Boca de Cachorro Louco

Boca de Cachorro Louco Kah Dantas




Resenhas - Boca de Cachorro Louco


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KpopBrasil 05/06/2020

"Nada do que eu fiz foi razão para que houvesse a violência que ao lado dele eu vivi."

Já no início do livro, a autora avisa "Isto não é ficção". Esse livro são relatos de abusos que a autora sofreu entre 2014 e 2015 pelo seu namorado nomeado de J. no livro. A autora nos mostra a manipulação que o agressor tem de fazer com que a vítima pense que sempre ela é a culpada, que o agressor finge que tudo aquilo é para o bem dela. Em alguns momentos, a narradora/personagem fica se questionando sobre seus sentimentos e mesmo depois de ter sido agredida, continua sob o mesmo teto que o agressor, dizendo que ainda o ama e que quando ele não está lá, ela sente a falta dele.

Algumas vezes no livro a autora fala para respirar fundo, e é exatamente disso que o leitor precisa, respirar fundo para conseguir acompanhar relatos de uma vítima de abusos, saber os detalhes, os pensamentos e sentimentos da pessoa, realmente tem que respirar bem fundo para conseguir ler esse livro.

Por mais que seja um livro curto, a leitura foi difícil, porque não tem como ler um livro assim sem pensar que hoje, nesse exato momento, tem mulheres sendo agredidas pelos seus parceiros, mulheres que não conseguem pedidor ajuda por medo. A autora conseguiu se livrar do seu agressor, foi difícil, mas conseguiu. Mas infelizmente existem muitas vítimas que não conseguem. As vezes as pessoas se perguntam o por que dessas mulheres não pedirem ajuda? o livro abre o nosso olho e mostra que não é algo tão simples assim.

"Então eu decidi que a felicidade existe sim, sob infinitas formas, é que o nome não compreende a grandeza do sentimento."

site: https://poeliterar.blogspot.com/
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Janaína 30/08/2020

Poderia ser com você.
Autobiográfico.
Trata das violências sofridas pela autora em um dos seus relacionamentos.
A escrita é forte, tão violenta quanto os abusos que a autora relata e por isso talvez possa incomodar o leitor. E acho que a ideia é essa mesmo, incomodar, tirar o leitor do lugar., desacomodar. Fazer perceber todos os tipos de violência que podem existir numa relação que começou com o afeto. Fazer perceber que muitas outras mulheres podem estar (e estão) nesse lugar.
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Aparecida71 03/10/2022

Respire fundo. Você merece o melhor!
Isto não é ficção! O livro já começa assim. Pois é, veremos nesse livro um exorcismo poético, como ela o chama, aqui narra a história da autora, todo abuso que ela sofreu, físico e psicológico, essa não é uma leitura fácil, mais necessária.

Embora seja um livro curto, não consegui ler ele rapidamente. Ler cada capítulo foi difícil, porque eu me vi naquelas páginas também. Minha mente reviveu o que eu sempre preferi esquecer. O agressor faz com que a gente primeiro, se torne dependente dele, depois começa a entrar na mente para que a gente pense que é culpa nossa. E não, não é culpa nossa, nunca foi, demorei muito para entender isso.

A kah foi muito corajosa em contar sua história e como ela saiu desse relacionamento, os traumas, cada vez que ela se sentia sozinha, mesmo com alguém do lado, a indiferença daquele que falava que amava. E sair de um relacionamento assim, abusivo, não é fácil, e alguém precisava contar e mostrar que apesar de difícil, não é impossível e sim, você é capaz, você merece uma vida melhor. Você pode sair de um relacionamento abusivo. Muitas vezes nos perguntamos se merecemos isso mesmo, e a resposta é não! Merecemos coisa melhor. E esse livro mostra isso, e espero que mais mulheres possam ler e possam ?enxergar? a si mesmas, e de alguma forma ajude elas.
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Nicoli 23/03/2020

Importante seguir o conselho da autora e "respirar fundo". É a clássica história do abuso disfarçado de amor - aquele em que a mulher que não viveu com certeza conhece outra que viveu. É possivel sentir na pele desde o início da loucura até o processo de libertação, que não é linear; é a redescoberta da própria identidade.
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Paulo 07/11/2022

58. Mil dias depois do próximos capítulos
Um pensamento diabólico fora do tempo:

Às vezes a nossa memória vem e reclama (toma) o dia para si.
Que triste.
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Andressa 14/12/2016

Boca de Cachorro Louco e respingos ácidos de abuso
Boca de Cachorro Louco é uma publicação independente da cearense Kah Dantas. Adepta aos contos, usou da experiência em narrativas mais curtas para enlaçar pequenos capítulos de uma vivência ao mesmo tempo transformadora e tenebrosa: a teia sufocante do relacionamento abusivo.

Kah usa uma linguagem bem particular, embebida de uma mistura de sentimentos que só quem vive e sobrevive a um turbilhão emocional reconhece. Sua narração é carregada de cicatrizes causadas pela dor de ser maltratada por quem se ama (ou se acredita amar, o que dá quase no mesmo para fins práticos); pela culpa de quem se viu amarrada a uma pessoa, a uma situação, a um universo inteiro e, mesmo consciente de tudo de podre que vivia, não conseguiu se desvencilhar a tempo; pela crueza de quem não tem pudores em expor, para o bem ou para o mal, as partes envolvidas em uma relação nociva. Kah encanta enquanto relata uma escalada invertida de afundamento, pontuada pelos altos tão altos que nos fazem tender e até mesmo aceitar desconsiderar aqueles baixos tão baixos no sentido mais baixo da palavra.

[leia a resenha completa em https://goo.gl/1EP72E]

site: http://coadjuvando.com.br/index.php/2016/11/23/boca-de-cachorro-louco-e-respingos-acidos-de-abuso/
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Filho 20/12/2016

Uma humilde reflexão sobre essa obra grandiosa Boca de Cachorro Louco
Sabe aquela história que merecia (merece) um curta, ou melhor, um longa-metragem?! Sabe aquele livro que você inicia a ler como quem não quer nada e de repente passa devorar capitulo por capitulo como se aqueles contos dialogassem com você?!
Se durante essas reflexões você se sentiu instigado a ler essa obra, indico que compre um exemplar e se surpreenda com uma história real tocante e superadora. Porém se você vive, sabe de alguém, ou vivenciou um relacionamento abusivo (seja você homem ou mulher) peço que compre, empreste, venda, compartilhe e abrace essa causa social.
Boca de cachorro louco é mais que simplesmente uma obra, é um grito que ecoa por mudanças em favor do amor, dos bons valores, dos verdadeiros princípios humanísticos e acima de tudo contra a violência em todas as vertentes.

O livro e sua estrutura:

É uma literatura Brasileira, Cearense que trata de uma história real explicita de forma clara, objetiva e com uma linguagem peculiar. É um relato de um sofrimento vivido pela própria autora Kah Dantas e sua resiliência ao conseguir se desvincular totalmente (de corpo e alma) de um relacionamento abusivo, convivido com um homem cujo a profissão era (é) professor (infelizmente não é ironia) tratado pela própria autora com o pseudônimo de “Filho do Diabo”, um ser de natureza perversa e mente doentia. Em Boca de Cachorro Louco sua estrutura é feita por folhas de papel reciclável e costurado a mão não tem vínculos com editoras, mas existe em forma digital. Seu formato é composto por capítulos em forma de contos reais, pelas quais a autora descreve durante e após o relacionamento. Kah Dantas transparece através de seus relatos vividos em tempo real um dom ”nato” que sobre pressão e sofrimento consegue ser ainda espetacular, pois durante e diante de tantas agressões físicas, psicológicas e uma confusão eminente entre o coração e a mente, na presença de um abuso que parece surreal, não era ironia do destino, tudo aconteceu de fato, então es que suas falanges (dedos) falaram por sua alma e a história de dor se fez ARTE!

Kah Dantas comprova que sua história é causa social. Violência e abuso a ser humanos de bem (físicas, financeiras e psicológicas) e principalmente como alvo as mulheres não é MITO! É importante ressaltar que crianças no brasil e no mundo refletem em seu cotidiano a intolerância vivenciada em suas casas, pais agredindo suas mães, e ao presenciarem consequentemente diagnosticam involuntariamente como verdades absolutas e propagam essas ações nos seus irmãos (as) amigos (as) e colegas da escola, alimentando um ciclo vicioso que se resume em ausência de amor, intolerância e violência.
Por tanto na obra de kah Dantas fica notório que não podemos “fechar os olhos” para algo tão presente em nossa sociedade, no nosso dia-a-dia. Ontem foi Kah Dantas, hoje pode ser você e amanhã a sua filha.

*OBS: Recomendo leitura, Boca de Cachorro Louco é espetacular! E se você é fã de literatura Russa, Portuguesa, Francesa, Alemã que relatam sobre sofrimento amoroso e abusivo. Peço que se permita ler essa obra Cearense, você não irá se arrepender!

Imperdível!! Encomende já o seu!!!
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Charlene.Ximenes 09/08/2018

Exorcismo de um relacionamento abusivo
Há três excelentes motivos para você fazer a leitura desse livro: ele foi produzido pelo Selo Aliás, um coletivo formado por mulheres incríveis que possuem diferentes saberes e origens e que buscam produzir livros, zines e diversos outros suportes literários, objetivando facilitar a publicação de mulheres no meio desse universo ainda elitista e machista; ele foi escrito pela Kah Dantas, uma cearense que tem na escrita uma das suas maiores paixões. A Kah tem um blog chamado Orgasmo Santo e "Boca de cachorro louco" é o seu primeiro romance. E por fim, essa obra trata de relacionamento abusivo, mas não de um jeito que estamos acostumados a ler. -

O livro traz um registro autobiográfico pulsante e fundamental para os nossos dias. A história de Kah é narrada de acordo com o tempo em que ela está vivendo. Não fossem todas as características comuns a um relacionamento abusivo, poderiam confundir a narrativa com uma bonita história de amor (?). Um dos detalhes mais significativos da história é que o leitor enxerga uma narradora-personagem que se questiona sobre seus sentimentos, seus medos e suas dores, afirma está completamente apaixonada e se mostra vulnerável diante da irracionalidade de ainda continuar vivendo sob o mesmo teto com um homem agressivo.

A narrativa ocorre em primeira pessoa, a escrita da Kah é fluída, os capítulos são curtos e ligados entre si de modo não-linear. "Boca de cachorro louco" parece uma espécie de exorcismo poético, como se de algum modo, a cada linha escrita, os olhos dela fossem se abrindo diante do vivido. É como um olhar sua própria realidade por outros olhos e ao mesmo tempo está vivendo cada momento com toda a intensidade de uma jovem que quer beijos intensos, carinhos verdadeiros e sexo marcante. É sobre a história da Kah Dantas, mas poderia ser sobre mim ou sobre qualquer uma de nós, mulheres, que de um jeito ou de outro já sofremos com algum tipo de violência, psicológica ou física, em casa ou fora dela. Isso não é ficção e isso precisa ser lido!
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Pandora 08/06/2019

Toda mulher tem uma história de abuso para contar? Eu não sei se todas, mas a maioria de nós tem e todas nós podemos de repente nos manter numa dessa. O machismo é estrutural estamos envolvidas nele, ainda que em densidades diferentes.

Em "Boca de Cachorro Louco" a Kah Dantas conta com sinceridade, coragem e lirismo sua história/pesadelo de abuso. Ela mergulha de verdade e nos puxa para a complexidade dessa situação, para o peso desse tipo de história para a torbulencia, a angústia, o pânico, a fragilidade, a raiva, a ilusão, a dor... de tudo isso.

Esse é um livro forte, dolorosamente franco, generosamente franco. Um livro que em minha cabeça dialoga muito com "O compromisso" da Herta Müller, "Dias de Abandono" da Elena Ferrante, "A Redoma de Vidro" da Sylvia Plath... e toda literatura feminina feita que aborda a especificidade da experiência de ser mulher diante do mundo.

Indiscutivelmente esse é um livro para amar.
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Tiago 11/06/2019

Uma estação no inferno
“Isto não é ficção”, avisa Kah Dantas na abertura deste "Boca de Cachorro Louco". Relato do relacionamento abusivo que viveu entre 2014 e 2015, o livro foi lançado em edição artesanal no final de 2016 e, após esgotar sua tiragem de 500 cópias, ganhou nova edição com prefácio de Lola Aronovich, ilustrações de Jéssica Gabrielle Lima e publicação do selo editorial Aliás, um coletivo de mulheres reunidas em torno do ideal de produzir livros, zines e oficinas de literatura.

“Respire fundo”, é a outra advertência que a autora faz, e há realmente que se tomar fôlego após o primeiro dos pequenos textos que funcionam com capítulos desta novela. Na passagem, é ouvida a voz ao agressor J., um namorado que logo passa a viver ao lado da protagonista e, entre insultos e desagravos, ofende sua integridade e introduz de maneira violenta o joguete psicológico que vai dominar boa parte do relato, reconstituindo toda a trajetória do relacionamento — do início conturbado até o seu final não menos conflituoso.

No restante da narrativa, a voz predominante é a da protagonista, que se refere a J. como o “filho do Diabo”, entre outras expressões que evocam o Mal personificado na figura do parceiro, alguém com quem um forte vínculo sexual se estabelece e que, após uma convivência mutuamente agressiva, revela-se um homem de temperamento emocional embotado e violentamente perigoso. A analogia constante ao “anjo caído” é uma solução fácil, e Kah Dantas se vira melhor quando consegue apresentar o antagonista em sua vida doméstica, desvelando, sob a cortina de uma intimidade construída em manias e códigos físicos comuns, uma figura humana patética — que passa os dias engordando na frente do computador, zerando o mesmo game de realidade virtual, peidando e arrotando.

Também mostra habilidade nas raras vezes em que desvia o foco do relacionamento e pousa seu olhar nas figuras exteriores como a dona da loja na qual o casal vai alugar uma beca, após mais uma das sucessivas brigas que, com alguma dose de cinismo da parte dele e indulgência da parte dela, ambos conseguiam ocultar sempre, ao se apresentarem perfeitos em público. O capítulo é construído com essa maneira de narra quase ininterrupta, sem muitos pontos finais, apelando para as vírgulas, e só peca ao apenas insinuar a falta de empatia de J., que logo descobriremos um ser indiferente à alteridade.

Não sendo uma ficção, é natural também que a cronologia dos fatos não obedeça uma ordem romanesca, mas afetiva, o que fica evidente quando o enredo aparentemente se fecha, mas a segundo parte do livro se anuncia — com um novo prólogo, uma nova (pseudo) epígrafe — , e um novo relacionamento, agora com T., que sublima a figura nociva de J. Os textos tornam-se ainda mais curtos, líricos e lascivos, fabricando um novo glossário poético que simboliza a abertura deste novo arco na vida da personagem, de passagem para um mundo ainda cheio de esperanças, mas com um senso maior de autossuficiência.

É quando o inferno do outro (não à toa, Sartre é citado neste ponto) abarca também a dimensão que temos de nós mesmos, e este mergulho nas trevas vislumbra, enfim, alguma luz.

site: https://medium.com/@tiagogermano/uma-esta%C3%A7%C3%A3o-no-inferno-2ca2adf63f04?postPublishedType=repub
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Glenda 30/10/2019

Uma reflexão incrível
Uma reflexão incrível sobre relacionamentos abusivos feita com base nos diários que a autora manteve durante um de seus relacionamentos. Leio e recomendo.
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Rai - Livros da Ilha 04/12/2019

"Sou feita de matéria que não é para o seu bico, grosso e frio. Não mereço esses seus maus tratos, por mais tola, carente e ~ histérica ~ que seja. Você não me merece, agora vejo. Fui feita para o amor, violento e pegajoso, sexual e aniquilador ."


Com palavras delicadas, tristes e dolorosas a própria autora tem a corajosa sensibilidade de expor sua história sua dor de relatar o relacionamento abusivo em que viveu.

O livro me fez ter um pouco de ideia do que várias mulheres passam, ou já passaram o que é verdadeiramente uma tristeza e uma vergonha.
Esse é aquele livro que toda sociedade deveria ler, que todos deveriam se concientizar com um assunto tão importante e ainda tratado com tanto tá bom.

Essas mulheres tem que ser acolhidas por todos, e por mais difícil que seja, tenham força e coragem de sair desse relacionamento que só faz mal em todos os sentidos e que mesmo depois de tanta dor consiga ser a pessoa mais feliz que possa existir.
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Bed of books - @bedofbooks 23/05/2020

Resenha @bedofbooks
Livro lido numa sentada. Ou devo dizer "numa deitada"? Leitura fácil, instigante, catártica. Estou impactada! Ouso dizer que a história traumática e aterrorizante vivida pela heroína do livro traz pinceladas, ainda que difusas, de cada uma de nós, mulheres. Não que vivamos a mesma história, longe disso. Mas talvez pq sintamos os mesmos sentimentos, as mesmas dores, o mesmo sofrimento. Como disse Carlos Ruiz Zafón, "os livros são espelhos: neles só se vê o que possuímos dentro". E por isso recomendo a leitura a todas as mulheres, para que aprendam a enxergar os sinais, e a todos os homens, para que possam compreender como nos sentimos.
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