Day Malze 24/04/2017
Emocionalmente profundo
Comecei a ler Aqui estão os sonhadores por causa do Clube de Leitura Leia Mulheres. Era o livro do mês e eu estava ansiosa para participar do meu primeiro clube de leitura. Dificilmente escolheria voluntariamente esse livro para ler, não é do tipo que chamaria minha atenção logo de cara. Mas, como já tinha a motivação, peguei emprestado da biblioteca do CCSP e comecei a ler.
O livro tem uma prosa muito tranquila, fácil de ler, por vezes rasa. Por outro lado, o que tem de raso na escrita, tem de profundo no desenrolar da história. É só desgraça, tensão, angústia. Sempre tem vários personagens sofrendo problemas complexos e aparentemente sem solução, isso me deixou mal, até parei de ler por uns dias. A tensão só vai aumentando, até que bem no final, surge uma reviravolta já esperada e meio clichê. Esperava mais da personagem Neni. Como um espelho para a vida real, o livro se baseia no generalizado América que tem dinheiro, mas não tem amor, cooperação e África, que não tem dinheiro, mas tem felicidade, família unida, etc. É uma generalização perigosa, poderia ser tratada com mais coerência. A América que corrompe qualquer pessoa que lá chegue pode ser verdade para uma fração de pessoas, mas não todas.
No geral, é um bom livro para aprender um pouco sobre como as pessoas vivem em Limbe, uma cidade de Camarões, da qual nunca tinha ouvido falar e que, pelas fotos, é lindíssima, mas pobre. Porém, não se compara a outros grandes escritores africanos, como Mia Couto.
Não leria de novo o livro. Estou contente, pois creio que o encontro no Leia Mulheres poderá me trazer mais aprendizado e encantamento do que o livro trouxe.