Resenhas -

Paulo Silas 10/04/2017

Um livro dinâmico, crítico, reflexivo e jocoso: tudo isso proporciona ao leitor um prazer singular a cada linha lida.
São vários contos reunidos que permeiam pelos meandros do mundo jurídico, onde, de um modo próprio, histórias são construídas com o aparento fito de fazer denúncias críticas contra aquilo que se vê no âmbito do Direito. Ficção e realidade caminham juntas em "Contos Jurídicos: um dedo de prosa e um gole de justiça", rompendo até mesmo com aquela linha tênue que geralmente as divide.

Diversas situações daquele meio que diz pretender aplicar a justiça são retratadas nos contos da obra. A cada história, uma reflexão. Como mencionado, o livro transita entre contos mais críticos e mordazes, e aqueles mais jocosos que divertem e fazem rir. Daí o êxito do autor em construir uma obra sólida nesse sentido. Não há inocentes. Todas aquelas figurinhas carimbadas que transitam pelos corredores dos fóruns são retratadas no livro. Acusadores, defensores e julgadores: ninguém escapa. Nem mesmo o mocinho ou o bandido. Todos estão aqui, recebendo as devidas ponderações acerca de suas condutas. Afinal, o que mais vale: aplicar a justiça (e qual justiça?) ou ganhar o jogo?

O livro tem seu charme próprio. A escrita louvável e digna do autor contribui para a coesão da obra. Uma leitura mais do que agradável. Com os enredos que conduzem cada pequeno e grande conto, bem como a forma com que são contados, tem-se um resultado satisfatório. Um livro que merece ser lido.