deveria ficar à margem da sociedade.
Em 1980, o ícone do jornalismo e um dos responsáveis pelo new journalism, Gay Talese, chocou a sociedade americana e mundial com o lançamento do livro A mulher do próximo. Pela primeira vez o assunto que sempre ficava no submundo da literatura foi escancarado à população por um autor de renome internacional.
No livro, Talese aborda a sexualidade do início do século 20 até a era antes do surgimento da AIDS nos Estados Unidos. Ou seja, obra vai desde as publicações eróticas ou pornográficas proibidas por lei e seus autores ou distribuidores infringentes até o final dos anos 1970, em que os movimentos libertários e o surgimento dos hippies representando o amor livre colocaram o país em um novo nível de discussão e aceitação do tema.
Diversas histórias verídicas são abordadas na obra, a maioria delas de anônimos, que conviviam normalmente em meio à sociedade americana. Sem esconder as identidades dessas pessoas, Talese conta suas experiências sexuais vividas. É o exemplo do típico casal conservador John e Judith Bullaro, em meados dos anos 1960. John, homem sério, bem-sucedido e trabalhador, se envolve com uma colega de trabalho muito mais direta e livre sexualmente ao que ele estava acostumado. Após algum tempo, para o desespero de John, essa colega convidou o casal para reuniões particulares na casa dela e de seu marido. Aos poucos, os Bullaro passam a integrar um grupo de sexo livre e John vê sua esposa escapar entre seus dedos e sua família se desintegrar, fugindo das normas tradicionais da sociedade.
Talese também conta a história de Hugh Hefner, fundador da Playboy e uma das maiores celebridades do século 20, vivo até hoje. Hefner cresceu em uma religiosa e conservadora família e sempre fora muito tímido. Aos 23 anos, vivendo em um casamento infeliz, o jovem visionário arrisca tudo e funda a revista Playboy, chocando a sociedade de então. Devido à qualidade da revista, das fotos e a ânsia da sociedade americana em se libertar desse puritanismo, a publicação foi um sucesso e o crescimento de sua fama fortuna foi rápido.
Para escrever essa obra concisa e detalhada, Talese precisou de anos para concluir o livro. Além das pesquisas quase infindáveis e centenas de entrevistas feitas, o autor também foi a fundo na questão do livro e participou como testemunha ocular das histórias relatadas. Frequentou os grupos de sexo livre, trabalhou por certo tempo como recepcionista em casas de massagem, onde as massagistas ofereciam “serviços extras” aos clientes e frequentou praias de nudismo. O livro é um resultado consistente de muito trabalho e possui uma narrativa atraente, receptiva e que puxa atenção do leitor do começo ao fim, como em todas as obras de Talese.
site: lisobreisso.wordpress.com