Caviar é uma ova

Caviar é uma ova Gregório Duvivier




Resenhas -


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Leslie Giménez 14/05/2017

Muito engraçado, muito bem escrito, muito ácido! Cada crônica é uma pequena pérola.. Adorei. Diz muito sobre nossos modos de vida contemporânea, e sobre o mundo e o Brasil de hoje do ponto de vista político e social.
Gregório é um grande cronista. Faz o que há de mais essencial no gênero da crônica com perfeição: pegar um fato extremamente banal e nos mostrar como aquilo, na realidade, quer dizer algo absolutamente maior e mais importante do que aparentava.
É um livro que apesar da tentação de lê-lo de uma só vez, deve ser degustado em pequenas doses, como as crônicas sempre devem ser degustadas. Devagar...
Além de ter um título absolutamente genial hahahahaha: bom humor é tudo.
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Henrique Fendrich 14/04/2017

A crônica ideológica de Gregório Duvivier
“Crônica não tem nada a ver com opinião, não tem nada a ver com dados e porcentagens, não tem nada a ver com tentar convencer ninguém de nada. Quando a crônica faz isso, corre o sério risco de virar um artigo” (Fabrício Corsaletti)

A citação é do próprio Gregorio Duvivier, amigo de Corsaletti, e parece revelar bem a diferença que existe no estilo dos dois cronistas. Isto é, Gregorio até confessa que “raramente” faz crônica, no sentido que Corsaletti entende o gênero, diz até que “queria fazer mais”, mas ainda é como “crônica” que as suas coletâneas são vendidas. A orelha da mais recente delas, “Caviar é uma ova” (Companhia das Letras, 2016), tenta se livrar desse problema filiando o estilo dos textos de Gregorio a uma suposta categoria chamada “crônica política”, que englobaria textos como os de Machado de Assis e Carlos Heitor Cony.

De fato, Gregorio não dedica o seu texto aos passarinhos que porventura pousam em seu parapeito. O seu texto, geralmente, está profundamente vinculado à realidade política do país. Mas, ao contrário de Machado de Assis, que escrevia crônicas “políticas” com tal ironia que, ao final, o leitor se perguntava de que lado ele realmente estava, Gregorio deixa claras as suas preferências ideológicas. A sua ironia tem endereço certo e é sempre identificada pelo leitor. E a auto-ironia, tão típica do gênero, parece estar ali, sobretudo, para mostrar que ele é humano como nós e por isso talvez o seu discurso faça mais sentido.

Afinal, é preciso que faça sentido, pois Gregorio quer convencer o leitor. O resultado é que, como previsto por Corsaletti, com muita frequência a crônica de Gregorio se assemelha a um artigo, sendo a crônica responsável apenas pelo ar engraçadinho do texto. É verdade que o seu texto é bastante revelador dos assuntos e das tendências em voga na sociedade, sobretudo nesses tempos de redes sociais, e que ele de fato pode ser visto como um cronista “do seu tempo”, mas isso teve como pena diminuir a dimensão literária daquilo que escreve. Parece que nesta seleção ele já não está mais tão inventivo quanto esteve em seu primeiro livro de crônicas, apesar de algumas experimentações (há crônicas de uma frase só).

E Gregorio é realmente bastante criativo, algumas piadas com que salpica as suas crônicas são realmente muito boas, mas elas não conseguem sustentar um texto que é predominantemente ideológico. Também é curioso que, nessa defesa de posições, ele às vezes tenha que se ver à volta com divergências entre as pessoas com que teoricamente concordaria. É o risco de quem opina bastante, mais cedo ou mais tarde irão aparecer as diferenças . A um espírito mais independente, é possível que a reclamação de Gregorio de que há certezas demais no Brasil pudesse abranger também as suas crônicas. E pode ser bem difícil que, dessa maneira, ele consiga convencer alguém que já não estivesse previamente convencido.

Poderia ser o caso de que, mesmo essencialmente política e opinativa, a crônica de Gregorio se inscrevesse na extraordinária tradição de um Nelson Rodrigues. Mas isso só seria possível com um estilo marcadamente forte e envolvente. Em Gregorio, a opinião ainda parece pesar mais do que o estilo.

Às vezes, no entanto, Gregorio também se cansa de falar em política e, em termos de crônica, é quando ele se sai melhor. Tem um fetiche especial por palavras, seus usos e significados, o que pode render bons textos. Gosta de falar também dos parentes, dos amigos, da ex-mulher e, nesses instantes, ele chega quase a ser lírico. Mas é certo que, se fossem apenas esses os textos, o seu sucesso seria bem menor.

site: http://rubem.wordpress.com
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ThelioFarias 07/02/2017

A verdade com humor e ironia
Duvivier é um dos talentos da nova geração. Nesse livro expõe passagens curiosas, análise perspicaz da situação do Brasil e outros fatos da história recente do país. Livro muito bem escrito, com ironia e humor.
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izabelaborges 26/12/2016

Vamos falar sobre política!
Duvivier, nesse livro, diz tudo o que muito brasileiro gostaria de dizer sobre o golpe. Fico feliz em saber que, apenas com a compra de um jornal, qualquer um pode ter acesso a opiniões tão sensatas sobre o cenário político atual (ele é colunista da Folha de São Paulo). Leitura leve, agradável e bem humorada de suas crônicas.
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Bruna 07/12/2016

Resenha: Caviar é uma Ova
Sou uma grande fã do Gregorio Duvivier (os leitores mais antigos do blog já estão carecas de saber), e quando descobri que ele iria lançar o seu mais novo livro "Caviar É Uma Ova", mal pude acreditar que era verdade. E para aumentar toda essa minha animação descobri que junto do lançamento do livro também teria um bate papo com o Gregorio, além de rolar uma sessão de foto e autógrafos. Fui uma das primeiras cinco pessoas que chegaram, e estava acompanhada dos meus dois amigos: Gabriel Herrera e Pedro Coelho. Acabou sendo um dia completamente incrível, poder conversar com um dos meus ídolos, a pessoa que me influenciou a fazer jornalismo justo no dia em que descobri que tinha passado no estágio que tanto queria. Isso só pode ter sido obra do destino.

"'Caviar é uma ova' reúne as melhores e mais interessantes crônicas publicadas por Gregorio Duvivier, um dos autores mais inventivos do Brasil na atualidade. Gregorio é ao mesmo tempo ator, roteirista, comediante, cronista e poeta, e este livro é uma versão impressa da multiplicidade única do autor. Transitando entre ficções, memórias de infância, artigos de opinião, militância política e exercícios de estilo, o conjunto final acaba marcado pela agudeza crítica. Em pouco tempo, Gregorio se transformou numa das vozes mais ativas da esquerda brasileira, tornando-se referência por conta de sua combatividade generosa, em que a inteligência é a principal arma."

O livro é uma coletânea de algumas de suas crônicas que abordam diferentes assuntos, que vão desde a política — dessa vez o teor político está mais presente e marcante do que em "Put Some Farofa" — até os estágios que você passa quando é assaltado. Nos textos Gregorio conta sobre sua família, a sua infância, sobre como é esquecido — faz questão de realçar que a culpa não é da maconha, ela apenas não ajuda — e sobre antigas paixões.

Até mesmo a polêmica crônica sobre a Clarice está presente no livro. Esse foi um texto que dividiu os leitores, alguns acharam que ele foi perseguidor e abusivo, outros avaliaram como um lindo texto de amor e para outros foi apenas uma questão de marketing para o seu novo filme que estava estreando. Sinceramente, não fico pensando qual foi o intuito dele ao escrever, pois em uma sociedade intolerante em que vivemos é bom ver alguém recordando de um grande amor que teve. O mundo precisa de mais amor, por favor. Sem contar que ele escreve super bem, isso não tem como negar.

"Qual é o papel do opressor na luta do oprimido? Não faço a menor ideia — mas a discussão me fascina. Suspeito que a palavra chave seja empatia. Sentir dor pela dor do outro é o que nos faz humanos — também é o que nos faz ser chamados de hipócritas, demagogos, esquerda-caviar. Humanidade é um crime imperdoável."

Gregorio é um cara que consegue pegar qualquer tema, por mais simples que seja, e consegue transformar em um ótimo texto, as suas palavras conseguem emocionar ao leitor (admito que sinto um pouco de inveja dele, gostaria de ter todo esse talento e criatividade). Até mesmo para abordar um assunto tão delicado como política — não são todas as pessoas que se interessam —, ele consegue fazer um bom trabalho e com uma grande dose de humor.

"Pense no lado bom: talvez o Brasil não seja um país intrinsecamente corrupto ou reacionário. Ou talvez seja. Isso a gente ainda não sabe. Pra isso seria preciso uma coisa inédita: democracia. Por enquanto, pra participar da festa, só com pulseirinha VIP de seis milhões de reais (mas relaxa que tem consumação)."

Posso ser considerada um pouco suspeita para falar das obras do Gregorio, mas acredito que seus textos têm uma grande qualidade e uma das coisas que eu mais amo é o fato dele brincar com as palavras, isso é mais recorrente nos seus livros de poemas, mas até mesmo em algumas crônicas é possível perceber esse jogo que ele faz. Acho que o único ponto negativo do livro é ele ser tão pequeno, acabei lendo muito rápido e já estou com aquele gostinho de "quero mais". Gregorio, é bom você não demorar para lançar outro livro para que eu possa ler e resenhar. #GregorioReparaEmMimJáResenheiTodosOsSeusLivros

E aqui estão as minhas crônicas favoritas:
1) Desculpa, São Paulo
2) O que aprendi com quem
3) Serhumanidade
4) Estágios do assalto
5) Empatia é quase amor
6) Minha avó Ivna
7) Lembrar de esquecer
8) Haters gonna hate
9) Calvofobia
10) Querido pastor
11) Aforismos para sabedoria de vida
12) O sequestro das palavras
13) Não se mate ainda, não
14) O que é que ele tem
15) Desculpe o transtorno, preciso falar da Clarice

site: http://escritorawhovian.blogspot.com.br/2016/12/resenha-caviar-e-uma-ova.html
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Natasmi Cortez 04/12/2016

Foi amor à primeira crônica. Eu não entendo nada de política, mas depois de ler esse livro a vontade era enorme de começar a estudar. Gregório é engraçado e inteligente, escreve com simplicidade sobre temas não tão simples. Carregado de ironia e ótimas sacadas, Caviar é uma Ova, é o tipo de presente que você quer dar para alguém ou receber de alguém. Me proporcionou gostosas gargalhas e momentos de intensa reflexão. Mudou em certos aspectos, meu modo de ver a vida e a sociedade e ainda estou tentando entender como isso foi possível em apenas 182 páginas. Suas convicções ficam claras com exemplos do dia a dia e fala abertamente sobre alguns temas polêmicos, o que é ser praticamente um herói nos dias de hoje. Posso não concordar com algumas coisas que li, mas o Gregório tem meu respeito. Não é fácil se abrir para o mundo com tanta sinceridade, e isso é o que não falta nas linhas desse livro.
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Kitty 10/11/2016

Olá netos
Gostei, de leitura suave, pois parece que ele está conversando. Acho que no futuro quando olharem para estes anos que estamos vivendo, o olhar do Gregório fará parte dos retratos da época.
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