spoiler visualizarThales 15/09/2020
Basilar
Sentimentos conflitantes após o fim de "Os supremos". A história é sóbria, fluida e consegue inserir a imensidão de personagens e vários dilemas pessoais sem atrapalhar o ritmo da coisa toda. A adição do problema conjugal do casal Pym trás uma humanidade muito bem vinda, por exemplo. A arte é um deleite, trabalho brilhante do Hitch que ilustra com maestria o roteiro do Millar.
A obra, pra mim, peca essencialmente em dois aspectos: o primeiro é que ela é concebida basicamente como um Blockbuster, ela "entrega" um roteiro fechado que poderia tranquilamemte se tornar um filme do MCU sem tirar nem pôr - não atoa é a inspiração pros Vingadores do cinema. A verve por criar uma união épica para o supertime do universo Ultimate parece um tanto inorgânica, artificial demais, não sei; o segundo, consequência direta do primeiro, é a escalada completamente destrambelhada para a ameaça nuclear. A história fluía muito bem, complicações diversas, descobre-se a infiltração Chitauri no planeta e DO NADA os alienígenas desistem de "curar" a Terra e a gente tá no meio de uma guerra interplanetária com ameaça nuclear. Repetitivo, preguiçoso, clichê. Esse sentimento lembra muito o filme da era de Ultron, quando toda a dramatização da relação entre Homem e máquina acaba num plano rocambolesco, meio sem pé nem cabeça, para extirpar e humanidade. Precisava disso? Não precisava.
Ressalves feitas, "Os Supremos" entrega exatamente o que se propõe. É uma história épica para a gênese da versão "geração Z" dos Vingadores. Humor afiado, piadas com o Bush e a França, exploração da humanidade de personagens, surra em nazistas - sempre bom. Infelizmente, ela foi concebida para ser espalhafatosa mesmo, e essa artificialidade é sentida nos clichês, nas tiradas de roteiro, no final "Independence Day". Por causa disso é ruim? Não, nem de longe. Não atoa foi um ponto de inflexão na história da Marvel.