Resenhas - A Comédia Humana

Rodrigo Arlindo 07/03/2024

A única leitura realmente interessante foi a novela "Gobseck". A história do avarento Gobseck é o retrato de um arquétipo presente em todas sociedades existentes: o velho avaro acumulador e pretenso burguês. Descrições precisas e diálogos ácidos permeiam na íntegra essa obra prima da especialidade de Balzac, o "esmiuçamento" das agruras e da mesquinharia da vida em sociedade.

Jacy.Antunes 03/10/2021

A mulher abandonada.
Balzac viveu 51 anos, mas teve tempo para criar o grande painel da vida francesa no século XIX : A Comédia da Vida Privada.
Em 2020 passei muito tempo na companhia de Hora e Bianchon, Lucien Rubempre, Eugene Rastignac, e claro, Gastón de Nevile e a condessa de Beauseant protagonistas de A Mulher Abandonada.

Mario Miranda 01/08/2018

O Início das Grandes Obras de Balzac
A Mensagem (1832) - Um conto que narra a história de um homem que após a morte de um jovem que acabara de conhecer em uma diligência, realiza a vontade deste em ir até o local onde mora sua Amante para narrar-lhe o ocorrido. Temos neste conto uma das primeiras vezes onde Balzac apresenta sua devoção a "mulher de trinta anos".

O Romeiral (1832) - Conto Balzaquiano, supostamente escrito em uma única noite, em que o suspense e a ausência de informação permeiam toda a narrativa. Uma mulher com dois órfãos vivem de maneira isolada em uma Casa de Campo intitulada "Romeiral". Após o falecimento da mãe e o trágico destino dos filhos, temos como pano de fundo o abandono Paterno, possivelmente pois o relacionamento era fruto de uma relação extraconjugal.

a mulher abandonada (1832) - Novela Balzaquiana, desta vez com o dramatismo peculiar do autor. A Personagem, após sofrer o abandono de seu pretenso amante, recusa diante das incansáveis investidas de um novo homem. Após aceitar o novo romance, o casal vive conjugalmente por anos, até finalmente o homem deixa-la para casar-se com uma mulher que fosse "digna de um casamento". Temos neste conto, novamente, a aparição da devoção a mulher no esplendor de sua idade, entre 30 e 40 anos. A melhor obra dentre as quatro iniciais.

honorina (1843) - Outra Novela em que a história é narrada por um terceiro, abordando a relação de um homem que permanece fiel à sua esposa, mesmo após esta o trair fugindo com um amante.

Beatriz (1838-1844) - Maior obra do livro, a qual Balzac dedicou-se mais de 05 anos para escrever-la. Ao contrário do que o nome sugere, o personagem principal da obra é Calisto, um jovem do interior da Bretanha, que se apaixona por uma mulher (Novamente em seus Trinta anos) suficientemente para abandonar todos os seus projetos pretéritos. Apesar do início ser uma narrativa longa, complexa, com vários recursos descritivos, Beatriz é uma obra magistral, superiora inclusive à "Mulher de Trinta Anos" contida neste volume.

Gobseck (1830) - Uma das mais surpreendentes obras de Balzac, apesar de sua pequena extensão. Gobseck, o Judeu Usurário mais frequente nas obras de Balzac, apresenta, ao contrário do nome do autor, muito mais uma narrativa do Advogado Derville, amigo de Gobseck, e a decadência das relações familiares de Camila, uma mulher que se casa por interesses e é levada, ao trair seu marido, a penhorar alguns bens para auxiliar o Amante. Balzac é um notável crítico do Capitalismo, sendo saudosista pelas relações Aristocráticas e, em pouquíssimas obras, como nesta Novela, ele deixa transparecer sua crítica a sociedade "burguesa".

A Mulher de Trinta Anos (1828-1844) - A obra mais renomada de Balzac, o que no caso não significa definitivamente sua melhor obra. A narrativa aborda as desilusões de uma mulher, Marquesa D'Aiglemont, que casa-se com um militar, aparentemente por amor e contra a vontade de seu pai, e conhece ao longo dos anos a desilusão de um relacionamento frio. Julia se imiscui em relacionamentos extraconjugais, inclusive o primeiro deles terminando de forma traumática.
A obra, escrita ao longo de mais de 15 anos, é dividida em 6 capítulos que pouco ou nada se assemelham entre si. Os personagens mudam dramaticamente sua Psicologia (ao passo que temos uma Julia fraca e submissa nos dois primeiros capítulos, imediatamente no próximo vemos uma mulher determinada e ambiciosa, sem nenhuma explicação diante desta notável mudança), ou a história perde o nexo de sequência (o capítulo 4 em pouco ou nada conversa com o restante da história), ou a protagonista simplesmente desaparece da narrativa (como no Capítulo 5). Existe diversas inconsistências na estrutura da história (erros de sequência/datação) que são magnificamente apresentados e discutidos por Paulo Rónai.
Se existem alguns triunfos da obra, o primeiro deles, discutido pelo próprio Paulo Rónai, foi a sobrevida que Balzac dá as mulheres na Literatura: até então os símbolos de beleza definiam as idades da mulher bela entre 15 a 20 anos, e Balzac praticamente dobra esta idade definindo como os 30 anos como o novo padrão de beleza feminino (prosseguindo com o que ele já iniciara em outras obras, como "A Mensagem" ou "Beatriz".
Se Sartre definiria "a casa dos 30 anos" como A Idade da Razão, Balzac no dá esta idade como a "Idade da Resignação" para as mulheres, quando acabam-se os encantos do Romantismo juvenil, aceitando os sofrimentos e aprendendo a dissimulá-los, superá-los.

site: https://www.instagram.com/marioacmiranda/?hl=pt-br

Gláucia 03/12/2015

A Comédia Humana - Volume 3 - Honoré de Balzac
Composta pelos seguintes títulos:
A Mensagem
O Romeiral
A Mulher Abandonada
Honorina
Beatriz
Gobseck
A Mulher de Trinta Anos

Achei essas obras bem medianas, nada que represente a genialidade do autor. Dentre essas minha preferida foi a novela Gobseck que nos apresenta esse personagem que aparecerá com mais destaque em outros títulos da CH.