A mulher do próximo

A mulher do próximo Gay Talese




Resenhas - A Mulher do Próximo


8 encontrados | exibindo 1 a 8


Jéssica Amorim 28/08/2009

Jornalismo literário nota 10
O autor é um jornalista que decide contar a história do comportamento sexual norte-americano nas décadas de 60 e 70 através das próprias pessoas que fizeram a história na época: as pinups, as modelos de revistas pornográficas, os casos que foram levados aos tribunais por atentado à moral e aos bons costumes, uma colônia de nudismo que defende o livre amor, as feministas, os donos das maiores revistas de nu como Playboy e Pentshouse, entre várias outras histórias.
Talese fez um trabalho primorozo de 9 anos de pesquisa de campo para esse relato literário que é uma obra prima do jornalismo literário mundial.
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Fred Cabala 19/09/2012

Apuração exaustiva
É o que define esse livro. Capacidade de observação incrível de Talese durante as entrevistas que fez no decorrer dos 9 anos de apuração. É quase difícil de acreditar que se trata de um "romance de não-ficção". Detalhes em descrições sobre clima, ambientes e semblantes fazem de A "Mulher do Próximo" uma experiência modelo de apuração jornalística.
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Vinicius 06/12/2012

Gay Talese não é um dos maiores nomes do new journalism em vão. Uma prova de arte (se me permitem o trocadilho) é A Mulher do Próximo. Recebi a recomendação desse livro junto com a ideia de que esta era a biografia de Hugh Hefner. A minha decepção foi contraditória: o livro é muito mais que isso.
Fazendo um papel de historiador, Talese traz os primórdios da revolução sexual com uma escrita ágil e fascinante. A cada capítulo surgem personagens que estão inseridos nessa fase histórica da libertação sexual norte-americana e é difícil não sentir fascinação pelas décadas de 50 e 60.
Não vou me apegar a detalhes aqui. Sou do tipo que odeia spoilers. Só posso recomendar, sinceramente, um dos melhores livros do Novo Jornalismo. Aos fãs de um bom romance de não-ficção, fica a dica.
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Marselle Urman 01/01/2018

Esclarecedor
Existem diversos teóricos da psicologia que defendem que a maioria dos males sócio culturais da humanidade deriva da incompreensão sobre a sexualidade. Se tomarmos isso como pressuposto, cada nação deveria ter um jornalista / historiador dedicado como Talese, fazendo uma obra como essa. Muita similaridade surgiria entre povos aparentemente díspares, e uma maior compreensão de certos comportamentos poderia ser revelada.

Esse livro passa dos primórdios da repressão social nos Estados Unidos, no dito combate à imoralidade, por Comstock que pretendia ser quase um inquisidor, pela história de Hugh Hefner e de como houve a transição da repressão de qualquer tipo de pornografia e expressão de sexualidade para a "liberalidade" dos tempos modernos.

Alguns aspectos históricos da repressão são flagrantemente chocantes, seja em sociedade ou mesmo intimamente. Como as mulheres suspeitas de disseminar doenças venéreas serem obrigadas a se vestirem de amarelo na Inglaterra de 1864; os dispositivos e supostas curas para a masturbação; o histórico do considerado crime da prática de sexo oral mesmo entre casais casados - que numa determinada época, no estado da Geórgia, poderia levar o praticante à prisão perpétua com trabalhos forçados ( ao passo que a zoofilia era punível com cinco anos de reclusão).

É fácil pintarmos um retrato também da repressão feminina, da imagem esperada pela sociedade e refletida no âmago das mulheres - isso porque estamos falando de uma sociedade supostamente cosmopolita e civilizada.
Na própria idealização da revista Playboy, Hefner define " a garota do vizinho". O leitor médio queria para si "uma mulher virginal, devotada, eternamente fiel. O que não o impedia de passar a vida desejando outras mulheres e possuindo-as mentalmente. Hefner cresceu numa América que dividia as moças em duas categorias : as 'boas', que não eram sexuais, e as 'más' que eram. Embora ele desejasse intensamente e sonhasse com as segundas, não poderia se imaginar romanticamente envolvido com elas."
Aqui estamos falando da década de 50. Mas o quanto a sociedade evoluiu, o quanto realmente aumentou o respeito às liberdades individuais nesses 70 anos desde então?

Talese fez um excelente trabalho, não apenas em sua profunda imersão e pesquisa de quase uma década, que ameaçou seu casamento entre outras retaliações sociais e profissionais. Também escreve muito bem, mesclando os fatos e dados históricos e casos jurídicos com as histórias de indivíduos que viveram a revolução sexual, de forma que a leitura das quase 500 páginas não é pesada.

Para quem tem algum interesse no tema, é uma leitura abrangente e esclarecedora, e leva à reflexão sobre diversos comportamentos sociais.

SP, 31/12/2017
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brendafpacheco 15/03/2022

Não é por acaso que Gay Talese é uma grande referência do jornalismo literário (ainda que ele não apoie o termo).

É impressionante como ele consegue reunir todo o conteúdo coletado ao longo de 9 anos de apuração em uma narrativa tão rica e envolvente.

O livro é bem grande, demorei um mês para terminar. Mas, mesmo ficando dias sem ler, permanecia a vontade de voltar à leitura e continuar a saber mais sobre o sexo na cultura americana nas décadas de 1960 e 1970.

O último capítulo é uma verdadeira surpresa, um presente.

Vale muito a pena!!
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Felipe B. Cruz 03/07/2013

Mestre do jornalismo
Gay Talese é um mestre do jornalismo. Este é, talvez, um de seus melhores trabalhos. A investigação que ele faz dos costumes sexuais americanos na primeira metade do século 20 é fantástica. Recomendo fortemente a leitura. Vale cada página.
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Victória Silva 04/04/2023

Inimaginável
Gay Talese é um repórter sem igual.

Em ?A mulher do próximo? ele nos apresenta a um cenário difícil de imaginar: um Estados Unidos puritano e dominado pela censura.

Só para ilustrar, a pena por fazer/receber sexo oral era maior do que por abusar sexualmente de um animal.

Esse é o cenário do livro que conta, entre outras coisas, como nasceu a milionária Playboy.

Importante dizer que a escrita de Talese é diferente do jornalismo tradicional e, às vezes, se confunde com a literatura. Leia de mente aberta para a história e também pra ele.
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Fabio Martins 07/08/2015

A mulher do próximo
Falar sobre sexo e seus derivados sempre foi um tabu na sociedade. O tema, tão delicado e natural, sempre ficou na periferia dos assuntos principais e importantes e muitas vezes foi considerado sujo e desonesto. Para a maioria das pessoas é algo que deveria ficar à margem da sociedade.

Em 1980, o ícone do jornalismo e um dos responsáveis pelo new journalism, Gay Talese, chocou a sociedade americana e mundial com o lançamento do livro A mulher do próximo. Pela primeira vez o assunto que sempre ficava no submundo da literatura foi escancarado à população por um autor de renome internacional.

No livro, Talese aborda a sexualidade do início do século 20 até a era antes do surgimento da AIDS nos Estados Unidos. Ou seja, obra vai desde as publicações eróticas ou pornográficas proibidas por lei e seus autores ou distribuidores infringentes até o final dos anos 1970, em que os movimentos libertários e o surgimento dos hippies representando o amor livre colocaram o país em um novo nível de discussão e aceitação do tema.

Diversas histórias verídicas são abordadas na obra, a maioria delas de anônimos, que conviviam normalmente em meio à sociedade americana. Sem esconder as identidades dessas pessoas, Talese conta suas experiências sexuais vividas. É o exemplo do típico casal conservador John e Judith Bullaro, em meados dos anos 1960. John, homem sério, bem-sucedido e trabalhador, se envolve com uma colega de trabalho muito mais direta e livre sexualmente ao que ele estava acostumado. Após algum tempo, para o desespero de John, essa colega convidou o casal para reuniões particulares na casa dela e de seu marido. Aos poucos, os Bullaro passam a integrar um grupo de sexo livre e John vê sua esposa escapar entre seus dedos e sua família se desintegrar, fugindo das normas tradicionais da sociedade.

Talese também conta a história de Hugh Hefner, fundador da Playboy e uma das maiores celebridades do século 20, vivo até hoje. Hefner cresceu em uma religiosa e conservadora família e sempre fora muito tímido. Aos 23 anos, vivendo em um casamento infeliz, o jovem visionário arrisca tudo e funda a revista Playboy, chocando a sociedade de então. Devido à qualidade da revista, das fotos e a ânsia da sociedade americana em se libertar desse puritanismo, a publicação foi um sucesso e o crescimento de sua fama fortuna foi rápido.

Para escrever essa obra concisa e detalhada, Talese precisou de anos para concluir o livro. Além das pesquisas quase infindáveis e centenas de entrevistas feitas, o autor também foi a fundo na questão do livro e participou como testemunha ocular das histórias relatadas. Frequentou os grupos de sexo livre, trabalhou por certo tempo como recepcionista em casas de massagem, onde as massagistas ofereciam “serviços extras” aos clientes e frequentou praias de nudismo. O livro é um resultado consistente de muito trabalho e possui uma narrativa atraente, receptiva e que puxa atenção do leitor do começo ao fim, como em todas as obras de Talese.Falar sobre sexo e seus derivados sempre foi um tabu na sociedade. O tema, tão delicado e natural, sempre ficou na periferia dos assuntos principais e importantes e muitas vezes foi considerado sujo e desonesto. Para a maioria das pessoas é algo que deveria ficar à margem da sociedade.

Em 1980, o ícone do jornalismo e um dos responsáveis pelo new journalism, Gay Talese, chocou a sociedade americana e mundial com o lançamento do livro A mulher do próximo. Pela primeira vez o assunto que sempre ficava no submundo da literatura foi escancarado à população por um autor de renome internacional.

No livro, Talese aborda a sexualidade do início do século 20 até a era antes do surgimento da AIDS nos Estados Unidos. Ou seja, obra vai desde as publicações eróticas ou pornográficas proibidas por lei e seus autores ou distribuidores infringentes até o final dos anos 1970, em que os movimentos libertários e o surgimento dos hippies representando o amor livre colocaram o país em um novo nível de discussão e aceitação do tema.

Diversas histórias verídicas são abordadas na obra, a maioria delas de anônimos, que conviviam normalmente em meio à sociedade americana. Sem esconder as identidades dessas pessoas, Talese conta suas experiências sexuais vividas. É o exemplo do típico casal conservador John e Judith Bullaro, em meados dos anos 1960. John, homem sério, bem-sucedido e trabalhador, se envolve com uma colega de trabalho muito mais direta e livre sexualmente ao que ele estava acostumado. Após algum tempo, para o desespero de John, essa colega convidou o casal para reuniões particulares na casa dela e de seu marido. Aos poucos, os Bullaro passam a integrar um grupo de sexo livre e John vê sua esposa escapar entre seus dedos e sua família se desintegrar, fugindo das normas tradicionais da sociedade.

Talese também conta a história de Hugh Hefner, fundador da Playboy e uma das maiores celebridades do século 20, vivo até hoje. Hefner cresceu em uma religiosa e conservadora família e sempre fora muito tímido. Aos 23 anos, vivendo em um casamento infeliz, o jovem visionário arrisca tudo e funda a revista Playboy, chocando a sociedade de então. Devido à qualidade da revista, das fotos e a ânsia da sociedade americana em se libertar desse puritanismo, a publicação foi um sucesso e o crescimento de sua fama fortuna foi rápido.

Para escrever essa obra concisa e detalhada, Talese precisou de anos para concluir o livro. Além das pesquisas quase infindáveis e centenas de entrevistas feitas, o autor também foi a fundo na questão do livro e participou como testemunha ocular das histórias relatadas. Frequentou os grupos de sexo livre, trabalhou por certo tempo como recepcionista em casas de massagem, onde as massagistas ofereciam “serviços extras” aos clientes e frequentou praias de nudismo. O livro é um resultado consistente de muito trabalho e possui uma narrativa atraente, receptiva e que puxa atenção do leitor do começo ao fim, como em todas as obras de Talese.

site: lisobreisso.wordpress.com
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