Lina DC 03/09/2019"Desaparecidas" é o terceiro livro da série "Fredrika Bergman & Alex Recht" e traz mais um caso horripilante para a equipe da Divisão de Investigação Criminal. A história é narrada em terceira pessoa, assim como os dois livros anteriores, mas traz um diferencial desde o início: trechos dos interrogatórios da equipe, o que deixa claro que os resultados dessa investigação em particular irá causar uma grande perturbação na equipe.
O início do livro é chamado de "Passado - Premiere" onde uma mulher de identidade desconhecida encontra um filme de assassinato que aparentemente foi filmado no gazebo da casa de seus pais. Ao identificar o homem mascarado na filmagem, "ela" toma uma decisão drástica.
Logo depois o leitor é levado para o presente, que se passa em 2009, quando um homem passeando com o cachorro, que começa a escavar o local e se depara com um cadáver. Rapidamente o corpo é identificado. A vítima é Rebecca Trolle, uma jovem universitária que sumiu misteriosamente dois anos antes, sendo que Alex era um dos investigadores principais.
A equipe passou por momentos complicados no livro anterior e esse é o primeiro caso após meses de licença que Alex irá liderar. Além disso, Frederika agora é mãe e tem uma bebê para cuidar, então não retornou ao trabalho integralmente e Peder está pela primeira vez, colocando a vida nos trilhos.
Enquanto a equipe tenta refazer os últimos passos de Rebecca, eles precisam examinar novamente a investigação principal e um nome vive se repetindo: Hakan Nilsson. Nilsson era um estudante que vivia grudado em Rebecca, que participou ativamente das buscas dois anos antes e que tem um comportamento peculiar. Tudo aponta para ele como suspeito principal.
Mas a situação vai se complicando quando Frederika começa a investigar a vida acadêmica de Rebecca e o nome de Spencer surge. Spencer, o pai de sua filha e seu atual companheiro, que atualmente está tendo problemas na Universidade onde trabalha e mantendo segredos de Frederika...
O histórico de Rebecca era impecável: boa filha, a primeira da família a cursar ensino superior, voluntária em várias causas, cantava no coral da igreja. Não há nada que indique problemas na sua vida, a não ser um terrível boato que começou a circular logo após o seu desaparecimento.
"Ela continuou parada no corredor durante um bom tempo depois de desligar o telefone. Nunca seria livre. Certas dívidas nunca poderiam ser liquidadas. Simples assim." (p. 42)
A única coisa que se destaca na vida de Rebecca é o tema de sua dissertação: Thea Aldrin, uma escritora de livros infantis famosa na década de 60, que foi condenada por matar o marido e ainda é suspeita por ter matado o próprio filho. Thea no momento, encontra-se em um asilo e não falou uma única palavra desde o dia em que foi presa.
Como nos livros anteriores, o enredo é muito bem escrito e desenvolvido, de forma que o leitor se prende aos detalhes fornecidos durante a investigação, tentando assim, encontrar o culpado. O tema central desse terceiro livro tem uma temática mais pesada e traz um desfecho inesperado.
"Ela ainda se sentia enjoada quando se lembrava da aparência dele quando a deixou, depois de mantê-la prisioneira por vinte e quatro horas: nitidamente contente consigo mesmo e com o que tinha realizado". (p. 89)