O anticristo / ditirambos de Dionísio

O anticristo / ditirambos de Dionísio Friedrich Nietzsche




Resenhas -


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Otávio - @vendavaldelivros 01/10/2020

“Uma tal doutrina também não pode contradizer, ela não compreende que haja, que possa haver, outras doutrinas, não consegue imaginar um julgamento contrário”.

Ler o Anticristo em meio aos acontecimentos atuais pode ser encarado como jogar gasolina em uma fogueira de pensamentos. Um padre corrupto, uma pastora assassina, um suposto médium estuprador. Uma cena podre de pessoas condenando, baseadas em suas próprias crenças, uma menina vítima de um crime bárbaro como pecadora e assassina. Como ler uma crítica tão fundamentada da moral cristã e não se identificar? Como não enxergar, depois de tudo isso, que Nietzsche tinha razão? (Principalmente, como fazer resenha de um livro de filosofia, sem ser filósofo e sem falar besteira?)

Finalizado em 1888, O Anticristo só foi publicado em 1895 e sem o acompanhamento de Nietzsche, que havia sucumbido aos problemas psiquiátricos e perdido a razão em 1889. É uma crítica clara, concisa e uma condenação ao cristianismo, desde sua fundamentação teológica até sua estrutura hierárquica.

O ataque foca principalmente na figura de Paulo (ou São Paulo, para os íntimos), que Nietzsche acusa de ter sido o grande corrompedor da ideia central do cristianismo e de ter fundado, ele mesmo, uma religião que atendesse aos seus próprios pensamentos e a sua própria moral. A figura do sacerdote também é muito atacada por Nietzsche, que vê na posição um homem que se acha Deus, que modifica as estruturas sociais e a vida das pessoas ao seu prazer. Aliás, ele deixa bem claro que um dos males do cristianismo é exatamente a negação do prazer e da vida como um todo.

Em tempos onde a fé particular se sobrepõe à ciência na tomada de políticas públicas e que sacerdotes se tornam deputados, senadores e prefeitos, somos assombrados pela ignorância que cega e que mata todos os dias. Ainda que o cristianismo tenha em si pontos positivos e histórias dignas de nota, religião alguma deve ter o direito de modificar a vida daqueles que não a professam. A fé é especial e particular de cada um de nós, e deveria seguir assim. O bom cristão ensina no exemplo, não na autoridade, no medo ou na coação. Bons cristãos seguem o Cristo.

site: https://www.instagram.com/p/CEkmRYDn12p/
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gaturna 14/06/2022

livro interessantíssimo, ele joga umas verdades da história do cristianismo de forma bem direta e até agressiva, não é a toa que ele foi um escândalo na época. essa honestidade bruta sobre o cristianismo me fez entender coisas que eu já pensava da religião, não concordo com tudo que ele fala, mas é muito interessante ver o seu ponto de vista
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Misantropia 03/08/2023

Polêmico não é a toa
E de fato, ler e, acima de tudo, compreender a essência de Nietzsche não é pra qualquer um. Há de se ter, no mínimo, consciência da nossa real condição humana, a consciência de que nós somos o que somos. De crê que a vida não faz nenhum sentido e ao mesmo tempo faz todo o sentido do mundo.
???????
Compartilho de suas crenças e pensamentos. Sempre fez muito sentido pra mim. E creio que quem pensa o contrário (e isso vai soar extremamente arrogante, eu sei), vive no mundo da lua e se esconde por trás de ilusões. E não, Nietzsche não é a verdade absoluta, mas carrega grande parte dela.
???????
O Anticristo é uma crítica voraz à religião cristã, mas não a Cristo e ele discorre sobre o que muitos de nós pensamos. A leitura em si foi, em alguns momentos, um tanto densa, mas sempre muito clara e didática. Ler Nietzsche é progressivamente esclarecedor.
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Jeni 07/05/2021

"O antecristo e ditirambos de Dionísio."
O sol se põe: não terás sede por muito tempo, coração queimado!
Está no ar uma promessa, de bocas desconhecidas me vem um sopro, ? a grande frescura está chegando...
Meu sol pairou quente sobre mim no meio-dia: eu saúdo vossa chegada, ventos súbitos, frescos espíritos da tarde!
O ar corre alheio e puro.
Não me olha de soslaio e sedutoramente a noite?
Mantém-te, meu bravo coração!
Não te perguntes: por quê?
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