Ferferferfer 14/01/2022
Inesquecível
Quando me deparei com esse livro, fui em busca de saber mais sobre a autora. Pensei que me depararia com contos predominantemente eróticos, tópico que não me interessa nem um pouco. Fui ler achando que esse seria um livro para cumprir a cota de ler mais mulheres, o que ressalto que ainda assim, resultaria importante para mim.
Felizmente, me enganei. “Azul cobalto” inicia com um conto extremamente pungente, “Lídia”, que até agora me deixa pensativa. Ao decorrer do livro, você se depara com as mais diferentes temáticas: o sexo, o amor, o ódio, a violência, o abandono, o asco, tudo que pode caracterizar uma mulher. A linguagem é rica e bastante trabalhada, e há uma exigência considerável de atenção do leitor às descrições e associações tecidas ao longo dos contos.
Todas essas mulheres, nominadas ou não, abalam suas próprias narrativas, como na vida real também fazemos. É tudo muito maior do que o maniqueísmo de ser boa ou má, e isso Horta fez muito bem.