Eugênia Grandet

Eugênia Grandet Honoré de Balzac




Resenhas - Eugênia Grandet


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Roarezito 13/03/2024

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"Não se pode ao mesmo tempo ser e ter sido"
"Mal se põem os lábios num cálice e já ele vazio está!"
Misericórdia profunda
Infortúnio da fome
Puro, suave e complexo*
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Procyon 22/02/2024

Eugénie Grandet ? Resenha
?Em certas cidades da província existem casas cujo aspecto inspira melancolia igual à provocada por claustros sombrios, charnecas desoladas ou ruínas tristonhas. [?] Esses traços de melancolia existem na fisionomia de uma casa situada em Saumur.? (p. 18)

Eugénie Grandet (1833) conta a história de uma jovem provinciana, filha de um rico e avarento vinhateiro de Saumur, dividida entre a paixão por seu primo parisiense e aristocrático ? que viera à cidade por recomendação de seu pai, que comete suicídio em razão de suas dívidas ? e pelo seu destino de dar continuidade a herança do Sr. Grandet, seu pai (tanto num sentido financeiro quanto moral, pois ela se torna tão avarenta quanto o velho vinhateiro, em razão das circunstâncias e da hostilidade do meio em que vive).

Nesta obra-prima da literatura moderna, Honoré de Balzac trata do tema da avareza exacerbada, traçando tipos clássicos que perpassam toda sua obra. Eugênia é descrita como uma moça doce, inocente e reclusa, e que ignora o estado miserável em que vive com e mãe e a fortuna do pai. Balzac aqui evidencia a mentalidade da época da Restauração, retomando seu estilo altamente descritivo, minucioso e pormenorizado, tanto dos aspectos físicos do ambiente e do cotidiano quanto psicológicos. Repleta de referências históricas, a obra de Balzac traz descrições que tem uma função narrativa, não sendo, portanto, meros artifícios que visem exibicionismos. Como uma espécie de cirurgião de seu tempo, Balzac observa a época e a sociedade em que vive como um objeto de experimento científico, tamanho o rigor em trazer um ambientação sombria e melancólica (?a casa de Saumur, casa sem sol, sem calor, sempre na sombra, melancólica, é a imagem de sua vida.?, p. 193) quanto a descrição pormenorizada das tipologias de cada personagem (?ele [Grandet] nunca visitava ninguém, não convidava ninguém nem oferecia jantares; nunca fazia barulho e parecia economizar tudo, até movimentos.?, p. 27).

?Agora é fácil entender todo o significado das palavras: a casa do senhor Grandet, casa sem cor, fria, silenciosa, situada na cidade alta e protegida pelas ruínas das muralhas. [?] A porta, de carvalho maciço, castanha, ressecada, com fendas por todo lado, de aparência frágil, era solidamente sustentada pelo seu sistema de tachões que representavam desenhos simétricos. [?] Pela gradezinha, destinada ao reconhecimento dos amigos nos tempos das guerras civis, os curiosos podiam perceber, no fundo de uma abóbada escura e esverdeada, alguns degraus deteriorados pelos quais se subia para um jardim pitorescamente delimitado por paredes espessas, úmidas, cheias de limo e tufos de arbustos mirrados.? (p. 31-32)

Balzac, além de pioneiro do realismo, ainda parece ser prenunciador de fortes personagens femininas da literatura moderna, grandes e tristes mulheres que perdem a ingenuidade ao serem moldadas pela sociedade. Influenciados pelo meio em que vive, os dois jovens primos, Eugénie e Charles, são praticamente obrigados a se modelarem de acordo com as convenções sociais.

?Entre as mulheres, Eugénie Grandet será talvez um tipo, o tipo dos devotamentos que, lançados em meio às tormentas do mundo, neles se engolfam tal como uma nobre estátua que retirada da Grécia, caia no mar durante o transporte e lá fique, para sempre ignorada.? (p. 201)
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Benício 13/01/2024

Que ódio do Carlos por ter magoado a Eugénia. Que ódio da Eugénia por não se permitir amar novamente. Como o próprio autor disse: Eugénia é qualquer coisa como uma estátua da Grécia, que cai no mar e é logo esquecida.
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Paulo 04/12/2022

Assim como com outros clássicos franceses, como os de Flaubert e Stendhal, esse, que foi meu primeiro Balzac, começou cansativo pela extensa e às vezes confusa descrição pormenorizada de "tudo". Sou detalhista, e é sempre admirável a criatividade e competência de criadores artistas quando criam detalhes, mundos e conexões muito bem pensadas (nunca li ainda Tolkien, que brincam que escrevia os detalhes de uma porta em duas páginas), mas algo nessas descrições francesas cansam, certamente que o vocabulário e a linguagem formal etc. das épocas têm parte nisso.
Li o livro de início muito devagar, demorei por causa do trabalho, até que decidi começar a ler toda manhã antes do trabalho e algumas vezes no metrô quando dava (ou quando conseguia trocar as músicas excitantes que ouvia por Vivaldi, para ao mesmo tempo ouvir música no caminho e conseguir ler), porque queria ler, e precisava, amo livros e atualmente trabalho numa livraria, preciso ler. Aí foi então que, felizmente, meu prazer embalou junto com esse novo ritmo de leitura, ainda parco, acho que foi a mistura disso, de tentar ler o máximo que eu conseguia junto com o texto talvez finalmente ficando mais interessante e cativante.

Algumas coisas são meio estranhas na narrativa/escrita, não sei se é sempre minha falta de entendimento, mas às vezes coisas pareciam sair de ordem (leia-se lógica), como certa vez em que um personagem estava trancada num quarto e outro personagem estava em outro quarto e de repente esse último meio que começa a falar com o primeiro, dando a entender que não havia mais, de repente, uma distância de portas e paredes entre eles. Há também uma hilária nota de rodapé que menciona que Balzac trocou a idade de certo personagem na segunda vez que o narrador a menciona no romance, "Balzac parece ter esquecido (...)", diz a nota.
No entanto, algo observado pela editora na contracapa do livro, que também li, depois da leitura do livro, como sendo algo trivial sobre Balzac e que eu notei na leitura e que me fascinou é sua descrição psicológica dos personagens, e não apenas sobre as emoções mais extremas. Essas observações, percepções e descrições são tão além da superfície, cirúrgicas e admiráveis que me admira mais ainda pensar que na época a psicologia nem existia como ciência definida (acho).

Enfim, à princípio o romance foi para mim maçante, depois passei a ficar muito interessado e sentir prazer na leitura. Os conflitos, a escrita e a história, apesar de menos polêmicos do que "O Vermelho e o Negro" (Stendhal) e "Madame Bovary" (Gustave Flaubert), me interessaram muito mais que esses outros clássicos franceses.
Quanto à edição, a capa, como deve ser de toda essa coleção de obras primas de bolso, é ridícula num nível de se perguntar como ninguém barrou essa porcaria em algum estágio da confecção do livro. Comprei esse e outro do Balzac, mesma coleção, por 5 reais cada na Estação da Luz (SP). Mas é da Martin Claret, uma editora conhecida pelo roubo de traduções e que hoje tem belíssimas e imensas edições de clássicos.
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Giovana.Rech 13/02/2022

Incrível
Esta obra escrita por Honoré de Balzac e publicada em 1833 trata do tema avareza e me pareceu incrivelmente atual. O livro não deixou margem para dúvidas em relação à tendência dos homens em serem seduzidos por esse pecado capital. O principal exemplo é extremo: um homem e pai de família obstinado pelo acumulo de bens e que mantém a esposa, filha e única funcionária em extremas privações de confortos. Ademais, a história se passa na cidade francesa Saumur, conta alguns hábitos dos respectivos habitantes, além de decorrer sobre a cultura interiorana e religião cristã. A moral da história nos sinaliza e relembra as informações que muitas vezes já conhecemos: a sabedoria está acima da esperteza no fim das contas e é um melhor alicerce para as decisões econômicas e também para as relações afetivas.
Particularmente, eu fiquei encantada. Recomendo muito a leitura!
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Andréia 05/11/2021

Boa leitura
Esse livro pra mim foi um misto de raiva e nojo... eu tenho abominação por ganancia e gente rica metida a pobre, e as imposições e o jeito que o Sr. Grandet tratava tanto a esposa, quando a filha, quanto as demais pessoas só me fez torcer para ele ter um fim DOLOROSO e realmente pobre... porém, achei que o fim dele foi excelente demais para a pessoa nojenta e mesquinha que ele era. Enfim, apesar do meu ódio pelo personagem, o livro e o enredo dele é ótimo, faz você ver até onde as pessoas podem ir por causa do dinheiro. Recomendo a leitura.
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Kevin 17/07/2021

novo rico eh uma merda
atual e muito interessante, revela o caráter manipulador e calculista de quem só se interessa em acumular capital.

é claro que esse não é o único tema presente no livro, mas pra mim é o principal e o mais interessante.
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Tha 31/12/2020

Grandet só a Eugênia
Gosto do estilo sarcástico e bem-humorado de Balzac de contar histórias.
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Ester8 27/09/2020

Ótimo
Achei o livro muito bom,porém por ser de uma época diferente,as palavras me forma um problema.
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Francisco 18/09/2020

Um pouco cansativo de ler...
Pensei em abandonar várias vezes. Mas li por completo. A história é chata e o final pior ainda.
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Francisco240 08/08/2020

Acho que gostei de você Balzac
É uma história intrigante e curiosa que vai além das suas supostas temáticas que vão sendo excrachadas ao decorrer do livro: amor lindo aparentemente impossível; a avareza de um pai que obviamente só conhece a linguagem monetária e desconhece a linguagem dos sentimentos.
Balzac foi me supreendedo a cada página com sua prosa poética; assim mantendo seu estilo único de escrita, que por sinal é uma das mais belas que já vi.
Eugênia Grandet é sem sombras de dúvidas uma das personagens mais "humanistas" dos clássicos, mesmo sendo uma beata quê, vai tendo uma crise de compaixão misturada a um amor puro, mas infantil, que lhe traz diversas quimeras que vai tornar sua vida transtornada até que preparem sua mortalha.
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