Paulo 15/01/2015
Nota: 6,5/10
Rios de Prata é o segundo volume da Trilogia O Vale do Vento Gélido, de R.A. Salvatore. O autor é conceituadíssimo no ramo da fantasia épica, com cerca de 20 livros publicados. Salvatore devia ainda estar aprendendo como se faz, e talvez por isso eu tenha achado a leitura apenas mediana. Os personagens são ótimos, mas a história é bem básica mesmo, e previsível na maior parte do tempo. Se você já leu o Hobbit, a premissa é bem semelhante. Além disso, não há nenhuma grande reviravolta, nem nenhum pano de fundo diferente que tenha me feito ficar fissurado na história. Também fiquei confuso com algumas descrições de ambiente, mas isso foi bem pontual. Mas mesmo assim, é uma boa leitura para os fãs de fantasia medieval, e a narrativa lembra muito uma partida de RPG, com uma longa jornada, tesouros sendo convenientemente encontrados, e monstros brotando a todo momento, apenas para serem subjugados. Pra quem gosta, é um prato feito. E, realmente, Salvatore conseguiu expandir o universo que iniciou em A Estilha de Cristal, tornando-o ainda mais interessante e coeso (mesmo sabendo que ele se inspirou em uma expansão do jogo D&D). Enfim, apesar desses probleminhas e deu ter enrolado um pouco pra ler todo o livro, eu gostei, e recomendo pros fãs do gênero. É uma pena que os outros livros do autor, que parecem ter histórias bem mais originais e que desenvolvem muito melhor os personagens, não tenham sido traduzidos.
PS: Talvez falar que A Trilogia do Vale do Vento Gélido não acrescenta muito ao gênero seja algo injusto. O livro é da década de 80, muito antes da enxurrada de livros de livros de fantasia dos anos 2000. Olhando por este lado, muito do que o livro nos conta e achei batido, não pode ser encarado com o olhar de um leitor dos dias de hoje. Na época, a trama de Salvatore deve ter acrescentado muito ao gênero.