Boca de Cachorro Louco

Boca de Cachorro Louco Kah Dantas




Resenhas - Boca de Cachorro Louco


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Mayara.Gastino 11/01/2024

Quantas?
A autora questiona: Será quantas as decepções até que eu aprenda? E respondo, estar submerso dentro de relações assim não te deixa enxergar nem um milhão de repetições escancaradas na tua cara. Que a gente aprenda a fugir nos diversos sinais de descontentamento, ao invés de se sentir desafiada a mergulhar de cabeça.
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Thvliv 08/01/2023

Um livro necessário.
Soltei uma longa respiração agora. Pq senti como se estivesse prendendo a respiração desde que iniciei essa leitura e estava sufocada até ver que acabou tudo bem. As últimas páginas foram um suspiro de felicidade encontrada. É um relato autobiográfico, escrito pela Kah Dantas, sobre o relacionamento abusivo que ela vivenciou.

Essa leitura me provocou tantas coisas que nem sei se sou capaz de expressar. Nunca passei por uma relação abusiva assim, e fiquei toda chocada com a crueza de cada capítulo. Por saber que infelizmente isso é uma triste realidade na qual milhares de mulheres vivem diariamente. Em ABSOLUTAMENTE TODAS AS PÁGINAS você não consegue desvencilhar-se do nó na garganta e uma sensação de aflição que as palavras da autora lhe desperta. A escrita dessa mulher é um espetáculo (bonito, triste e profundo).

Ainda preciso de algum tempo para digerir todos esses textos, todas essas dores narradas, essas histórias malucas de coração apaixonado (ou cego de amor. (Amor?)), a violência mascaradas nos gestos de inocência velada, tantas tristezas e o redescobrimento de como viver (ou retomar a vida) depois de uma forte tempestade que só deixou caos e destruição. Tive muitos sentimentos lendo este livro, tantos que essa não tem como ser uma resenha mais elaborada além do que o meu coração está sugerindo escrever nessa nota.

Este livro é essa coisa que você tem que ler sabendo que vai se chocar com certos detalhes descritos, mas os textos possuem uma escrita bem poética e enigmática as vezes. Bem necessário, acredite. Eu só queria terminar de ler e ter certeza de que tudo acabou como desejei que acabasse. Do jeito certo, feliz e livre.
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Paulo 07/11/2022

58. Mil dias depois do próximos capítulos
Um pensamento diabólico fora do tempo:

Às vezes a nossa memória vem e reclama (toma) o dia para si.
Que triste.
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Mary - @mundo_literario.mary 15/10/2022

Gostei muito da leitura.
O livro tem como tema o relacionamento abusivo, um tema bem delicado e pesado. O livro conta a experiência da própria autora.
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Textos bem detalhados e sinceros, um livro em que a gente consegue sentir os sentimentos passados nele. Foi um pouco difícil a leitura dele, principalmente pelo fato da história ser verdadeira e pesada.
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O livro me fez compreender o que essas mulheres passam ou já passaram. Um livro que nos faz pensar em como em nossa sociedade acontece coisas desse nível todos os dias, o que é vergonhoso. É um livro pesado mais extremamente importante, para a nossa sociedade, pois pode concientizar as pessoas a agirem de forma diferente em relação a casos como esse.
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Quero parabenizar a Kah pela coragem de expor a sua história de forma tão detalhada, infelizmente essa não é só a história dela mais de muitas mulheres pelo mundo. É muito importante que mais mulheres tomem coragem para se abrirem e mostrar para o mundo as suas histórias. Não é uma coisa fácil mas necessária para o nosso mundo. Pois infelizmente o relacionamento abusivo ainda é tratado como tabu pela nossa sociedade e as mulheres que passam ou já passaram sofrem pro muitos julgamentos. Precisamos acolher as mulheres que já tiveram ou tem enfrentado esse drama.
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Aparecida71 03/10/2022

Respire fundo. Você merece o melhor!
Isto não é ficção! O livro já começa assim. Pois é, veremos nesse livro um exorcismo poético, como ela o chama, aqui narra a história da autora, todo abuso que ela sofreu, físico e psicológico, essa não é uma leitura fácil, mais necessária.

Embora seja um livro curto, não consegui ler ele rapidamente. Ler cada capítulo foi difícil, porque eu me vi naquelas páginas também. Minha mente reviveu o que eu sempre preferi esquecer. O agressor faz com que a gente primeiro, se torne dependente dele, depois começa a entrar na mente para que a gente pense que é culpa nossa. E não, não é culpa nossa, nunca foi, demorei muito para entender isso.

A kah foi muito corajosa em contar sua história e como ela saiu desse relacionamento, os traumas, cada vez que ela se sentia sozinha, mesmo com alguém do lado, a indiferença daquele que falava que amava. E sair de um relacionamento assim, abusivo, não é fácil, e alguém precisava contar e mostrar que apesar de difícil, não é impossível e sim, você é capaz, você merece uma vida melhor. Você pode sair de um relacionamento abusivo. Muitas vezes nos perguntamos se merecemos isso mesmo, e a resposta é não! Merecemos coisa melhor. E esse livro mostra isso, e espero que mais mulheres possam ler e possam ?enxergar? a si mesmas, e de alguma forma ajude elas.
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Gabriel.Juca 30/11/2020

Não há nada há nada de simples aqui. Tudo é cruel, sufocante e dilacerador. Boca de Cachorro Grande é um livro necessário, pois escancara as feridas de um relacionamento abusivo. É necessário para mulheres que passam caladas por isso porque não ver nenhuma possibilidade de liberdade em uma sociedade dita evoluída que a julga culpada pelo simples fato de ser mulher. É necessário para que homens que estão em relacionamentos parem e pensem em sua postura e responsabilidade emocional para aquela pessoa com decidiu dividir a vida. Eu, como homem, sou incapaz de saber o que é ser mulher e estar em um relacionamento abusivo, ficando a mim somente calar e ouvir. Eu, como um homem, estou todo dia tentando ser menos machista, e a cada dia que consigo ser menos machista, mais me envergonho de atitudes que me voltam na memória e que hoje eu consigo enxergar o quão escroto eu consegui ser com mulheres que amo e amei. A vergonha e o peso na consciência, apesar de sinceros, não são capazes de enxugar as lágrimas que eu fiz surgir. Eu, como um homem, tenho a obrigação de fazer outros homens enxergarem seu machismo, e não compactuar com ele numa mesa de bar ou roda de conversa pra "não perder a amizade" (sejamos francos que muitas são as amizades que não devem ser nutridas).
É admirável a coragem de Kah Dantas de despir-se e exibir as cicatrizes que tanto doeram um dia e que hoje são marcas de uma guerra que muitas mulheres não conseguem vencer. À esta obra e à sua criadora, toda minha admiração (e algumas lágrimas derramadas por entre páginas).
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Janaína 30/08/2020

Poderia ser com você.
Autobiográfico.
Trata das violências sofridas pela autora em um dos seus relacionamentos.
A escrita é forte, tão violenta quanto os abusos que a autora relata e por isso talvez possa incomodar o leitor. E acho que a ideia é essa mesmo, incomodar, tirar o leitor do lugar., desacomodar. Fazer perceber todos os tipos de violência que podem existir numa relação que começou com o afeto. Fazer perceber que muitas outras mulheres podem estar (e estão) nesse lugar.
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KpopBrasil 05/06/2020

"Nada do que eu fiz foi razão para que houvesse a violência que ao lado dele eu vivi."

Já no início do livro, a autora avisa "Isto não é ficção". Esse livro são relatos de abusos que a autora sofreu entre 2014 e 2015 pelo seu namorado nomeado de J. no livro. A autora nos mostra a manipulação que o agressor tem de fazer com que a vítima pense que sempre ela é a culpada, que o agressor finge que tudo aquilo é para o bem dela. Em alguns momentos, a narradora/personagem fica se questionando sobre seus sentimentos e mesmo depois de ter sido agredida, continua sob o mesmo teto que o agressor, dizendo que ainda o ama e que quando ele não está lá, ela sente a falta dele.

Algumas vezes no livro a autora fala para respirar fundo, e é exatamente disso que o leitor precisa, respirar fundo para conseguir acompanhar relatos de uma vítima de abusos, saber os detalhes, os pensamentos e sentimentos da pessoa, realmente tem que respirar bem fundo para conseguir ler esse livro.

Por mais que seja um livro curto, a leitura foi difícil, porque não tem como ler um livro assim sem pensar que hoje, nesse exato momento, tem mulheres sendo agredidas pelos seus parceiros, mulheres que não conseguem pedidor ajuda por medo. A autora conseguiu se livrar do seu agressor, foi difícil, mas conseguiu. Mas infelizmente existem muitas vítimas que não conseguem. As vezes as pessoas se perguntam o por que dessas mulheres não pedirem ajuda? o livro abre o nosso olho e mostra que não é algo tão simples assim.

"Então eu decidi que a felicidade existe sim, sob infinitas formas, é que o nome não compreende a grandeza do sentimento."

site: https://poeliterar.blogspot.com/
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Bed of books - @bedofbooks 23/05/2020

Resenha @bedofbooks
Livro lido numa sentada. Ou devo dizer "numa deitada"? Leitura fácil, instigante, catártica. Estou impactada! Ouso dizer que a história traumática e aterrorizante vivida pela heroína do livro traz pinceladas, ainda que difusas, de cada uma de nós, mulheres. Não que vivamos a mesma história, longe disso. Mas talvez pq sintamos os mesmos sentimentos, as mesmas dores, o mesmo sofrimento. Como disse Carlos Ruiz Zafón, "os livros são espelhos: neles só se vê o que possuímos dentro". E por isso recomendo a leitura a todas as mulheres, para que aprendam a enxergar os sinais, e a todos os homens, para que possam compreender como nos sentimos.
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Nicoli 23/03/2020

Importante seguir o conselho da autora e "respirar fundo". É a clássica história do abuso disfarçado de amor - aquele em que a mulher que não viveu com certeza conhece outra que viveu. É possivel sentir na pele desde o início da loucura até o processo de libertação, que não é linear; é a redescoberta da própria identidade.
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Rai - Livros da Ilha 04/12/2019

"Sou feita de matéria que não é para o seu bico, grosso e frio. Não mereço esses seus maus tratos, por mais tola, carente e ~ histérica ~ que seja. Você não me merece, agora vejo. Fui feita para o amor, violento e pegajoso, sexual e aniquilador ."


Com palavras delicadas, tristes e dolorosas a própria autora tem a corajosa sensibilidade de expor sua história sua dor de relatar o relacionamento abusivo em que viveu.

O livro me fez ter um pouco de ideia do que várias mulheres passam, ou já passaram o que é verdadeiramente uma tristeza e uma vergonha.
Esse é aquele livro que toda sociedade deveria ler, que todos deveriam se concientizar com um assunto tão importante e ainda tratado com tanto tá bom.

Essas mulheres tem que ser acolhidas por todos, e por mais difícil que seja, tenham força e coragem de sair desse relacionamento que só faz mal em todos os sentidos e que mesmo depois de tanta dor consiga ser a pessoa mais feliz que possa existir.
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Glenda 30/10/2019

Uma reflexão incrível
Uma reflexão incrível sobre relacionamentos abusivos feita com base nos diários que a autora manteve durante um de seus relacionamentos. Leio e recomendo.
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Tiago 11/06/2019

Uma estação no inferno
“Isto não é ficção”, avisa Kah Dantas na abertura deste "Boca de Cachorro Louco". Relato do relacionamento abusivo que viveu entre 2014 e 2015, o livro foi lançado em edição artesanal no final de 2016 e, após esgotar sua tiragem de 500 cópias, ganhou nova edição com prefácio de Lola Aronovich, ilustrações de Jéssica Gabrielle Lima e publicação do selo editorial Aliás, um coletivo de mulheres reunidas em torno do ideal de produzir livros, zines e oficinas de literatura.

“Respire fundo”, é a outra advertência que a autora faz, e há realmente que se tomar fôlego após o primeiro dos pequenos textos que funcionam com capítulos desta novela. Na passagem, é ouvida a voz ao agressor J., um namorado que logo passa a viver ao lado da protagonista e, entre insultos e desagravos, ofende sua integridade e introduz de maneira violenta o joguete psicológico que vai dominar boa parte do relato, reconstituindo toda a trajetória do relacionamento — do início conturbado até o seu final não menos conflituoso.

No restante da narrativa, a voz predominante é a da protagonista, que se refere a J. como o “filho do Diabo”, entre outras expressões que evocam o Mal personificado na figura do parceiro, alguém com quem um forte vínculo sexual se estabelece e que, após uma convivência mutuamente agressiva, revela-se um homem de temperamento emocional embotado e violentamente perigoso. A analogia constante ao “anjo caído” é uma solução fácil, e Kah Dantas se vira melhor quando consegue apresentar o antagonista em sua vida doméstica, desvelando, sob a cortina de uma intimidade construída em manias e códigos físicos comuns, uma figura humana patética — que passa os dias engordando na frente do computador, zerando o mesmo game de realidade virtual, peidando e arrotando.

Também mostra habilidade nas raras vezes em que desvia o foco do relacionamento e pousa seu olhar nas figuras exteriores como a dona da loja na qual o casal vai alugar uma beca, após mais uma das sucessivas brigas que, com alguma dose de cinismo da parte dele e indulgência da parte dela, ambos conseguiam ocultar sempre, ao se apresentarem perfeitos em público. O capítulo é construído com essa maneira de narra quase ininterrupta, sem muitos pontos finais, apelando para as vírgulas, e só peca ao apenas insinuar a falta de empatia de J., que logo descobriremos um ser indiferente à alteridade.

Não sendo uma ficção, é natural também que a cronologia dos fatos não obedeça uma ordem romanesca, mas afetiva, o que fica evidente quando o enredo aparentemente se fecha, mas a segundo parte do livro se anuncia — com um novo prólogo, uma nova (pseudo) epígrafe — , e um novo relacionamento, agora com T., que sublima a figura nociva de J. Os textos tornam-se ainda mais curtos, líricos e lascivos, fabricando um novo glossário poético que simboliza a abertura deste novo arco na vida da personagem, de passagem para um mundo ainda cheio de esperanças, mas com um senso maior de autossuficiência.

É quando o inferno do outro (não à toa, Sartre é citado neste ponto) abarca também a dimensão que temos de nós mesmos, e este mergulho nas trevas vislumbra, enfim, alguma luz.

site: https://medium.com/@tiagogermano/uma-esta%C3%A7%C3%A3o-no-inferno-2ca2adf63f04?postPublishedType=repub
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Pandora 08/06/2019

Toda mulher tem uma história de abuso para contar? Eu não sei se todas, mas a maioria de nós tem e todas nós podemos de repente nos manter numa dessa. O machismo é estrutural estamos envolvidas nele, ainda que em densidades diferentes.

Em "Boca de Cachorro Louco" a Kah Dantas conta com sinceridade, coragem e lirismo sua história/pesadelo de abuso. Ela mergulha de verdade e nos puxa para a complexidade dessa situação, para o peso desse tipo de história para a torbulencia, a angústia, o pânico, a fragilidade, a raiva, a ilusão, a dor... de tudo isso.

Esse é um livro forte, dolorosamente franco, generosamente franco. Um livro que em minha cabeça dialoga muito com "O compromisso" da Herta Müller, "Dias de Abandono" da Elena Ferrante, "A Redoma de Vidro" da Sylvia Plath... e toda literatura feminina feita que aborda a especificidade da experiência de ser mulher diante do mundo.

Indiscutivelmente esse é um livro para amar.
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