Ana 25/11/2017
Pequenas tragédias e dilemas cruéis
Os sete contos de O Elo partido e outras histórias, mostram personagens à mercê da tragédia, do absurdo, ou do insólito no cotidiano. Exemplo: O conto que mais me chocou e do que mais gostei foi Namorado Morto, que conta a história de uma menina reprimida por um sentimento não-correspondido por um colega de classe, e que não tem a menor chance de se declarar, pois uma tragédia ocorre em sua vida, deixando-a para sempre longe do objeto de seu amor. Esse conto é pra se ler com um nó de marinheiro na garganta, e curioso é que o Otto o escreveu de maneira tão familiar como se fosse ele próprio a menina, Doquinha.
No conto do título do livro, O Elo partido, vemos um homem pego por uma situação trivial que acaba se tornando um martírio: ele simplesmente fica refém do fato de ter desaprendido a dar nó na sua gravata! Pode parecer engraçado, mas a aflição do personagem dá agonia.
São contos para refletir, ao ler. Dão a impressão de que não existe nada mais surreal do que a própria realidade.
O engraçado é que li esse livro aos 8 anos, e já nessa época gostei demais.